Defender as comunidades emigrantes
A mandatária nacional da lista da CDU, Ilda Figueiredo, e o candidato Nuno Gomes Garcia, estiveram no fim-de-semana em Bruxelas e Paris a participar em diversas acções de contacto com a comunidade portuguesa residente nessas duas cidades. No sábado, na capital belga, os activistas da Coligação estiveram em mercados, cafés e restaurantes a contactarem com emigrantes portugueses, reunindo-se depois num almoço convívio. No domingo, Ilda Figueiredo e Nuno Gomes Garcia intervieram num comício realizado numa associação de Paris.
Sendo uma prática constante dos eleitos e candidatos das forças que compõem a CDU, e da própria organização do PCP, o contacto com as comunidades emigrantes assume uma importância crescente face à dimensão que a emigração hoje atinge, fruto da política de exploração e empobrecimento do Governo do PSD/CDS e do pacto de agressão que estes dois partidos, mais o PS, assinaram com a troika estrangeira. As largas dezenas de milhares de portugueses que, nos últimos anos, abandonaram o País trazem à memória as décadas de 60 e 70 do século passado, no estertor do fascismo, altura em que Adriano Correia de Oliveira, adaptando a galega Rosalía de Castro, cantou «este parte/ aquele parte/ e todos todos se vão/ ó terra ficas sem homens/ que possam cortar teu pão».
Para além da própria violência que constitui a emigração forçada, os portugueses residentes no estrangeiro sofrem também com as políticas em curso nos países de acolhimento (em França, por exemplo, foi anunciado um pacote de cortes na despesa pública de dezenas de milhares de milhões de euros) e com o abandono a que são votados pelos sucessivos governos portugueses. Nos últimos anos, muitos serviços consulares encerraram, ao mesmo tempo que outros concentravam valências a centenas de quilómetros de onde se encontravam anteriormente, tornando assim mais difícil a vida dos emigrantes. A destruição progressiva do ensino do português no estrangeiro levou ao despedimento de professores e à privação de muitos emigrantes daquele que é um direito constitucional: o direito à sua língua materna.
Nos seus compromissos eleitorais, a CDU bate-se pela «defesa, valorização e promoção da cultura e da língua portuguesas» e por uma outra Europa, de direitos sociais e laborais, que não permita a mais brutal exploração a que são sujeitos muitos emigrantes portugueses. Com a política patriótica e de esquerda que propõe para o País, só possível com outro governo, o PCP pretende criar as condições de desenvolvimento económico e justiça social que permitam o regresso dos emigrantes. Aos que permanecerem na diáspora, será dado todo o apoio consular e educativo previsto na Constituição da República Portuguesa.