Acabar com o saque
A proposta de renegociação da dívida preconizada pelo PCP não pode deixar de ser enquadrada no contexto mais amplo do seu programa político de ruptura com o actual rumo de desastre nacional. Como indissociável é de outros eixos que dão corpo à política patriótica e de esquerda que o PCP propõe aos portugueses.
Com a renegociação da dívida, trata-se, antes de mais, como referiu Paulo Sá, de «romper com a política de saque da riqueza e de recursos nacionais prosseguida em benefício do grande capital à custa do empobrecimento da imensa maioria dos portugueses».
E a este propósito o deputado comunista considerou que os «teólogos do sacrifício», que repetiram à exaustão que os portugueses precisam de «expiar os seus pecados por terem vivido acima das suas possibilidades», precisam de explicar quem exactamente é que viveu dessa forma folgada.
«Foram os desempregados, os trabalhadores que recebem o salário mínimo nacional, os milhões de idosos que recebem pensões de miséria? Ou foi aquela minoria possidente que parasitando o trabalho alheio se foi apropriando de parcelas crescentes da riqueza nacional e que hoje detém fortunas colossais?», inquiriu, sem obter resposta.