No dia 20, para suprimir falhas na recolha de lixo na cidade, a Câmara Municipal de Lisboa pediu a juntas de freguesia que cedessem alguns dos trabalhadores transferidos dez dias antes, no âmbito da reforma administrativa, revelou o STML/CGTP-IN. A denúncia foi retomada no dia seguinte pelos vereadores da CDU e pelo presidente da Junta de Freguesia de Carnide.

O sindicato, que tinha já alertado para o «colapso» dos serviços, ao assinalar a primeira semana decorrida desde a concretização da saída de 650 cantoneiros de limpeza para as freguesias, considerou que o pedido da passada quinta-feira veio revelar «a precipitação e incúria com que foi realizado todo este processo», cuja responsabilidade imputa ao PS e ao PSD, que lhe deram o voto na Assembleia Municipal, e ao presidente da CML, António Costa.

«É lamentável a forma como a CML se comporta, agora recorrendo aos trabalhadores de que prescindiu ainda há dez dias, revelando menosprezo pela dignidade destes trabalhadores, que lutaram contra este processo de transferência e, principalmente, pela manutenção do seu vínculo à autarquia», afirma o STML, numa nota de imprensa em que deixou ainda «uma das dúvidas que os trabalhadores levantam», perante esta «cedência»: caso aconteça algum acidente de trabalho, será responsável a Junta de Freguesia, sua entidade patronal, ou a CML, com quem não têm qualquer relação laboral?

O STML repudia veementemente esta atitude da CML e imputa «toda a responsabilidade política do que se passa hoje no serviço de recolha de resíduos sólidos» ao presidente da CML, António Costa.