A CDU está a crescer
Jerónimo de Sousa esteve segunda-feira nos distritos do Porto, Braga e Viana do Castelo, e participou em iniciativas que confirmam que a CDU está a crescer e que é uma grande força de massas, nas grandes cidades e nas de média dimensão, nos centros urbanos e nos subúrbios das maiores metrópoles nacionais.
O PCP-PEV é uma grande força de massas com expressiva implantação popular
Depois de participar em arruadas em Viana do Castelo, Porto e Gondomar, iniciativas cuja dimensão, determinação e entusiasmo surpreenderam os mais experientes (ver caixas), o Secretário-geral do PCP terminou em Guimarães o périplo pelo Norte do País, confirmando, também aí, o PCP-PEV como uma grande força de massas com expressiva implantação popular.
Numa região flagelada pelo aumento do desemprego, das injustiças e desigualdades sociais, Jerónimo de Sousa não deixou cair no esquecimento as responsabilidades que PSD, CDS e PS têm nestas matérias em resultado da assinatura do pacto de agressão, o qual levou o País e regredir uma década nos planos social e económico.
Dois anos depois da imposição da política das troikas, Portugal contabiliza «mais de 400 mil empregos destruídos» e «mais de um milhão e quatrocentos mil desempregados. Desemprego em massa, acusou, a que se soma um ataque inaceitável ao subsídio de desemprego» deixando «milhares de famílias sem saber o que fazer à vida», denunciou. «Mais de 200 mil portugueses foram empurrados para a emigração forçada» e «mais de 400 mil passaram a depender de alimentação doada», prosseguiu, antes de sublinhar que «o único emprego que encontram é precário e cada vez mais mal pago».
Para Jerónimo de Sousa, «é o Portugal da pobreza e das desigualdades sociais que querem construir» com «as suas políticas de exploração do trabalho», as quais estão «a alargar o número de portugueses que se encontram no limiar da pobreza, mesmo trabalhando», afirmou, atribuindo, depois, «à degradação dos salários, ao desemprego e à precariedade laboral, às reduzidas reformas e aos baixos níveis de protecção social a explicação deste vergonhoso aumento da pobreza».
«É preciso inverter com urgência este caminho!», advertiu o Secretário-geral do PCP, considerando «escandalosa» a «política de transferência dos rendimentos do trabalho para o bolso dos agiotas, dos especuladores, do grande capital», afinal, «os grandes beneficiários da política de direita e do pacto de agressão».
«Se não os pomos a andar, ao FMI, à troika e ao Governo, e aos que têm apoiado a política de direita, deixam o País a “pão e laranjas!”», concluiu o dirigente comunista, antes de sustentar que os baixos salários «são um entrave ao desenvolvimento económico» e anunciar que o PCP apresentou na Assembleia da República uma proposta de aumento do Salário Mínimo Nacional para os 515 euros, no quadro de um aumento gradual para os 600 euros até ao final de 2014.
Perder o medo
Antes de Jerónimo de Sousa, as intervenções da noite foram, igualmente, dominadas pela necessidade de inverter a marcha para o desastre a que têm sido conduzidos o povo e o País. Deolinda Machado defendeu que «no dia 29 está nas nossas mãos a mudança para todos», enquanto que Mariana Silva, em nome do Partido Ecologista «Os Verdes», frisou que «a CDU tem um projecto incompatível com a espiral de degradação imposta pelas troikas».
O cabeça-de-lista da CDU à Câmara Municipal de Guimarães, Torcato Ribeiro, sublinhou por sua vez que «os candidatos do PSD e do CDS não são solução para Guimarães», concelho assolado «pelo desemprego e a exclusão social». Também não é solução a candidatura do PS, que pretende «fazer render as falsas promessas» para iludir «o fim de ciclo». Por isso, Torcato Ribeiro pediu aos vimaranenses que «percam o medo e o preconceito e digam através do voto o que já dizem: é tempo de mudar!».
Numa das maiores iniciativas de rua desde o início da campanha eleitoral, cerca de um milhar de activistas, apoiantes e candidatos da CDU desfilaram pelo centro do Porto. A abrir caminho, os bombos dos Mariantes do Rio Douro, de Vila Nova de Gaia, acrescentavam o tom festivo à arruada. Uns metros mais atrás, Jerónimo de Sousa, Pedro Carvalho, cabeça-de-lista da CDU à Câmara Municipal do Porto, e José Pedro Rodrigues, cabeça-de-lista da CDU à Câmara de Matosinhos, não tinham mão a medir nos cumprimentos, nas palavras de incentivo e identificação que foram recebendo, retribuindo, sempre, com disponibilidade e deixando o convite a que a revolta manifestada para com a situação do País se traduza em votos na CDU.
«Ainda há pouco dizia num debate que a CDU está a crescer. Olhando para esta Rua de Santa Catarina, confirma-se que a CDU está mesmo a crescer», constatou, no final do desfile, Pedro Carvalho, antes de sublinhar que o projecto que a Coligação protagoniza tem uma só cara e uma só palavra, e aponta como objectivo acabar com a rendição da cidade aos interesses dos grande grupos económicos e financeiros.
Para Pedro Carvalho, as candidaturas de Luís Filipe Menezes, Rui Moreira e Manuel Pizarro, representam, respectivamente, o Governo de Passos Coelho, Paulo Portas, e o anterior governo PS/Sócrates. Por muito que reneguem ou façam promessas em período de campanha eleitoral, estão não apenas vinculados à austeridade, como votam contra os interesses do Porto e dos portuenses quando termina a caça ao voto e se impõe a subserviência à política das troikas, referiu o cabeça-de-lista da CDU à Câmara Municipal do Porto, que apelou à penalização de PSD, CDS e PS nas urnas, e a que o povo do Porto dê força a quem lhe dá voz.
Visivelmente satisfeito com a multidão que participou na arruada, Jerónimo de Sousa alertou, no entanto, «que esta grande iniciativa não pode ser o culminar da campanha», e lembrou que nos dias que faltam é preciso ganhar mais gente para o voto na CDU e combater a resignação.
Ao lado de quem trabalha
O périplo pelos distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto começou com um encontro com trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). No dia em que terminou o prazo para a entrega de candidaturas à sub-concessão dos terrenos dos ENVC, Ida Figueiredo, cabeça-de-lista da CDU à Câmara Municipal, e Jerónimo de Sousa, lamentaram as tentativas de liquidação encetadas ao longo dos anos por sucessivos governo PS, PSD e CDS, e salientaram que não há qualquer justificação económica ou política para encerrar uma unidade vital para a cidade, para a região e para o País.
A primeira candidata da CDU à Câmara Municipal de Viana do Castelo, e o Secretário-geral do PCP, reiteraram, ainda, a solidariedade de classe do PCP e da CDU para com a prolongada luta dos trabalhadores, sublinharam o seu exemplo de tenacidade e patriotismo, apelaram ao prosseguimento da resistência e à sua manifestação através do voto no Coligação PCP-PEV, cujos eleitos, garantiram, continuarão nas horas boas e nas horas más ao lado de quem trabalha.
Depois do almoço, Ilda Figueiredo e Jerónimo de Sousa percorreram o centro de Viana do Castelo numa arruada muito participada e na qual sobressaíram as sinceras expressões de simpatia e identificação para com a CDU.
Cenário idêntico ocorreu, já ao final da tarde, num desfile realizado em Fânzeres, no qual o secretário-geral do PCP participou acompanhado por Daniel Vieira, presidente da extinta freguesia de São Pedro da Cova e cabeça-de-lista da CDU à recentemente criada Freguesia de São Pedro da Cova e Fânzeres, por Joaquim Barbosa, primeiro candidato da CDU à Câmara Municipal de Gondomar, e por uma multidão de activistas, apoiantes e candidatos.
«Sentimo-nos motivados a servir a população de Fânzeres como temos feito com a população de São Pedro da Cova», garantiu Daniel Vieira no final da iniciativa, para quem os principais argumentos da CDU são a obra realizada em prol da população e o compromisso de «transpor para Fânzeres a capacidade reivindicativa demonstrada [em São Pedro da Cova]».
«Estamos longe de termos terminado a batalha do esclarecimento», considerou, por seu lado, Joaquim Barbosa, primeiro candidato da CDU à Câmara Municipal de Gondomar, para quem, é ainda hora de continuar o esforço «porta-a-porta, rua-a-rua», levando as propostas da CDU.