Unidade e determinação
A greve geral no distrito do Porto contou com a participação muito significativa dos trabalhadores de muitos sectores de actividade. Num comunicado da Direcção da Organização Regional do Porto do PCP, emitido ao final do dia da greve, destaca-se o elevado nível de participação nos sectores industriais. Na metalurgia, por exemplo, o PCP destaca a Sakthi (70 por cento), a Groz Beckert (60 por cento) e a Camo (59 por cento), e no sector químico a Inapal Plásticos, que registou uma adesão de 85 por cento. Na Trumpf, do sector das confenções e vestuário, a participação foi de 65 por cento, enquanto que nos Móveis José Carneiro e Filhos e na Móveis Pereira a participação foi respectivamente de 75 e 80 por cento.
No Dia Minipreço da Miguel Bombarda a adesão foi total, enquanto que no Pingo Doce da Póvoa do Varzim 60 por cento dos trabalhadores aderiram à paralisação. No sector das auto-estradas, na AENL a adesão foi de 100 por cento no primeiro turno, enquanto que na Hotelaria e Restauração a participação na cantina do Hospital de São João foi total e no IpanemaPark rondou os 90 por cento. Apesar da forte precariedade existente no sector das comunicações e telecomunicações registaram-se adesões consideráveis em alguns locais de trabalho: no centro operacional de Correios do Norte a adesão foi superior a 90 por cento, enquanto que no centro de contacto da PT em Santo Tirso rondou os 50 por cento.
A força do trabalho
Os transportes foram, uma vez mais, um dos sectores onde a greve geral foi mais expressiva. Na STCP e CP as adesões foram totais e no Metro do Porto ultrapassaram os 95 por cento. Aqui, as chefias assumiram o serviço em substituição de trabalhadores em greve, o que é ilegal. A forte adesão registada no Metro fez-se sentir na ausência de ligação aos concelhos de Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Maia, Gondomar e ao centro do concelho de Matosinhos.
Na administração local muitos serviços estiveram fechados em todos os concelhos e no que respeita à Administração Pública central a greve assumiu proporções significativas no encerramento de dezenas de escolas, repartições de Finanças e centros da Segurança Social (neste último caso a adesão total rondou os 90 por cento), e nos hospitais praticamente só funcionaram os serviços mínimos. O Jardim de Infância da Associação de Moradores de Massarelos, com 100 por cento de adesão, e a Misericórdia da Póvoa, com 60 por cento, são exemplos da participação dos trabalhadores do sector cooperativo e das misericórdias.
No comunicado, o PCP destaca ainda a corajosa luta dos trabalhadores, expressa numa grande e combativa participação nos piquetes de greve e na manifestação realizada à tarde na Praça da Batalha, garantindo que ela mostra que «pela unidade dos trabalhadores e a intensificação da sua luta, é possível derrotar o Governo e mudar de rumo».