Razões de combate

O PCP, através das suas células e organizações, está a assumir o destacado papel que lhe cabe na preparação e mobilização da greve geral de amanhã. Em comunicados dirigidos aos trabalhadores, o Partido acrescenta razões que justificam em pleno uma adesão massiva ao protesto.

A célula dos ferroviários da Organização Regional de Lisboa acusa o Governo de não ter cumprido as promessas feitas aos trabalhadores do sector, ao manter no Orçamento Rectificativo a eliminação do direito ao transporte gratuito a quem trabalha ou trabalhou no sector, bem como às suas famílias. Muito embora o presidente da CP, que a célula do Partido lembra ser um «quadro político do CDS» tivesse insinuado aos ferroviários que o fim deste direito, retirado no Orçamento do Estado, seria agora reposto, o facto é que o PSD e o CDS votaram contra a proposta do PCP que ia nesse sentido. Esta é, para o Partido, mais uma razão para que os trabalhadores ferroviários adiram em força à greve geral.

No Metropolitano de Lisboa, a célula do PCP destaca a mesma questão, salientando que ao mesmo tempo que não repõe aquele direito, o Governo acrescenta no Orçamento Rectificativo mil milhões de euros para pagar «swaps» aos bancos. A célula comunista realça ainda o roubo dos subsídios perpetrado recentemente pelo Governo e o Presidente da República.

As células da Vimeca e da Scotturb denunciam que a situação do País e o roubo que os trabalhadores sofrem das mais variadas maneiras se devem ao facto de o País estar «nas mãos do capital monopolista, do nacional submetido ao internacional, mas todos tratando de impor o aumento da exploração dos trabalhadores, a redução da qualidade de vida do nosso povo e o fim da própria soberania nacional». 

Na edição de Junho do boletim da célula da Carris, «O Carril», o PCP enumera um conjunto que razões que, por si só, justificariam uma grande adesão na empresa rodoviária de Lisboa: a redução do subsídio de refeição (por promulgar), o roubo no subsídio de férias e o aumento do horário de trabalho. Mas o Governo, através do Conselho de Administração, quer ainda eliminar um conjunto de direitos «duramente conquistados por gerações e gerações de trabalhadores da Carris».



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