Intimidação não resulta
Não há intimidação ou repressão que possa condicionar a luta dos trabalhadores e do povo. Esta foi a garantia deixada pelo Executivo da Direcção da Organização Regional de Leiria do PCP reagindo à detenção ilegal de um manifestante que exigiu a demissão do Governo numa manifestação popular realizada no dia 4 em Leiria, aquando da visita a essa cidade dos ministros Assunção Cristas e Álvaro Santos Pereira.
Condenando a actuação do corpo de protecção pessoal da ministra da Agricultura, que provocou e agrediu manifestantes pacíficos, condicionando dessa forma, e pela força, o «livre exercício do direito constitucional de manifestação», o PCP repudia igualmente a actuação da PSP que agiu de forma conivente com a acção «desproporcionada, ilegal e imprópria» de um corpo de protecção pessoal. A PSP, acrescentou ainda o PCP, participou activamente na «imobilização, prisão e condução para a esquadra de polícia do manifestante Manuel Cruz que, na altura, e de forma claramente pacífica e legal, ostentava um cartaz que exigia a demissão do Governo».
A atitude do corpo de protecção pessoal da ministra e da polícia configuram, para o PCP, uma «actuação à margem da lei e em desrespeito pelos direitos constitucionais dos manifestantes». A decisão de levar a julgamento Manuel Cruz, «com base em falsas acusações e deturpações de factos, constitui um lamentável acto de intimidação e de tentativa de encobrimento da actuação das forças de segurança», realça o PCP, apelando à expressão da solidariedade para com arguido no dia do seu julgamento, a 24 de Junho.
O Grupo Parlamentar do PCP já questionou o Ministério da Administração Interna acerca da atitude das forças de segurança, nomeadamente se houve ordens de reprimir protestos como o de dia 4 em Leiria e se se procedeu à identificação do segurança que agrediu Manuel Cruz.