Ocupantes matam civis no Afeganistão

Crianças são vítimas

Um bom­bar­de­a­mento da NATO vi­timou 11 cri­anças afegãs. Pelo menos uma mu­lher também morreu e ou­tras seis fi­caram fe­ridas.

As ope­ra­ções da NATO são o com­bus­tível da vi­o­lência

A ope­ração re­a­li­zada sá­bado na pro­víncia de Kunar, no Leste do Afe­ga­nistão, gerou uma onda de re­volta na re­gião, com os po­pu­lares a pro­tes­tarem, do­mingo, junto à re­si­dência do re­pre­sen­tante go­ver­na­mental local, para onde le­varam os corpos dos me­nores, com idades entre um e oito anos de idade. O corpo da mu­lher que com eles se en­con­trava na re­si­dência atin­gida não foi ex­posto, mas os ha­bi­tantes con­fir­maram à Reu­ters a sua morte, bem como o total de fe­ridos.

Ini­ci­al­mente, a NATO in­dicou que o bom­bar­de­a­mento havia dei­xado uma de­zena de mu­lheres e cri­anças fe­ridas, mas horas de­pois foi obri­gada a rec­ti­ficar o ba­lanço, ad­mi­tindo a morte de dez cri­anças e su­bli­nhando estar a «reunir in­for­mação para per­ceber o que acon­teceu».

Um in­di­víduo iden­ti­fi­cado como porta-voz dos ta­libãs, por seu lado, re­velou, através de uma rede so­cial, que as ví­timas civis as­cendem a 22, in­cluindo «15 mem­bros de uma mesma fa­mília», pre­cisou.

A Russia Today, sobre o mesmo as­sunto, in­forma que na lo­ca­li­dade al­ve­jada se en­con­travam reu­nidos seis ale­gados ta­libãs, dois dos quais co­man­dantes da re­sis­tência, e um su­posto con­se­lheiro dos EUA junto dos ser­viços se­cretos afe­gãos, facto que, a con­firmar-se, acres­centa ele­mentos du­vi­dosos à jus­ti­fi­cação ocu­pante para a ope­ração – apoio aéreo face aos com­bates entre tropas afegãs e in­sur­rectos na­quela zona.

O pre­si­dente tí­tere afegão con­denou o bom­bar­de­a­mento da NATO e o uso de civis como es­cudos hu­manos. Re­cen­te­mente, Hamid Karzai proibiu as forças ar­madas do Afe­ga­nistão de in­te­grarem ac­ções mi­li­tares con­juntas com a ISAF, as quais, afirma, «são o com­bus­tível da vi­o­lência» no ter­ri­tório, mas a sua au­to­ri­dade sobre a ma­téria tem sido per­ma­nen­te­mente posta em causa.

O mas­sacre em Kunar ocorreu es­cassos dias de­pois de um outro bom­bar­de­a­mento ocu­pante ter morto quatro po­lí­cias e dois civis em Ghazni, e cerca de uma se­mana após um ataque se­me­lhante, le­vado a cabo na mesma pro­víncia, ter vi­ti­mado 11 civis, entre os quais duas cri­anças.



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