Álvaro Cunhal sobre a militância comunista

O mais exaltante motivo de vida

Álvaro Cunhal aborda, no seu livro «O Partido com Paredes de Vidro», o tema da militância comunista, considerando-a a «atitude característica do comunista na sociedade e na vida», sendo «simultaneamente uma atitude política e uma atitude moral». Pelo elevado ideal que a determina, a militância comunista distingue-se naquela que, de certa forma, existe também nos outros partidos. 
Para o histórico dirigente do PCP – e principal construtor do Partido com a natureza e características que tem hoje – a «maior alegria do militante comunista resulta do êxito alcançado, não para benefício próprio mas para benefício do povo. Quando, por exemplo, se consegue com a luta o aumento de salários dos trabalhadores e outros melhoramentos das condições de vida. Quando se consegue com a luta que os trabalhadores continuem laborando as terras das cooperativas. Quando se consegue com a luta defender a posse dos baldios pelos povos. Quando se consegue com a luta exercer liberdades que o Poder pretende recusar. Quando se consegue com a luta resolver problemas graves da saúde, da habitação, da educação. Quando se consegue com a luta instalar parques infantis ou centros de terceira idade. Quando se consegue com a luta atirar um governo a baixo para impedir que continue uma política de desemprego, fome e miséria. Em todos os casos a maior alegria dada pela militância é a consciência de se ser útil ao Partido, ao povo e à sociedade».
A militância comunista, prossegue ainda Álvaro Cunhal, «enriquece a vida e o ser humano. É uma forma de trabalho que por si própria compensa quem a exerce. Cria, na participação colectiva numa causa comum, relações humanas caracterizadas pela isenção pessoal. Proporciona a harmonia entre o pensar e o agir — sólido fundamento da tranquilidade de consciência». E tanto assim é que para um comunista não ter uma actividade militante seria mais duro «do que quaisquer duras circunstâncias e provas exigidas pela militância». O comunista é militante porque «sem uma actividade militante, sem o seu Partido, se lhe tornaria difícil viver». A militância é, «entre todos os motivos, o mais exaltante motivo de vida».


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