Dar mais força à luta contra a exploração
O PCP apoia a luta dos trabalhadores da Renault-Cacia e da Funfrap contra as tentativas das empresas de aplicar abusivamente as normas do novo Código do Trabalho, passando ilegalmente por cima dos contratos colectivos em vigor. Num comunicado da sua Comissão Concelhia de Aveiro, o PCP valoriza a resposta pronta dos trabalhadores da Funfrap, que obrigou a empresa a recuar, ainda que um recuo parcial, comprometendo-se a manter até Outubro o pagamento das horas extraordinárias pelo valor constante no CCT.
Já na Renault-Cacia, e perante a «intransigência da empresa, os trabalhadores avançaram corajosamente para a greve às horas extraordinárias, não sem antes entregar uma moção aprovada em plenário à administração». Os comunistas de Aveiro lembram que se há anos a esta parte o pagamento de horas extraordinárias sempre foi feito de acordo com o Contrato Colectivo (e tal não impediu a realização de milhões de lucros anuais, bem como o reconhecimento da empresa como uma das mais produtivos do grupo), «só uma gula insaciável por mais lucro à custa de quem trabalha pode explicar esta tentativa de extorquir ainda mais aos trabalhadores».
As alterações ao Código do Trabalho, que entre outras matérias prevêem a redução do valor do pagamento das horas extraordinárias e do trabalho prestado em dias feriados, foram aprovadas pelo PSD e pelo CDS, com a «prestimosa» abstenção do PS (que votou favoravelmente, na especialidade, muitas das suas normas mais gravosas), no quadro das imposições da troika dos credores.