Convergência e luta
Delegações do PCP e da CGTP-IN estiveram reunidas, no dia 20, na sede nacional do Partido, para analisar a situação actual do País e a resistência e luta dos trabalhadores e do povo. À saída, em declarações aos jornalistas, ambos os secretários-gerais sublinharam a convergência de análises e pontos de vista tanto no que diz respeito à avaliação da natureza e consequências da política praticada como quanto ao valor estratégico da luta dos trabalhadores para a derrota desta política e para a construção de uma alternativa.
Jerónimo de Sousa e Arménio Carlos valorizaram ainda as lutas realizadas na última semana, nas ruas e em diversos sectores e empresas, de resistência à aplicação do Código do Trabalho e à desvalorização dos salários e contrariando as directivas da troika estrangeira de credores. Uma luta que, concordaram, terá que crescer e intensificar-se, pela derrota do pacto de agressão e da política de direita – os causadores dos problemas do País e nunca a sua solução. A manifestação convocada pela CGTP-IN para o próximo dia 29 de Setembro, no Terreiro do Paço, assume uma grande importância, garantiram os dois secretários-gerais.
Rejeitando por completo que a retirada de meio salário a todos os trabalhadores – agora avançada como hipótese pela UGT e pelo patronato – seja uma alternativa aceitável, considerando-a antes mais um roubo, Arménio Carlos revelou que a Intersindical apresentará em breve uma proposta para taxar o capital, incidindo sobre a fraude e evasão fiscal, nas mais-valias e nas transações bancárias. A ideia, realçou, é «tocar na riqueza, naqueles que são os poderosos».
Para o dirigente sindical, a tão propalada «equidade» não pode passar por «depauperar sistematicamente os trabalhadores» mas sim por taxar o capital. Arménio Carlos deixou ainda uma garantia: «Nós não vamos aceitar nenhuma medida seja ela qual for que tenha como finalidade a redução dos salários.»
Também Jerónimo de Sousa garantiu que o PCP recusará – como sempre o fez – novos roubos aos salários dos trabalhadores, qualquer que seja a forma que eles assumam. Estes são ainda mais chocantes quando se deixam intocados «os grandes interesses, as grandes fortunas, as transacções bolsistas, os luxos desmedidos».
Para além de Jerónimo de Sousa, participaram no encontro, pelo PCP, Francisco Lopes, da Comissão Política e do Secretariado, Manuela Pinto Ângelo, do Secretariado, e Ana Valente, do Comité Central. Pela CGTP-IN, estiveram também presentes, para além de Arménio Carlos, os membros da Comissão Executiva Armando Farias, Deolinda Machado, Fernando Gomes e Graciete Cruz.