13.º Congresso do Partido Comunista Sul-Africano

«O Socialismo é o futuro, vamos construí-lo agora»

Re­a­lizou-se na se­mana pas­sada, entre 11 e 15 de Julho, na Uni­ver­si­dade de Zu­lu­land, na pro­víncia de Moses Mabhida, o 13.º Con­gresso do Par­tido Co­mu­nista Sul-Afri­cano (PCSA), que reuniu sob o lema «De­sen­volver e apro­fundar o poder e a he­ge­monia da classe ope­rária em todos os campos da luta».

Con­so­lidar o PCSA como van­guarda da Re­vo­lução é um ob­jec­tivo

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A as­sem­bleia magna dos co­mu­nistas sul-afri­canos pro­curou en­con­trar res­postas para ga­rantir uma acção de firme com­bate ao triplo pro­blema com que a África do Sul se con­fronta: a po­breza, o de­sem­prego e as de­si­gual­dades. He­rança do re­gime de Apartheid, este triplo pro­blema per­siste e apro­funda-se na África do Sul em con­sequência das ondas de choque da crise do ca­pi­ta­lismo na­quele país.

Re­a­li­zado num am­bi­ente de forte uni­dade e con­fi­ança, o 13.º Con­gresso do PCSA re­a­firmou o em­pe­nha­mento do Par­tido no êxito da Re­vo­lução De­mo­crá­tica e Na­ci­onal, em curso no país desde o fim do Apartheid e na sequência da vi­tória do Con­gresso Na­ci­onal Afri­cano (ANC) nas elei­ções de 1994.

Neste sen­tido, o Con­gresso – onde in­ter­vi­eram como con­vi­dados Zwe­lin­zima Vavi, Se­cre­tário Geral da CO­SATU, a maior cen­tral sin­dical sul-afri­cana, e o se­cre­tário-geral do ANC e Pre­si­dente da Re­pú­blica, Jacob Zuma – rei­terou o em­penho na uni­dade da Ali­ança Tri­par­tida, que está na base da Re­vo­lução, e su­bli­nhou o com­pro­misso do PCSA para com as de­ci­sões da úl­tima Con­fe­rência Na­ci­onal do ANC, na qual se apontou o ca­minho da Se­gunda Tran­sição, con­junto de me­didas para apro­fundar a Re­vo­lução De­mo­crá­tica e Na­ci­onal.

Na de­cla­ração final apro­vada du­rante o Con­gresso, no qual o PCP es­teve re­pre­sen­tado por João Frazão, membro da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral, os cerca de 1900 de­le­gados pre­sentes sau­daram o forte cres­ci­mento do Par­tido nos úl­timos cinco anos (o PCSA tri­plicou o nú­mero de mem­bros, pas­sando de 50 mil para 150 mil neste pe­ríodo) e sa­li­en­taram a ne­ces­si­dade de dar mais atenção à or­ga­ni­zação par­ti­dária e à for­mação po­lí­tica e ide­o­ló­gica dos mi­li­tantes e qua­dros.

Tendo como ob­jec­tivo a con­so­li­dação do PCSA como o grande par­tido de van­guarda da Re­vo­lução, o Con­gresso apontou ainda as me­didas que con­si­dera ur­gentes para ra­di­ca­lizar o rumo da Re­vo­lução De­mo­crá­tica e Na­ci­onal, de­sig­na­da­mente no que se re­fere à ex­plo­ração das ri­quezas na­tu­rais, de forma a com­bater o novo tipo de co­lo­ni­a­lismo exis­tente hoje em África, e re­a­firmou o com­pro­misso dos co­mu­nistas sul-afri­canos na luta pela cons­trução do So­ci­a­lismo.

Na sua in­ter­venção final, Blade Nzi­mande, se­cre­tário geral do PCSA re­e­leito neste Con­gresso, afirmou que, como nunca, a pa­lavra de ordem «O So­ci­a­lismo é o fu­turo, vamos cons­truí-lo agora», está ac­tual, e que a Re­vo­lução De­mo­crá­tica e Na­ci­onal como parte in­te­grante desse pro­cesso de cons­trução, ou se ra­di­ca­liza e con­firma as ex­pec­ta­tivas cri­adas em 1994, ou é der­ro­tada.


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