Líbia

País à deriva

A Aliança de Forças Nacionais, liderada pelo ex-primeiro-ministro do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mahmoud Jibril, reclama a vitória nas «eleições» realizadas no passado dia 7. De acordo com estimativas oficiosas, aquela força política deverá garantir uma confortável maioria de votos em todos os círculos, particularmente na Cirenaica, cuja capital é Benghazi, o que pode ser um estímulo aos sectores secessionistas da região, a cujos argumentos Jibril já se manifestou sensível.

Já a Irmandade Muçulmana, liderada por Mohamed Sawan, rejeitou a vitória da Aliança e reclamou a prevalência eleitoral do Partido da Justiça e da Construção, prevendo que a votação nos chamados candidatos independentes colocará aquela força na dianteira do «sufrágio».

Na véspera das «eleições», o CNT aconselhou a próxima assembleia legislativa a inspirar-se na lei islâmica como principal fonte da nova constituição. A justificação, segundo o Tripoli Post, é a prevalência daqueles valores na sociedade líbia.

Mas a reconfiguração do poder na Líbia não acabou apenas com a laicidade do Estado que vigorou desde a denominada Revolução Verde. O país encontra-se retalhado e a saque, dividido em feudos de influência impostos pelos vários grupos armados rivais.

No contexto das eleições, algumas das brigadas que reclamam a distribuição dos lugares no novo parlamento ocuparam vários postos petrolíferos em protesto. Ras Lanuf ou Brega foram palco de acções contra a atribuição de metade dos 200 lugares no hemiciclo à região da Tripolitana, 60 à Cirenaica e 40 às regiões do Sul do território.

Simultaneamente, as eleições ficam ainda marcadas pelo rapto de dois jornalistas de uma emissora sediada em Misrata. Os indivíduos foram entretanto libertados, mas da cidade de Bani Walid voltou a ser dado um sinal de desagrado para com as autoridades impostas na Líbia após a agressão da NATO e para com as suas «eleições».

A manutenção de mais de cinco mil prisioneiros por parte dos grupos armados que controlam prisões e campos de concentração no país, denunciada por organizações humanitárias, e o sequestro do presidente do Comité Olímpico Líbio, Nanil al-Alam, na capital, Tripoli, ilustram, igualmente, que a Líbia é hoje uma país à deriva, e que não há mascarada eleitoral que o consiga ocultar.



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