«Ao tomar conhecimento das notícias da detenção do camarada Salah Samaraeb e do agravamento das medidas repressivas contra o movimento popular no Sudão, o PCP expressa a mais firme condenação de tais actos e a sua solidariedade para com a luta desenvolvida pelos comunistas sudaneses», lê-se numa nota divulgada a semana passada pela Secção Internacional do Partido.

No texto, o PCP exige ainda «a cessação imediata da repressão e a libertação dos presos políticos» e «reitera a sua solidariedade para com o Partido Comunista do Sudão e a luta do povo sudanês em prol da sua soberania, liberdade, paz e progresso social».

Segundo nota divulgada a 3 de Julho pelo PC do Sudão, o dirigente comunista Salah Samaraeb foi raptado pelas forças de segurança depois de ter saído da sede do partido. As autoridades recusam-se a dar informações sobre o seu paradeiro, alertam os comunistas sudaneses, para quem a detenção de Samaraeb enquadra-se na vaga de prisões desencadeada pelo governo na área metropolitana da capital, Cartum, e noutras grandes cidades como Porto Sudão ou Kassala.

«O regime está a intensificar as acções repressivas para esmagar o crescente movimento contestatário. Os presos são sujeitos tortura, incluindo espancamentos, choques eléctricos e ameaças de violação», denuncia o PC do Sudão no referido comunicado, assinado pelo Secretariado do Comité Central.

Já no dia 4 de Julho, vários partidos da oposição, incluindo o PC do Sudão, subscreveram um manifesto político conjunto intitulado «Alternativa Democrática», iniciativa que, explica o Secretariado do PC do Sudão, ocorreu no 20.º dia de manifestações pacíficas contra o regime em todo o país, as quais, sublinha, realizam-se desafiando a brutalidade policial.

No documento, as forças políticas subscritoras comprometem-se a derrubar o regime vigente pela luta de massas e defendem a constituição de um governo de unidade nacional, cujas principais missões são a organização de eleições livres e justas e a preparação das condições para a construção de um Estado laico.