Coimbra

Impacto em todos os sectores

Greve foi uma importante jornada de luta

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Não obstante o clima de condicionamento dos trabalhadores, agravado com o aumento do desemprego – no distrito atingiu mais 1000 trabalhadores por mês desde o final do ano passado –, a greve geral em Coimbra teve impactos em todos os sectores de actividade.

Encerraram duas estações de Caminho de Ferro, Verride e Coimbra-A, o que conduziu à supressão de Comboios. Foi visível a forte adesão dos trabalhadores do sector ferroviário, apesar de prosseguir o condicionamento das administrações através da imposição de serviços mínimos. Verificou-se também atrasos nos comboios que cumpriam «serviços mínimos» devido à grande adesão à greve geral.

No âmbito dos trabalhadores da Administração Local a greve geral teve uma boa expressão. Na empresa Águas da Figueira rondou os 100% no sector operário e nos Serviços Municipalizados de Transportes de Coimbra houve uma adesão à greve de 65%, com impactos visíveis na cidade de Coimbra.

Nos transportes rodoviários, por seu lado, a greve teve expressão na RBL, entre grupo fixo e móvel, com cerca de 80% de adesão.

Na Secil – prebetão, fabricação de produtos de cimento –, e nos mármores a adesão foi de 100%. Nas oficinas da Autosueco, em Coimbra, aderiram 80% dos trabalhadores. Nos CTT houve uma adesão de 90% no centro de distribuição de Taveiro.

No sector da Administração Pública Central foram muitos os serviços e repartições encerrados. Nos Hospitais da Universidade de Coimbra, Covões, Pediátrico e Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra, em muitos serviços, apenas foram cumpridos os serviços mínimos.

No sector da Educação, pela acção conjugada de trabalhadores docentes e não docentes, encerraram várias escolas e outras funcionaram de forma condicionada. A greve dos trabalhadores do sector da hotelaria teve efeitos no encerramento de 28 cantinas escolares que contribuíram para o fecho de várias escolas. Aderiram 75% das trabalhadoras do serviço de alimentação do SUCH (Serviço de Utilização Comum dos Hospitais) nos Hospitais da Universidade de Coimbra. Na lavandaria SUCH, também nos HUC, a adesão foi de 60% (apresentaram-se sobretudo ao serviço trabalhadores contratados), não tendo havido distribuição de roupa. A adesão foi de 100% na cantina da Escola de Enfermagem Bissaia Barreto e no refeitório da Escola Superior de Engenharia, que encerraram. No refeitório da Maternidade Bissaia Barreto a adesão foi de 50%, o que levou também ao seu encerramento.

No Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra todos os bolseiros de investigação fizeram greve.

A companhia de teatro O Teatrão decidiu adiar a estreia, marcada para o dia da greve, do seu novo espectáculo «Shakespeare pelas barbas», tendo emitido um comunicado informando que o fazia por considerar que essa era a forma adequada de estar presente nesta importante jornada de luta.

Pelas 11 horas, os trabalhadores que participaram nos piquetes durante toda a noite juntaram-se a grevistas e outras camadas da população na Praça 8 de Maio, tendo depois desfilado em manifestação até à Segurança Social num expressivo e combativo protesto contra o pacto de agressão e contra as gravosas alterações à legislação laboral.



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