Sobre a promiscuidade de cargos de António Borges

Posição insustentável

A possibilidade de António Borges acumular a coordenação de uma comissão de acompanhamento das privatizações com o conselho de administração do grupo Jerónimo Martins foi classificada como «absolutamente inaceitável» pelo PCP, que desafiou o Governo a proceder à sua imediata demissão.

«Lançamos um desafio para que, das duas uma, ou o senhor António Borges tem decoro e se demite da comissão de privatizações ou o Governo tem que o demitir do cargo para o qual o nomeou», sublinhou sexta-feira passada, no Parlamento, o deputado comunista Honório Novo.

Em sua opinião, a acumulação de cargos, «independentemente da ilegalidade», constitui uma «posição insustentável do ponto de vista da defesa do interesse público».

«Manter os dois cargos é absolutamente insustentável do ponto de vista ético, do ponto de vista público, da defesa do interesse público e, a manter-se, comprova a completa promiscuidade entre cargos públicos e a defesa de interesses privados», declarou Honório Novo aos jornalistas na AR.

António Borges, que está proposto para integrar o conselho de administração da Jerónimo Martins, recorde-se, está igualmente indicado, segundo declarações públicas do primeiro-ministro, para chefiar uma equipa governamental a funcionar no âmbito da Parpública para acompanhar as privatizações.



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