Os povos têm o direito a viver em paz
Mais de uma centena de pessoas concentraram-se anteontem no Largo Camões, em Lisboa, contra a ameaça de intervenção militar contra a Síria e o Irão e pela resolução pacífica dos conflitos.
Há que passar para a opinião pública um contraponto à manipulação
No final da concentração, convocada por uma ampla plataforma de organizações, foi aprovada uma moção onde surgiam plasmadas as reivindicações que lhe deram corpo: a rejeição de qualquer intervenção militar contra a Síria e o Irão; a condenação das acções estrangeiras para desestabilizar estes países; a exigência do fim das sanções, cujas primeiras vítimas são as populações; o apelo ao diálogo, à negociação e à diplomacia para a resolução pacífica dos conflitos.
Considerava-se ainda que «todos os povos, incluindo os da Síria e do Irão, têm o direito de viver em paz e em democracia, de acordo com as suas decisões soberanas», ao mesmo tempo que se insistia no «reconhecimento dos direitos do povo da Palestina» e se defendia um Médio Oriente «livre de armas nucleares», desnuclearizando Israel, o único país da região que possui este tipo de armamento.
Num breve discurso, a presidente do CPPC, Ilda Figueiredo, apelou aos presentes e às suas organizações para que «passem para a opinião pública um contraponto à manipulação» veiculada pelos meios de comunicação social ocidentais, que preparam o caminho aos objectivos belicistas do imperialismo. Há nove anos, aquando da invasão do Iraque, governos e meios de comunicação garantiam que esse país tinha armas de destruição massiva – que nunca foram encontradas, pela simples razão de que não nunca existiram. As mesmas mentiras são agora ditas sobre o Irão.
Ilda Figueiredo apelou ainda à participação na greve geral de 22 de Março, salientando que capitalismo e imperialismo são «duas faces da mesma moeda».
Rita Fernandes, da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras de Lisboa, lembrou que a guerra afecta em primeiro lugar os jovens e desvia importantes recursos necessários ao bem estar e ao desenvolvimento dos povos para a esfera militar. Ana Pires, dirigente da Interjovem/CGTP-IN, denunciou as persistentes ofensivas contra a soberania dos povos movidas pelas grandes potências ocidentais, ávidas de controlar os importantes recursos naturais e de reforçar o seu domínio geo-estratégico naquela região. A concentração foi precedida de um desfile.
Hoje às 17h30, no Porto, realiza-se uma acção pública de esclarecimento sobre o mesmo tema promovida por diversas organizações na Praça da Liberdade, junto ao monumento ao ardina, próximo da Igreja dos Congregados.