Unidade contra a chantagem
A célula do PCP na TAP/SPdH acusa o Governo, a União Europeia e uma multinacional do sector da aviação de estarem a realizar «uma das mais vergonhosas operações de chantagem de sempre contra os trabalhadores de uma empresa portuguesa». Relativamente ao Governo, o PCP acusa-o de ameaçar, através do INAC, com a não renovação da licença da SPdH a partir do final deste ano, colocando como condição para essa renovação a privatização da empresa.
Do outro lado da operação, denuncia a célula do Partido, uma grande empresa internacional «coloca aos trabalhadores que para aceitar receber a SPdH de borla estes têm que abdicar de todos os direitos (até os do Código), aceitar centenas de despedimentos, aceitar o congelamento por anos dos salários e aceitar a privatização». Segundo o PCP, perante tal chantagem só há uma de duas alternativas: «ceder aos chantagistas ou resistir à chantagem.»
Porém, alertam os comunistas, o caminho da cedência «só conduz a novas chantagens, num processo sem fim onde os trabalhadores serão cada vez mais explorados e o País estará cada vez mais pobre». Assim, prossegue a célula, se o Governo recusa renovar a licença, só resta uma alternativa: «irmos TODOS buscar essa licença! Se for preciso, literalmente! Somos mais de dois mil trabalhadores! Unidos e na luta temos a força de derrotar os chantagistas!»
Para os comunistas, a privatização não é solução, nem para a SPdH nem para a TAP. E só os trabalhadores a poderão travar.
Não aos despedimentos na Coelima...
O Programa de Incentivo à Cessação de Contrato de Trabalho, decidido pela administração da Coelima e que ao que tudo indica tem a cobertura do Governo, é «uma ofensa à dignidade dos trabalhadores e um violento ataque ao direito ao trabalho». Num comunicado do Organismo do Sector Têxtil, o PCP alerta para a possibilidade de ocorrer ali um «despedimento, que a empresa não quantifica, mas que parece não ter limite» – o que seria «inaceitável e injusto. Inaceitável porque implicaria mandar trabalhadores para o desemprego num momento em que este é o principal problema da região; e injusto porque «não foram os trabalhadores nem os salários de miséria que recebem» que contribuíram para dificuldades que a empresa eventualmente possa ter.
Analisando mais profundamente o referido Programa, o PCP considera que as suas condições concretas são «ainda mais inaceitáveis por arbitrárias, ilegítimas e reveladoras de uma gestão danosa para a empresa». Para os comunistas, o «apoio financeiro» que a empresa garante que dará aos trabalhadores constituiria um roubo de 60 por cento daquilo a que legalmente têm direito.
Garantindo-lhes o seu apoio incondicional, o PCP apela ainda aos trabalhadores para que se mantenham unidos em torno do seu sindicato para melhor resistirem a mais esta vaga de despedimentos.
… e na SAPA
Num comunicado dirigido aos trabalhadores da SAPA, os comunistas de Sintra estão a denunciar a «intenção criminosa» da administração da SAPA II Perfis SA em avançar com o despedimento colectivo de mais uma centena de trabalhadores, pela via do encerramento da unidade produtiva do Cacém. Quando questionado sobre a situação dramática em que ficariam os trabalhadores e as suas famílias caso o encerramento se desse, o Governo «apenas se dignou a responder como se esta intenção fosse resultado do curso natural e legítimo de qualquer empresa», acusa o PCP.