Esquerda avança
O bloco de centro-direita, liderado pelo actual primeiro-ministro, Lars Loekke Rasmussen, foi derrotado nas eleições legislativas realizadas, dia 15, na Dinamarca, após dez anos de governação.
Vermelhos-verdes triplicam deputados
Os sociais-democratas, chefiados por Helle Thorning-Schmidt, e o Partido Socialista do Povo (SF) formarão o novo governo, que, pela primeira vez na história do país, será dirigido por uma mulher.
Todavia, a vitória da «esquerda» deveu-se, essencialmente, à subida de duas outras forças políticas: a Aliança Vermelha-Verde, que integra o Partido Comunista da Dinamarca, e o Partido Liberal-Democrata, que aspira a entrar no novo executivo.
Os verdes-vermelhos registaram uma assinalável progressão de 2,2 para 6,7 por cento, e de quatro para 12 deputados. Por sua vez, os liberais-democratas subiram de 5,1 para 9,5 por cento, e de nove para 17 deputados.
Ao invés, o Partido Social-Democrata registou o seu pior resultado de sempre, com 24,8 por cento e 44 deputados (contra 25,5 e 45 deputados em 2007). No mesmo sentido, o SF caiu para 9,2 por cento e 16 lugares (contra 13% e 23 deputados em 2007).
Ao todo, os partidos da esquerda parlamentar contam com uma maioria de 89 lugares, face aos 86 obtidos pelos partidos do centro-direita, num total de 179, nos quais se incluem ainda quatro assentos das Ilhas Feroe e da Gronelândia.
No campo da direita, o Partido do Povo Dinamarquês, principal promotor das leis draconianas contra os imigrantes, perdeu três dos seus 25 deputados e baixou de 13,9 para 12,3 por cento dos votos, o que é visto como um sinal claro de reprovação das políticas xenófobas.
Mas o maior perdedor foi o Partido do Povo Conservador, parceiro na anterior coligação governativa do Partido Liberal, que ficou sem dez dos seus 18 deputados e baixou de 10,4 para 4,9 por cento. Quanto aos liberais de Rasmussen, deve-se dizer que se mantiveram como o partido mais votado, somando um deputado aos 46 que tinham, com uma ligeira subida de 0,4 para 26,7 por cento.