O primeiro passo
Mais de uma centena de pessoas, civis e militares, marcaram presença, sexta-feira, na Casa do Alentejo, em Lisboa, num jantar de confraternização que constituiu a primeira iniciativa, com expressão pública, para a criação da Associação Conquistas da Revolução.
A Associação já conta com várias dezenas de adesões
Henrique Mendonça, da Comissão Promotora da Associação, numa breve intervenção, sublinhou a importância de criar a Associação – que apresentou como «imposição patriótica» – e informou que a Associação conta já com «várias centenas de adesões».
Falou a seguir José Emílio da Silva, que relembrou alguns momentos marcantes do processo revolucionário, designadamente: a derrota do golpe de 11 de Março de 1975; a Assembleia do MFA que decidiu a criação do Conselho da Revolução; as tomadas de posse e a acção desenvolvida pelos IV e V governos provisórios, presididos pelo General Vasco Gonçalves e dos quais o próprio José Emídio da Silva foi ministro da Educação e Cultura; e «o avanço impetuoso para as conquistas da Revolução, que viriam a transformar profunda e positivamente Portugal – e que, posteriormente consagradas na Constituição da República Portuguesa, viriam a moldar a democracia de Abril».
A encerrar as intervenções, outro membro da Comissão Promotora da Associação, António Modesto Navarro, acentuou a importância, no contexto actual – face à ofensiva que há mais de 35 anos tem vindo a destruir as conquistas da Revolução e a democracia de Abril – da criação de uma Associação tendo como referência primordial a Revolução de Abril e as suas conquistas históricas, bem como figuras marcantes a ela ligadas, em primeiro lugar o General Vasco Gonçalves.
Explicou, ainda, que só «por impedimentos legais» a Associação não adoptou a designação inicialmente prevista: Associação Vasco Gonçalves. Mas irá divulgar a sua «figura ímpar, o seu exemplo de dignidade, de coragem, de inteireza de carácter, a sua superior estatura moral, política, intelectual e humana, a sua dedicação a Portugal e aos portugueses – bem como promover a divulgação e o estudo do seu pensamento e da sua obra».
Garantiu, no entanto, que «o exemplo, a obra, o pensamento do Companheiro Vasco, enquanto património nacional e da Revolução de Abril, constituirão referências fundamentais da Associação Conquistas da Revolução».
Naquele jantar de confraternização foi ainda anunciada a realização da Assembleia Constitutiva da Associação Conquistas da Revolução, bem como outras iniciativas, de diverso tipo, a levar a cabo, designadamente: a participação nas Comemorações Populares do 25 de Abril e na Manifestação do 1.º de Maio; a comemoração de outras datas relevantes do processo revolucionário; o assinalar do 90.º aniversário do nascimento do General Vasco Gonçalves e a realização de uma Romagem ao túmulo do Companheiro Vasco, no dia 11 de Junho, pelas 11 horas.
No jantar participaram diversas personalidades militares e civis, entre os quais: Varela Gomes, Bilstein Sequeira, Manuel Begonha, Vasco Costa Santos, Lemos Pinheiro, Sequeira Alves, Manuel Custódio, Loureiro Barbosa, Álvaro Martins, António Várzea, Manuel Carvalho, José Santa-Bárbara, Samuel Quedas, Daniel Cabrita, Sérgio Ribeiro, Rodrigo de Freitas, Armando Myre-Dores, Eufrázio Filipe, Guilherme Satter, Francisco Melo, Filipe Diniz, Vítor Neves, Armando Melo, Armando Teixeira, Paulo Maia.