Romper com a política de direita
A definição urgente de estratégias para os projectos de Alqueva e do Aeroporto de Beja voltou a ser defendida pelo PCP, para quem esta é uma medida vital para tirar aquele distrito do Alentejo do estado de empobrecimento a que tem sido votado pela política de direita nas últimas três décadas.
Governos têm desprezado o Alentejo
Em recente declaração política proferida em nome do Grupo Parlamentar do PCP, o deputado João Ramos defendeu igualmente a valorização da agricultura e da oferta turística de qualidade, a par do desenvolvimento de um cluster associado às energias renováveis.
A aprovação de uma estratégia de desenvolvimento para o conjunto do Alentejo, com o incremento de medidas e políticas que fixem as pessoas e travem a desertificação humana do território, constitui outro dos pontos preconizados pelo PCP, que insiste ainda na necessidade de levar por diante a criação e instituição da região administrativa do Alentejo e o reforço das autarquias locais.
A adopção destas medidas afigura-se crucial para inverter o rumo de despovoamento e atraso que tem vindo registar-se, fruto de uma política que despreza as populações e se revela incapaz de potenciar as riquezas da região.
Populações sofrem
Dessa dramática realidade deu o deputado comunista público testemunho, referindo, desde logo, por exemplo, o que se passa no plano da rede viária, parte dela em «situação de completa ruptura», enquanto a mobilidade ferroviária sofreu um revês com a anunciada intenção de eliminar ligações e com o aumento dos tempos de deslocação, na linha da contínua política de desinvestimento na ferrovia.
Panorama desolador é também o que se encontra nos serviços de saúde, confrontados com a falta de profissionais e com uma crescente concentração nos aglomerados populacionais de maior dimensão, e por isso cada vez mais longe das pessoas que deles carecem.
Consequências nefastas para as populações tem, por outro lado, o encerramento de postos de correio ou a tentativa de
transferir a sua gestão para as autarquias, bem como o encerramento de perto de 40 escolas do 1º ciclo.
João Ramos lembrou ainda o atraso em projectos estruturantes para o desenvolvimento do distrito, que «têm a marca pioneira dos comunistas na sua proposta ou reivindicação», e que há muito deveriam estar ao serviço das populações e a criar riqueza e emprego.
Alvo de dura crítica da bancada comunista foi, noutro plano, a postura de «duas caras» assumida pelos eleitos do PS tanto na AR como nas autarquias.
«Lá, no distrito, são os maiores defensores da região, até participam em manifestações a exigir a manutenção de serviços, mas, aqui, onde se podem tomar decisões favoráveis, votam contra», sublinhou João Ramos, exemplificando com o chumbo pelo PS de propostas do PCP no âmbito do OE relativas a intervenções em estradas, nas escolas, nos postos da GNR, em instituições de apoio social, nas ligações ferroviárias, no transporte de doentes, na laboração da mina de Aljustrel.