Solidariedade com o povo sarauí
Deputados de todas as forças políticas com assento parlamentar expressaram em texto a sua solidariedade com o povo sarauí e o seu «inalienável direito à auto-determinação», exigindo simultaneamente a «condenação dos actos das autoridades marroquinas» e uma investigação aos factos relacionados com a acção repressiva do exército de que resultou a morte de um jovem sarauí de 14 anos.
Nayem Elgarhi foi assassinado pelas tropas marroquinas quando, como o Avante! noticiou na semana passada, conjuntamente com a sua família, tentava entrar no acampamento instalado perto de El Aiun, capital do Sara Ocidental.
Dessa intervenção das forças de segurança marroquinas, desde há semanas apostadas em manter um bloqueio completo ao acampamento, tendo mesmo chegado a iniciar a construção de um muro, resultaram ainda sete feridos.
Sujeitos a deploráveis condições humanitárias, privados de alimentos, água e remédios, os cerca de 25 mil sarauís nele presentes viram entretanto aquele espaço desmantelado pelas autoridades marroquinas, segundo informação veiculada pelas agências noticiosas esta segunda-feira (ver página 23).
Sublinhando que o acampamento traduz uma forma de «protesto pacífica» adoptada pelo povo sarauí em repúdio pela «falta de condições de vida», bem como contra a «contínua espoliação e exploração dos recursos naturais do Sara Ocidental» e «a repressão a que tem sido sujeito pelas autoridades marroquinas», no texto é exigido ainda «o respeito pelos direitos do homem, do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas».
Tendo como primeiros subscritores deputados do PCP, neste texto que condena a morte do jovem sarauí destacada é ainda a exigência de realizar o «referendo pela auto-determinação do Sara Ocidental, de acordo com as resoluções aprovadas nas Nações Unidas sobre esta matéria».