Estrangular a cultura

Reagindo ao recente anúncio da Fundação Calouste Gulbenkian sobre a intenção de extinguir o seu serviço de Belas Artes, o deputado comunista João Oliveira considerou que uma tal medida suscita «preocupação e apreensão».

Apreensão que é tanto maior, frisou, quanto é certo estarmos a viver «um quadro de desresponsabilização do Estado e do Governo em relação àquelas que são «as suas obrigações constitucionais».

E lembrou as lágrimas de crocodilo do primeiro-ministro em campanha eleitoral quando disse na televisão que se havia um erro de que se arrependia amargamente era o pouco investimento por si feito na cultura.

Ora, «depois de chorar estas lágrimas de crocodilo para enganar os portugueses», o que José Sócrates levou à AR, sublinhou João Oliveira dirigindo-se directamente à deputada do PS Inês Medeiros, que interviera emn defesa do Governo, «foi um Orçamento do Estado que foi o segundo mais baixo de que há memória» no que respeita a este sector.

Em linha com críticas de sentido idêntico feitas pelo BE, que suscitara esta matéria em declaração política, João Oliveira lembrou ainda que este é o Governo que «descarrega sobre as autarquias responsabilidades que são suas», que rejeita na AR as propostas do PCP no último OE para «um aumento dos apoios às artes e ao cumprimento das responsabilidade constitucionais do Estado», um Governo que «até na área da cultura insiste em fazer negócio com a privatização como acontece por exemplo com a Tobis», um Governo que «continua a remeter para a completa desprotecção todos os trabalhadores das artes e do espectáculo», um Governo que, em suma, pratica uma política de «estrangulamento e de eucaliptização da cultura».



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