Tribunal de Beja deu razão à Fenprof

Ministra multada

O Tribunal de Beja condenou a ministra da Educação por desobediência à providência cautelar provisória decretada, dia 4, que obriga à retirada da avaliação de desempenho do concurso.

Em Outubro a Fenprof já tinha alertado para estas injustiças

Assim que foi decretada a sentença da providência cautelar avançada pela Fenprof, a exigir a suspensão da avaliação de desempenho nos concursos, o secretariado da Federação Nacional dos Professores requereu, ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja, a execução imediata da sentença que decretou um prazo de cinco dias de não consideração da referida avaliação.

Como o Ministério da Educação desobedeceu à sentença, a ministra Isabel Alçada foi condenada, dia 6, ao pagamento de uma sanção pecuniária compulsória diária, equivalente a 8 por cento do salário mínimo nacional. Em comunicado, a Fenprof congratulou-se com a decisão  e voltou a reclamar a abolição da avaliação no concurso.

Em causa estiveram os critérios relativos à graduação de avaliação exigidos no formulário electrónico do concurso.

A necessidade de «aperfeiçoamento das candidaturas», decretada pelo tribunal, levou a federação a pugnar pela não aplicação e «abolição dos campos do formulário que consideram aquela avaliação, repudiada pela classe docente, desde que são conhecidos os seus critérios.

Só depois de multado e da solicitação de execução, no dia seguinte, da sentença, pela Fenprof é que o Ministério da Educação retirou, dia 6,  os parâmetros relativos à graduação da avaliação do formulário, mas manteve a intenção de prosseguir com o concurso.

Lamentando ter havido necessidade de a Fenprof ter recorrido uma segunda vez à mesma instância para garantir o cumprimento da sentença, a federação considerou, dia 7, que, apesar daquela sentença, «os problemas estão longe de se encontrarem resolvidos».

Responsabilizando o ME pela situação, por ter «recusado, oportunamente, resolver o problema», uma vez que a Fenprof tinha alertado para esta eventualidade, em conferência de imprensa, no dia 27 de Outubro do ano transacto, tendo, apenas, «em último recurso», recorrido aos tribunais. Só o fez depois de ter alertado os grupos parlamentares para o problema e de o Grupo Parlamentar do PS ter inviabilizado «uma votação que poria cobro ao problema», iniciativa do Grupo Parlamentar do PCP, chumbada no hemiciclo.

 

Graves injustiças

 

A Fenprof recordou, dia 4, num comunicado, como este concurso está a criar «problemas graves gerador de injustiças, irregularidades e ilegalidades», e tem gerado uma «espiral de problemas» que «nascem como cogumelos e parecem não ter fim».

No mesmo documento, a federação tinha recordado, ao ME, que muitos professores estavam a ser «obrigados a declarar que não foram avaliados», mesmo que o tenham sido em alguns casos, como os docentes nos Açores e os avaliados de acordo com os critérios do SIADAP. A federação alertou, então, para a eventualidade destes docentes acabarem excluídos do concurso, se não corrigissem a sua candidatura, inscrevendo-se como «não avaliados». Fazendo-o, «poderá ser posta em causa  a contagem do tempo de serviço que efectivamente cumpriram», avisou a Fenprof, reclamando a ausência de qualquer prejuízo, decorrente deste concurso, para estes professores.



Mais artigos de: Trabalhadores

CGTP-IN prepara grande manifestação

Com propostas alternativas que evitariam ser sempre os mesmos a pagar por crises que não provocaram, a CGTP-IN apela à participação de todos os trabalhadores e da população na grande manifestação nacional, dia 29, em Lisboa, para travar o actual ataque, sem precedentes, aos seus direitos.

Petrogal volta à greve

Recorrem à paralisação da laboração também os trabalhadores do Grupo BA Vidro, da Nutriquim, da Renault Chelas e outras empresas.

Capital fechou a <i>Rohde </i>

Os trabalhadores, empurrados para um beco sem saída, votaram contra o plano da administração da insolvência, que apontava para a liquidação da Rohde, mas estava tudo decidido.

Recuo nos transportes

Com o aval do Governo, as administrações começaram a negociar matérias que antes recusavam discutir, alegando então orientações do Governo, notou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, que vê este recuo como resultado das lutas...

Paguem os salários!

Para exigirem o pagamento dos salários em atraso, trabalhadores do Hotel Montechoro concentraram-se na segunda-feira, de manhã, frente às instalações daquela unidade (na foto). Uma delegação da Comissão Concelhia de Albufeira do PCP expressou solidariedade aos...

STAL critica Tribunal Constitucional

Discordando «totalmente» da decisão tomada pelo Tribunal Constitucional sobre o pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade da Lei de Vínculos, Carreiras e Remunerações, que confirmou a constitucionalidade do diploma 12-A do Governo,  o Sindicato...

Polícias sem folgas

Devido à visita do Papa Bento XVI a Portugal, os profissionais da PSP, afectos ao Metropolitano de Lisboa e que estavam de folga, viram-se «prejudicados nos seus direitos» para garantir a segurança, durante a visita, pois tiveram de cumprir serviço em dia de descanso, revelou, anteontem,...

Grandes sem tributação

A proposta de lei sobre tributação de mais-valias mobiliárias - que o Governo enviou à AR, como se também os lucros obtidos na especulação bolsista passassem a pagar imposto - abrange apenas uma pequena parte dos rendimentos obtidos em bolsa e deixa de fora os fundos de...

Prevenção e segurança no trabalho

O Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho (28 de Abril), que resulta de um projecto de resolução do PCP, é de particular importância para analisar a evolução da sinistralidade e avaliar as medidas de combate e este flagelo social. Fazer cumprir a...