De 18 a 21 de Maio

Petrogal volta à greve

Recorrem à paralisação da laboração também os trabalhadores do Grupo BA Vidro, da Nutriquim, da Renault Chelas e outras empresas.

A riqueza deve ser distribuída por quem a cria

A Fiequimetal/CGTP-IN reafirmou segunda-feira o apelo à participação dos trabalhadores da Petrogal (Grupo Galp Energia) na greve convocada para os dias 18 a 21, prosseguindo a luta por uma justa actualização salarial e pela garantia de distribuição de resultados em termos equivalentes aos anos anteriores.

Num comunicado que emitiu após mais uma reunião de negociação, realizada sexta-feira, a federação acusa a administração de, dizendo-se preocupada com o conflito, não dar as respostas necessárias para o resolver. Esta posição é ainda «mais estranha», porque a própria administração pediu aos representantes sindicais que apresentassem alternativa, «o que foi efectivamente feito». «Ficou perfeitamente claro que a administração não tem quaisquer argumentos válidos para rebater as justas exigências dos trabalhadores», refere a Fiequimetal, que notou até «desconforto» dos representantes da empresa perante a falta de justificação da desigualdade na distribuição de rendimentos, já que apenas um quarto dos rendimentos auferidos por 20 gestores daria para satisfazer totalmente as reivindicações dos cerca de quatro mil trabalhadores da Petrogal.

O recurso à greve foi decidido em plenários de trabalhadores, a 3 e 4 de Maio, e segue-se à paralisação de 19 a 21 de Abril, que teve muito forte adesão, encerrando as refinarias de Matosinhos e Sines.

Pela primeira vez, foi decidida uma forma de luta conjunta para as três fábricas do Grupo BA Vidro, assinala a Feviccom/CGTP-IN, no comunicado em que divulgou o pré-aviso de greve, para os dias 16 a 18 de Maio.

O Sindicato da Indústria Vidreira e a federação tiveram, a seu pedido, duas reuniões com a administração, mas esta não alterou a intenção de não aumentar salários este ano, admitindo apenas o pagamento do «prémio» por objectivos. Lembrando os milhões de euros de lucros obtidos nos últimos anos, a federação defende que os trabalhadores devem ser considerados como criadores desses lucros.

Abrangendo todos os turnos, a greve decorre das 16 horas de domingo, na Sotancro (Venda Nova, Amadora), até terça-feira (às 8 horas, em Avintes, e às 13 horas, na Marinha Grande).

A Feviccom anunciou ainda greves, também contra o congelamento de salários, na Postejo (Benavente), no dia 10, e na Rauschert (Trajouce, Cascais), amanhã. No sector decorrem «dezenas de plenários», adiantou a federação, admitindo que venham a ser decididas formas de luta e protesto.

Os trabalhadores da Nutriquim (Lavradio, Barreiro) decidiram realizar no final deste mês ou início de Junho mais quatro dias de greve, pela actualização dos salários. O Sinquifa/CGTP-IN recordou que, com duas horas de greve no final de cada período de trabalho, a 22, 23, 26 e 27 de Abril, a produção parou durante sete dias.

Na Renault Chelas mantém-se, com forte adesão nas oficinas, a série de greves, de uma hora por dia, iniciada no dia 3 de Maio e que deverá durar até dia 21, para exigir melhores salários e negociação do caderno reivindicativo. O Sindicato dos Metalúrgicos, que marcou para amanhã mais um plenário de trabalhadores, recordou que não houve aumentos salariais em 2009 e, agora, a administração «oferece» mais oito cêntimos por dia.



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