A pretexto da morte de Orlando Zapata

Sanha persecutória contra Cuba

PS, PSD, CDS e BE apresentaram e votaram favoravelmente no Parlamento votos de pesar pela morte de Orlando Zapata, ocorrida no dia 27 de Fevereiro. Foi igualmente cumprido um minuto de silêncio.
A bancada comunista votou favoravelmente as primeiras alíneas dos votos do PS e BE, onde se lamenta a morte de Orlando Zapata, mas rejeitou categoricamente o restante conteúdo dos vários votos, demarcando-se do que classificou de «operação em curso, coordenada e dinamizada pelos Estados Unidos, na sua sanha persecutória de sempre, contra Cuba e o seu Povo».
Foram estas as palavras utilizadas pelo líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, numa declaração de voto onde se afirma que o verdadeiro móbil de alguns dos proponentes dos votos «não é manifestar pesar com esta circunstância funesta» mas sim, «antes e fundamentalmente, inserir-se em mais uma operação de pressão e ingerência num país soberano, que há décadas está sujeito não só a um criminoso bloqueio mas também a todo o tipo de ataques, sabotagens, acções terroristas e actos violentos, incluindo tentativas de assassinato».
Prosseguindo a desmontagem dos verdadeiros objectivos que animam alguns dos autores desta iniciativa parlamentar, a bancada comunista lembra ainda que são os mesmos, afinal, «que não dizem uma palavra sobre as atrocidades de Guantánamo», os mesmo a quem «pouco importam os factos». E, a este propósito, entre outros exemplos, foi lembrado que «ignoram ou pretendem ignorar que lhe foram prestados todos os cuidados de saúde possíveis, incluindo uma operação em 2009 a um tumor cerebral».
«E certamente, tal como as organizações controladas e financiadas pelo escritório de interesses dos Estados Unidos em Havana, os proponentes destes votos nunca tinham ouvido falar de Orlando Zapata até à sua morte, altura em que o passaram a eleger como suposto “mártir», acrescentou o presidente da formação comunista, convicto de que para alguns dos proponentes destes votos, «colaboradores disciplinados da propaganda e das opções dos EUA», o seu critério para avaliar os acontecimentos é muito simples: «quem se submete às ordens dos EUA é automaticamente um “democrata”; quem luta pelo avanço de processos de afirmação progressista, defendendo a sua soberania em relação ao poderoso vizinho do Norte e aos interesses das suas empresas e corporações, só pode ser “antidemocrático” ou até “terrorista”».
«São os mesmo que nunca apresentaram um voto sobre as vítimas das acções norte-americanas em Cuba; nem sobre os mais de 30 mil cidadãos assassinados pelos paramilitares na Colômbia nos últimos 20 anos; nem sobre o golpe nas Honduras e o assassinato de militantes pela democracia; nem sobre a infiltração de comandos colombianos na Venezuela com uma lista de execuções de dirigentes comunistas e progressistas a efectuar», acusou Bernardino Soares.


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