Marcha Nacional para Washington
Dezenas de milhar de pessoas nos EUA, apoiadas por delegações de países de todo o mundo, manifestam-se a 25 de Outubro contra a ocupação do Iraque.
Cerca de 1200 soldados dos EUA foram feridos com gravidade
O povo iraquiano quer o fim da ocupação norte-americana. Os soldados dos EUA querem voltar para casa. É em defesa destas premissas que os norte-americanos vão voltar à rua no sábado, 25 de Outubro, dando corpo à Marcha Nacional que vai exigir em Washington: «Fim da ocupação, tragam as tropas para casa agora!»
A iniciativa, de cuja importância já ninguém duvida, tem vindo a congregar as atenções crescentes da comunicação social em torno das diversas acções preparatórios do evento. Foi o que sucedeu no início de Setembro com o debate promovido pela coligação ANSWER (Act Now to Stop War & End Racism), intitulado «Iraque: o “Vietname” de George W. Bush?». Entre os participantes contavam-se o antigo procurador Ramsey Clark, o bispo católico Thomas Gumbleton, familiares de soldados e outros dirigentes do movimento contra a guerra, que discutiram o movimento crescente nos EUA para retirar as tropas norte-americanas e pôr fim à ocupação.
Particular relevo mereceu o anúncio do novo Referendo Popular contra a Guerra no VoteNoWar.org, que permite às pessoas manifestar o seu apoio à exigência «Tragam as tropas para casa agora!», e comunicar directamente com o Congresso e com a Casa Branca.
Para os organizadores da Marcha Nacional de 25 de Outubro, «a criminosa ocupação do Iraque está a provocar a maior crise política da administração Bush».
A factura da guerra, dizem, aumenta diariamente, embora os dados oficiais o escondam. «Cerca de 1200 soldados dos EUA foram feridos com gravidade», enquanto o «número de mortos ascende já a 286», e todos os dias «há mais mortos e mais feridos».
Maior ainda é o segredo que envolve o número de iraquianos mortos, sublinham, garantindo que «dezenas de milhar de iraquianos morreram, o país está em ruínas, a população foi privadas dos serviços mais elementares à sobrevivência - electricidade, água, alimentação e medicamentos».
Agir para pôr fim a esta situação tornou-se um desígnio nacional para o povo norte-americano, e a marcha para Washington propõe-se demonstrá-lo.
Uma forte mensagem de protesto
O descontentamento popular não se dirige apenas contra Bush mas também contra o Congresso, acusado de continuar a funcionar a reboque da administração.
«Perante um aumento de 500 mil milhões de dólares do défice do orçamento federal, irá o Congresso aprovar mais 87 mil milhões de dólares para acrescentar aos 80 mil milhões já gastos com esta guerra ilegal e com a ocupação?» - questionam os pacifistas, instando a população a fazer sentir o seu desagrado aos políticos.
A questão não é de somenos, como o provam as estatísticas oficiais. O número de pobres nos EUA aumentou 1,7 milhões no ano passado, e o rendimento médio das famílias está em franco declínio. Desde Janeiro de 2001 foram encerrados 3 milhões de postos de trabalho. Enquanto Bush reduz os impostos dos ricos, o custo de vida agrava-se para os mais desfavorecidos. Como os dados oficiais igualmente demonstram, o sector mais atingido foi o dos afro-americanos, em cuja comunidade uma em cada quatro pessoas vive abaixo do limiar da pobreza.
Face a esta situação, a mensagem dos movimentos pela paz é clara: «as tropas devem voltar para casa e as centenas de milhar de milhões gastas no esforço para recolonizar economicamente o Iraque - uma aventura condenada ao fracasso - devem ser utilizadas para satisfazer as necessidades da população».
A 25 de Outubro, nas ruas e em torno da Casa Branca, o povo norte-americano vai deixar uma forte mensagem: «Bush e a sua estratégia de “guerra infinita” têm de ser travados».
Lisboa na rota da paz
Lisboa faz parte das capitais europeias que decidiram solidarizar-se com a iniciativa dos principais movimentos pela paz norte-americanos promovendo, no mesmo dia da Marcha de Washington, manifestações nos respectivos países contra a política de Bush para o Iraque e para o Médio Oriente.
Entre os promotores do protesto português conta-se o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), que em conjunto com uma vasta gama de outras organizações convoca os portugueses para uma concentração no dia 25 de Outubro, no Largo Camões, contra a ocupação do Iraque, pelo cancelamento do envio do contigente da GNR, pela devolução da soberania ao povo iraquiano.
No apelo divulgado a propósito, recorda-se que «a invasão e posterior ocupação do Iraque pelos EUA e os seus mais fieis aliados, à revelia do Conselho de Segurança da ONU e apesar do clamoroso repúdio da opinião pública, teve como pretexto a posse pelo Iraque de armas de destruição maciça e ligação do regime iraquiano à Al-Qaeda».
Fazendo notar que «seis meses volvidos nenhuma destas alegações se confirmaram», o documento sublinha o isolamento dos EUA e a sua incapacidade para pôr fim aos confrontos que todos os dias se verificam, e alerta para as «as novas manobras» de Washington «para envolver países que se opuseram à invasão».
Os promotores da iniciativa alertam também para o sistemático apoio norte-americano à «política militarista de Ariel Sharon», citando como exemplo o recente bombardeamento israelita à Síria, o que na sua opinião «torna a situação ainda mais explosiva em toda a região».
O documento critica ainda a decisão do Governo «de enviar forças militarizadas da GNR para o Iraque», considerando que isso coloca de novo Portugal «em confronto com a legalidade internacional e é contrária aos interesses nacionais».
A iniciativa, de cuja importância já ninguém duvida, tem vindo a congregar as atenções crescentes da comunicação social em torno das diversas acções preparatórios do evento. Foi o que sucedeu no início de Setembro com o debate promovido pela coligação ANSWER (Act Now to Stop War & End Racism), intitulado «Iraque: o “Vietname” de George W. Bush?». Entre os participantes contavam-se o antigo procurador Ramsey Clark, o bispo católico Thomas Gumbleton, familiares de soldados e outros dirigentes do movimento contra a guerra, que discutiram o movimento crescente nos EUA para retirar as tropas norte-americanas e pôr fim à ocupação.
Particular relevo mereceu o anúncio do novo Referendo Popular contra a Guerra no VoteNoWar.org, que permite às pessoas manifestar o seu apoio à exigência «Tragam as tropas para casa agora!», e comunicar directamente com o Congresso e com a Casa Branca.
Para os organizadores da Marcha Nacional de 25 de Outubro, «a criminosa ocupação do Iraque está a provocar a maior crise política da administração Bush».
A factura da guerra, dizem, aumenta diariamente, embora os dados oficiais o escondam. «Cerca de 1200 soldados dos EUA foram feridos com gravidade», enquanto o «número de mortos ascende já a 286», e todos os dias «há mais mortos e mais feridos».
Maior ainda é o segredo que envolve o número de iraquianos mortos, sublinham, garantindo que «dezenas de milhar de iraquianos morreram, o país está em ruínas, a população foi privadas dos serviços mais elementares à sobrevivência - electricidade, água, alimentação e medicamentos».
Agir para pôr fim a esta situação tornou-se um desígnio nacional para o povo norte-americano, e a marcha para Washington propõe-se demonstrá-lo.
Uma forte mensagem de protesto
O descontentamento popular não se dirige apenas contra Bush mas também contra o Congresso, acusado de continuar a funcionar a reboque da administração.
«Perante um aumento de 500 mil milhões de dólares do défice do orçamento federal, irá o Congresso aprovar mais 87 mil milhões de dólares para acrescentar aos 80 mil milhões já gastos com esta guerra ilegal e com a ocupação?» - questionam os pacifistas, instando a população a fazer sentir o seu desagrado aos políticos.
A questão não é de somenos, como o provam as estatísticas oficiais. O número de pobres nos EUA aumentou 1,7 milhões no ano passado, e o rendimento médio das famílias está em franco declínio. Desde Janeiro de 2001 foram encerrados 3 milhões de postos de trabalho. Enquanto Bush reduz os impostos dos ricos, o custo de vida agrava-se para os mais desfavorecidos. Como os dados oficiais igualmente demonstram, o sector mais atingido foi o dos afro-americanos, em cuja comunidade uma em cada quatro pessoas vive abaixo do limiar da pobreza.
Face a esta situação, a mensagem dos movimentos pela paz é clara: «as tropas devem voltar para casa e as centenas de milhar de milhões gastas no esforço para recolonizar economicamente o Iraque - uma aventura condenada ao fracasso - devem ser utilizadas para satisfazer as necessidades da população».
A 25 de Outubro, nas ruas e em torno da Casa Branca, o povo norte-americano vai deixar uma forte mensagem: «Bush e a sua estratégia de “guerra infinita” têm de ser travados».
Lisboa na rota da paz
Lisboa faz parte das capitais europeias que decidiram solidarizar-se com a iniciativa dos principais movimentos pela paz norte-americanos promovendo, no mesmo dia da Marcha de Washington, manifestações nos respectivos países contra a política de Bush para o Iraque e para o Médio Oriente.
Entre os promotores do protesto português conta-se o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), que em conjunto com uma vasta gama de outras organizações convoca os portugueses para uma concentração no dia 25 de Outubro, no Largo Camões, contra a ocupação do Iraque, pelo cancelamento do envio do contigente da GNR, pela devolução da soberania ao povo iraquiano.
No apelo divulgado a propósito, recorda-se que «a invasão e posterior ocupação do Iraque pelos EUA e os seus mais fieis aliados, à revelia do Conselho de Segurança da ONU e apesar do clamoroso repúdio da opinião pública, teve como pretexto a posse pelo Iraque de armas de destruição maciça e ligação do regime iraquiano à Al-Qaeda».
Fazendo notar que «seis meses volvidos nenhuma destas alegações se confirmaram», o documento sublinha o isolamento dos EUA e a sua incapacidade para pôr fim aos confrontos que todos os dias se verificam, e alerta para as «as novas manobras» de Washington «para envolver países que se opuseram à invasão».
Os promotores da iniciativa alertam também para o sistemático apoio norte-americano à «política militarista de Ariel Sharon», citando como exemplo o recente bombardeamento israelita à Síria, o que na sua opinião «torna a situação ainda mais explosiva em toda a região».
O documento critica ainda a decisão do Governo «de enviar forças militarizadas da GNR para o Iraque», considerando que isso coloca de novo Portugal «em confronto com a legalidade internacional e é contrária aos interesses nacionais».