Quando assistimos agora à retórica oficial sobre «reforma do ensino» é útil entender o que está por baixo e atrás. As reestruturações do ensino secundário e do ensino superior, num quadro apresentado como sendo de «contenção orçamental», procuram acelerar os processos de privatização do ensino e de bipolarização das qualificações escolares e das categorias laborais.
Numa produção quase irrepreensível da BBC, a RTP 2 transmitiu há meses em Portugal a série, famosa na Grã-Bretanha, que descreve o trabalho perigoso e a vida espantosa daqueles que ficariam conhecidos como traidores e espiões. Estas designações são susceptíveis de debate. Não correspondem, inteiramente, à opinião geral dos que viram o mundo a partir dos anos trinta e acompanharam o desenvolvimento dos conflitos entre os povos até aos nossos dias. E porque estamos já a 20 anos da morte do último dos chamados ‘espiões de Cambridge’, Anthony Blunt, vale a pena observar o que, na verdade, aconteceu.