Medidas urgentes para Portugal
Cerca de uma centena de pessoas, na sua esmagadora maioria representantes de sindicatos e outras organizações representativas de trabalhadores, participaram, sexta-feira, no Hotel Tuela, num debate subordinado ao tema «As consequências sociais da crise e medidas alternativas urgentes».
Os trabalhadores e as suas famílias sentem as consequências da política de direita
Uma grande iniciativa que contou com a participação de, entre outros, Ilda Figueiredo, deputado do PCP no Parlamento Europeu (PE), de Georgios Toussas, membro da Comissão de Emprego e Assuntos Sociais do PE e do Comité Central do PC da Grécia, e de Jaime Toga, da Comissão Política do PCP e responsável pela Organização Regional do Porto.
Na intervenção de abertura, Ilda Figueiredo afirmou: «A saída da crise exige uma ruptura com as políticas que estiveram na origem desta situação e uma mudança de fundo nas orientações e nas medidas existentes. Mas não é essa a disposição dos responsáveis da União Europeia (UE), como o demonstra a recente entrada em vigor do Tratado de Lisboa, que visa o aprofundamento da integração capitalista, militarista e federalista da UE, ou seja, das medidas que estiveram na origem desta crise.» A dirigente comunista sublinhou ainda a crescente divergência de Portugal em relação aos demais países da UE nos indicadores económicos e sociais.
Por seu lado, Georgios Toussas lembrou que as alegações dos partidos social-democratas» e das «forças oportunistas», a propósito da crise, ocorrem, exclusivamente «por causa da gestão neoliberal», que escondem a «verdade», «branqueiam a social-democracia» e «exoneram ao capitalismo as suas responsabilidades». «A verdadeira causa da crise é a agudização da contradição principal do capitalismo, ou seja, a contradição entre o carácter social da produção e a apropriação individual capitalista dos seus resultados devido ao facto de que os meios de produção estão sob a propriedade capitalista», sublinhou o dirigente do PC da Grécia, que aprofundou ainda a caracterização das consequências do neoliberalismo para o povo grego, referindo o caminho da contra-ofensiva popular por mudanças radicais, rumo ao socialismo, como o caminho preconizado pelo PC da Grécia para a saída da crise e do capitalismo.
Encerramento de empresas
Por último, Jaime Toga caracterizou como sendo de continuidade as políticas do novo Governo, do PS, que levaram o País à difícil situação que hoje atravessa. «O conjunto dos problemas que o País enfrenta sente-se particularmente na região Norte e no distrito do Porto, onde os trabalhadores e as suas famílias sentem no dia-a-dia as consequências da política de direita», alertou, dando conta que o tecido produtivo da região «vive um processo acelerado de definhamento», com o encerramento diário das suas empresas.
«No sector têxtil, entre 2006 e 2007, perderam-se 378 empresas no nosso País, das quais 134 só no distrito do Porto», lamentou, dando como exemplo os distritos de Penafiel e Baião que «perderam mais de 10 por cento das fábricas que detinham este sector».
Na metalurgia, no mesmo período, Portugal viu diminuir 436 empresas, das quais 144 no distrito do Porto. «No conjunto das indústrias transformadoras, o País perdeu 3319 empresas entre 2006 e 2007, sendo que 923 eram do distrito do Porto. Aliás, todos os 18 concelhos do distrito perderam empresas da indústria transformadora», informou, referindo ainda outros indicadores como o número de desempregados e de beneficiários do rendimento social de inserção, ambos bastante acima da própria média nacional.
A terminar, Jaime Toga frisou que Portugal precisa de uma ruptura e de uma mudança de política, que passa pela defesa dos sectores produtivos e da produção nacional. Defendeu, de igual forma, o desenvolvimento e a promoção do mercado interno, e a adopção de uma política de promoção de emprego com direitos.
Na intervenção de abertura, Ilda Figueiredo afirmou: «A saída da crise exige uma ruptura com as políticas que estiveram na origem desta situação e uma mudança de fundo nas orientações e nas medidas existentes. Mas não é essa a disposição dos responsáveis da União Europeia (UE), como o demonstra a recente entrada em vigor do Tratado de Lisboa, que visa o aprofundamento da integração capitalista, militarista e federalista da UE, ou seja, das medidas que estiveram na origem desta crise.» A dirigente comunista sublinhou ainda a crescente divergência de Portugal em relação aos demais países da UE nos indicadores económicos e sociais.
Por seu lado, Georgios Toussas lembrou que as alegações dos partidos social-democratas» e das «forças oportunistas», a propósito da crise, ocorrem, exclusivamente «por causa da gestão neoliberal», que escondem a «verdade», «branqueiam a social-democracia» e «exoneram ao capitalismo as suas responsabilidades». «A verdadeira causa da crise é a agudização da contradição principal do capitalismo, ou seja, a contradição entre o carácter social da produção e a apropriação individual capitalista dos seus resultados devido ao facto de que os meios de produção estão sob a propriedade capitalista», sublinhou o dirigente do PC da Grécia, que aprofundou ainda a caracterização das consequências do neoliberalismo para o povo grego, referindo o caminho da contra-ofensiva popular por mudanças radicais, rumo ao socialismo, como o caminho preconizado pelo PC da Grécia para a saída da crise e do capitalismo.
Encerramento de empresas
Por último, Jaime Toga caracterizou como sendo de continuidade as políticas do novo Governo, do PS, que levaram o País à difícil situação que hoje atravessa. «O conjunto dos problemas que o País enfrenta sente-se particularmente na região Norte e no distrito do Porto, onde os trabalhadores e as suas famílias sentem no dia-a-dia as consequências da política de direita», alertou, dando conta que o tecido produtivo da região «vive um processo acelerado de definhamento», com o encerramento diário das suas empresas.
«No sector têxtil, entre 2006 e 2007, perderam-se 378 empresas no nosso País, das quais 134 só no distrito do Porto», lamentou, dando como exemplo os distritos de Penafiel e Baião que «perderam mais de 10 por cento das fábricas que detinham este sector».
Na metalurgia, no mesmo período, Portugal viu diminuir 436 empresas, das quais 144 no distrito do Porto. «No conjunto das indústrias transformadoras, o País perdeu 3319 empresas entre 2006 e 2007, sendo que 923 eram do distrito do Porto. Aliás, todos os 18 concelhos do distrito perderam empresas da indústria transformadora», informou, referindo ainda outros indicadores como o número de desempregados e de beneficiários do rendimento social de inserção, ambos bastante acima da própria média nacional.
A terminar, Jaime Toga frisou que Portugal precisa de uma ruptura e de uma mudança de política, que passa pela defesa dos sectores produtivos e da produção nacional. Defendeu, de igual forma, o desenvolvimento e a promoção do mercado interno, e a adopção de uma política de promoção de emprego com direitos.