Fraude eleitoral comprovada no Afeganistão
A Comissão das Queixas Eleitorais (ECC) afegã ordenou esta segunda-feira, 19, a invalidação dos votos de 210 assembleias de voto, o que segundo a organização norte-americana de observação eleitoral Democracy International significa que quase 1,3 milhões dos votos da eleição de 20 de Agosto são inválidos.
De acordo com a organização, estes dados fazem com que a votação do ainda presidente, Hamid Karzai, desça para os 48% (contra os 54,6% que lhe tinham sido atribuídos) e que o seu principal adversário, Abdullah Abdullah, suba dos 27,8% que lhe foram inicialmente creditados para 32%.
A confirmarem-se tais resultados, torna-se necessário uma segunda volta.
No comunicado divulgado pela ECC, citado pela Agência Lusa, a Comissão, que conta com o apoio da ONU, afirma ter encontrado «provas claras e convincentes de fraudes» nas referidas assembleias de voto, situadas em diferentes pontos do Afeganistão, pelo que a votação aí registada deve ser anulada.
Tendo em conta as conclusões a que chegou, a ECC ordenou à Comissão Eleitoral Independente – a quem cabe anunciar o resultado final das eleições – que «invalide uma percentagem dos votos de cada candidato» nas presidenciais.
A Comissão de Queixas decidiu, por outro lado, que «os votos das 18 assembleias de voto que foram colocados 'em quarentena' pela Comissão Eleitoral Independente devem ser incluídos no resultado (final), por não ter sido descoberta qualquer prova clara de fraude».
Na expectativa
Apesar de não haver referências aos candidatos afectados e quantos votos perdem, a organização Democracy International parece não ter dúvidas quanto à necessidade de «uma segunda volta entre Hamid Karzai e o candidato que ficou em segundo lugar, Abdullah Abdullah».
A ECC escusou-se a comentar estas informações, o mesmo sucedendo com um porta-voz da campanha de Hamid Karzai, Waheed Omar, que alega não poder «dar uma opinião com base nos números divulgados» no início da semana.
Já Fazel Sancharaki, porta-voz da campanha de Abdullah Abdullah, disse que a comissão apoiada pela ONU «está sob ameaça» de Karzai e que o presidente está a pressionar a Comissão Eleitoral para não aceitar os resultados do inquérito.
«Ele está a dizer-lhes que não aceitem as conclusões se estas mostrarem menos de 50% dos votos para ele. É por isso que a Comissão eleitoral não vai aceitar o relatório», disse Sancharaki. Apesar dos representantes de Karzai desmentirem quaisquer pressões, a Comissão Eleitoral é considerada «favorável» ao presidente cessante.
A posição da Comissão Eleitoral deve ser conhecida dentro de alguns dias.
A presidência sueca da União Europeia apelou entretanto a Hamid Karzai para que aceite a realização de uma segunda volta das eleições presidenciais se essa for a recomendação do relatório do inquérito sobre fraudes.
De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros sueco, Carl Bildt, que preside este semestre ao conselho de ministros dos 27, é necessário que todos os que participam no processo eleitoral no Afeganistão respeitem plenamente todos os aspectos do processo.
«Isso inclui o trabalho da Comissão das Queixas Eleitorais afegã (ECC) e da Comissão Eleitoral Independente (IEC)», acrescentou.
De acordo com a organização, estes dados fazem com que a votação do ainda presidente, Hamid Karzai, desça para os 48% (contra os 54,6% que lhe tinham sido atribuídos) e que o seu principal adversário, Abdullah Abdullah, suba dos 27,8% que lhe foram inicialmente creditados para 32%.
A confirmarem-se tais resultados, torna-se necessário uma segunda volta.
No comunicado divulgado pela ECC, citado pela Agência Lusa, a Comissão, que conta com o apoio da ONU, afirma ter encontrado «provas claras e convincentes de fraudes» nas referidas assembleias de voto, situadas em diferentes pontos do Afeganistão, pelo que a votação aí registada deve ser anulada.
Tendo em conta as conclusões a que chegou, a ECC ordenou à Comissão Eleitoral Independente – a quem cabe anunciar o resultado final das eleições – que «invalide uma percentagem dos votos de cada candidato» nas presidenciais.
A Comissão de Queixas decidiu, por outro lado, que «os votos das 18 assembleias de voto que foram colocados 'em quarentena' pela Comissão Eleitoral Independente devem ser incluídos no resultado (final), por não ter sido descoberta qualquer prova clara de fraude».
Na expectativa
Apesar de não haver referências aos candidatos afectados e quantos votos perdem, a organização Democracy International parece não ter dúvidas quanto à necessidade de «uma segunda volta entre Hamid Karzai e o candidato que ficou em segundo lugar, Abdullah Abdullah».
A ECC escusou-se a comentar estas informações, o mesmo sucedendo com um porta-voz da campanha de Hamid Karzai, Waheed Omar, que alega não poder «dar uma opinião com base nos números divulgados» no início da semana.
Já Fazel Sancharaki, porta-voz da campanha de Abdullah Abdullah, disse que a comissão apoiada pela ONU «está sob ameaça» de Karzai e que o presidente está a pressionar a Comissão Eleitoral para não aceitar os resultados do inquérito.
«Ele está a dizer-lhes que não aceitem as conclusões se estas mostrarem menos de 50% dos votos para ele. É por isso que a Comissão eleitoral não vai aceitar o relatório», disse Sancharaki. Apesar dos representantes de Karzai desmentirem quaisquer pressões, a Comissão Eleitoral é considerada «favorável» ao presidente cessante.
A posição da Comissão Eleitoral deve ser conhecida dentro de alguns dias.
A presidência sueca da União Europeia apelou entretanto a Hamid Karzai para que aceite a realização de uma segunda volta das eleições presidenciais se essa for a recomendação do relatório do inquérito sobre fraudes.
De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros sueco, Carl Bildt, que preside este semestre ao conselho de ministros dos 27, é necessário que todos os que participam no processo eleitoral no Afeganistão respeitem plenamente todos os aspectos do processo.
«Isso inclui o trabalho da Comissão das Queixas Eleitorais afegã (ECC) e da Comissão Eleitoral Independente (IEC)», acrescentou.