Jerónimo de Sousa no Litoral Alentejano e no distrito de Beja

«É preciso dar mais força à CDU»

Miguel Inácio
Já ninguém consegue parar a dinâmica da CDU, uma força que está a crescer, que «avança com toda a confiança», e que quer, no dia 27 de Setembro, mais votos e mais deputados para uma verdadeira ruptura com a política de direita.

Uma po­lí­tica de rup­tura com as po­lí­ticas de di­reita

Na sexta-feira, a nove dias do escrutínio para eleger os 230 deputados que vão constituir a Assembleia da República, Jerónimo de Sousa esteve, na parte da manhã, no Litoral Alentejano, e, no resto do dia, no Distrito de Beja.
Um dia de campanha que ficou marcado por duas gigantescas arruadas em Alcácer do Sal e em Grândola, onde alertou para os problemas que 33 anos de política de direita trouxeram ao País: desemprego, precariedade, ataque aos direitos, empobrecimento, desigualdades, destruição do aparelho produtivo, falta de equipamentos sociais e degradação dos serviços públicos.
No entanto, perante o cenário de injustiça social, há também uma mensagem de esperança de que «Sim, é possível uma vida melhor». «Eu quero agradecer, em nome dos trabalhadores da Si­ságua, o apoio do PCP e das autarquias CDU, a forma como nos defendeu quando sofremos a carga policial. Foi o único Partido que esteve lá a apoiar os trabalhadores. Por isso digo: não são todos iguais, a CDU é diferente!», frisou um popular, pedindo, de seguida, um abraço, correspondido, pelo Secretário-geral do PCP.
Momentos que aconteciam, espontaneamente, a cada «metro», a cada esquina, a cada pessoa, que a Coligação ia encontrando. «Há por aí muita gente a passar fome», «Isto anda mal para o negócio», lamentavam-se os lojistas e pequenos comerciantes da baixa da cidade, que obtiveram como resposta: «Esta situação não pode ser sempre assim. O que é preciso é dar mais força à CDU. Nós temos propostas para resolver os problemas dos portugueses». «Se queres que isto mude, CDU é a atitude», entoavam, entretanto, os activistas e amigos da Coligação.
De grande importância foi ainda a recepção que o Secretário-geral do PCP sentiu por parte dos trabalhadores da autarquia PS, que, nas janelas dos seus escritórios, saudaram a passagem da comitiva que, entre outros, contava com a presença de Fran­cisco Lopes e He­loísa Apo­lónia, candidatos da CDU à Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Setúbal. Pessoas que, segundo a mandatária distrital da CDU, Odete Santos, lia-se num documento entregue à população, «defendem uma política de ruptura com as políticas de direita, que, pouco tempo depois do 25 de Abril, começaram a desbravar os caminhos que levaram ao desemprego de mais de meio milhão de portugueses, à fome e à pobreza».
Presente esteve também o candidato da CDU à Câmara de Alcácer do Sal, An­tero Ba­lona, que, ao , falou do «des­con­ten­ta­mento» das po­pu­la­ções, re­la­ti­va­mente ao exe­cu­tivo que go­verna a au­tar­quia e o País. No con­celho, la­mentou, «não fi­zeram nada. Li­mi­taram-se a fazer al­gumas obras que es­tavam fi­nan­ci­adas através de can­di­da­turas que a CDU tinha con­se­guido an­te­ri­or­mente». Para o fu­turo, o ca­beça de lista frisou que a CDU tem pro­postas para o em­prego, para a área so­cial e am­bi­ental, como a «cons­trução da ETAR de Al­cácer do Sal, um pro­jecto pra­ti­ca­mente con­cluído, que foi chum­bado pelo PS».

Voto contra a po­lí­tica de di­reita

Em Grân­dola, Je­ró­nimo de Sousa par­ti­cipou num al­moço com cen­tenas de apoi­antes a ac­ti­vistas da CDU. Antes, uma vez que sala de re­fei­ções es­tava a abar­rotar de gente, re­a­lizou-se, à porta, um co­mício que contou com as in­ter­ven­ções de Ra­fael Ro­dri­gues, ca­beça de lista à Câ­mara Mu­ni­cipal, e do Se­cre­tário-geral do PCP.
Na sessão, o can­di­dato à au­tar­quia co­meçou por lem­brar as vi­tó­rias, em Grân­dola, «da can­di­da­tura de Je­ró­nimo de Sousa à pre­si­dência da Re­pú­blica» e da CDU para o Par­la­mento Eu­ropeu. «É pre­ciso agora lu­tarmos por novas vi­tó­rias para a As­sem­bleia da Re­pú­blica e para os ór­gãos mu­ni­ci­pais», afirmou, acen­tu­ando que «é pre­ciso um voto contra a po­lí­tica do PS, um Go­verno que anda de braço dado com a di­reita, que go­verna para be­ne­fício de poucos com o di­nheiro pú­blico que é de todos, e que devia ser para aqueles que mais pre­cisam». Com fortes pre­ten­sões de voltar a con­quistar a Câ­mara de Grân­dola, Ra­fael Ro­dri­gues disse ainda que «é pre­ciso votar contra a in­com­pe­tência e a in­ca­pa­ci­dade do exe­cu­tivo PS para gerir os des­tinos do con­celho».
O Se­cre­tário-geral do PCP des­tacou o facto de a CDU con­ti­nuar a «crescer, a avançar, que no dia 27 de Se­tembro e no dia 11 de Ou­tubro, po­demos ter um bom re­sul­tado elei­toral». «A CDU tem uma pro­posta al­ter­na­tiva de rup­tura e de mu­dança, porque con­si­dera que os por­tu­gueses não então con­de­nados ao atraso, ao re­tro­cesso, à in­jus­tiça, às de­si­gual­dades, ao en­di­vi­da­mento em re­lação ao ex­te­rior», afirmou.

Uma vida me­lhor para o dis­trito de Beja

Em Al­jus­trel, dis­trito de Beja, terra de fortes tra­di­ções mi­neiras e an­ti­fas­cistas, onde a CDU venceu as úl­timas elei­ções au­tár­quicas, le­gis­la­tivas e pre­si­den­ciais, uma en­chente de pes­soas voltou a en­cantar o co­ração do Se­cre­tário-geral do PCP. «O povo de Al­jus­trel não es­quece quem es­teve ao seu lado, nas pe­quenas e nas grandes lutas, em de­fesa dos postos de tra­balho e do fun­ci­o­na­mento da mina», frisou.
Esta ini­ci­a­tiva contou ainda com a pre­sença de Ma­nuel Ca­macho, pre­si­dente e ca­beça de lista da CDU à Câ­mara Mu­ni­cipal. «Este en­tu­si­asmo dá-nos mais força para a luta que temos pela frente», agra­deceu. «Es­tamos tran­quilos porque a razão está do nosso lado, somos efec­ti­va­mente a força que de­fende o Alen­tejo e os seus tra­ba­lha­dores», disse ainda o au­tarca.
Por seu lado, José So­eiro, de­pu­tado e can­di­dato da Co­li­gação à As­sem­bleia da Re­pú­blica, lem­brou que «nada foi feito de po­si­tivo no Alen­tejo que não tenha a marca da CDU», no­me­a­da­mente o «Al­queva» e o «Ae­ro­porto de Beja». Pro­meteu ainda lutar pelo fun­ci­o­na­mento das Minas de Al­jus­trel «É com a CDU que os tra­ba­lha­dores e o povo do dis­trito de Beja en­con­trarão um ca­minho para uma vida me­lhor», acres­centou.

PS ao lado dos po­de­rosos

Em Beja, no Bairro da Es­pe­rança, Je­ró­nimo de Sousa re­cebeu mais uma en­tu­siás­tica re­cepção, com largas de­zenas de mo­ra­dores a em­pu­nhar a cor que dá nome ao bairro, o verde.
Nesta ini­ci­a­tiva par­ti­ci­param José Ba­guinho, se­cre­tário e ca­beça de lista da CDU à Junta de Santa Maria, Fran­cisco Santos, pre­si­dente e pri­meiro can­di­dato à Câ­mara de Beja, o can­di­dato José So­eiro e José Ca­ta­lino, da Co­missão Po­lí­tica do PCP.
Fran­cisco Santos re­cordou que no úl­timo man­dato a au­tar­quia CDU acabou com as bar­racas e al­ca­troou as ruas da­quele Bairro.«Es­tamos sempre dis­po­ní­veis para que a qua­li­dade da vida das pes­soas me­lhore», afirmou, pro­me­tendo, para o fu­turo, «equi­pa­mentos de grande im­por­tância que podem dar a esta zona uma nova cen­tra­li­dade à ci­dade de Beja», no­me­a­da­mente a cons­trução de um centro co­mer­cial, de um quartel de bom­beiros e de um lar de ter­ceira idade.
Je­ró­nimo de Sousa falou da si­tu­ação «in­sus­ten­tável dos que menos têm e menos podem». «Aqueles que tra­ba­lham, que vivem da sua re­forma ou da sua pensão, têm sido pre­ju­di­cados por uma po­lí­tica e por um Go­verno que pensa mais nos grandes, nos po­de­rosos, nos se­nhores do di­nheiro, do que no povo, com os seus pro­blemas so­ciais, com os seus pro­blemas sa­la­riais, com os seus pro­blemas de em­prego», cri­ticou.

Eleger mais de­pu­tados em Beja

Na úl­tima ini­ci­a­tiva da noite, em Cuba do Alen­tejo, o Se­cre­tário-geral do PCP voltou a apelar ao voto na CDU, de forma a eleger, pelo menos, dois de­pu­tados pelo dis­trito de Beja. «Se a CDU for a pri­meira força po­lí­tica, aqui no dis­trito de Beja, po­demos eleger não um mas dois de­pu­tados para a As­sem­bleia da Re­pú­blica», frisou Je­ró­nimo de Sousa, du­rante um jantar, com mais de 400 pes­soas, re­a­li­zado no Salão dos Bom­beiros Vo­lun­tá­rios de Cuba do Alen­tejo.
Na oca­sião, o Se­cre­tário-geral do PCP di­rigiu ainda uma pa­lavra de «so­li­da­ri­e­dade» para todos aqueles que ti­veram a «dig­ni­dade» de in­te­grar as listas da CDU e que não ver­garam pe­rante as «pres­sões» do PS.
João Por­tugal, ca­beça de lista à Câ­mara Mu­ni­cipal, acusou o exe­cu­tivo PS de tentar «manter os votos a todo o custo». «Tem sido uma cor­reria de mi­nis­tros e se­cre­tá­rios de Es­tado. Até o di­rector-geral de Saúde es­teve em Al­ber­garia dos Fusos, num lugar com cem pes­soas, para inau­gurar um centro de saúde», re­velou, de­nun­ci­ando ainda a «en­trega de elec­tro­do­més­ticos, te­le­mó­veis, tudo sem vir à Câ­mara». «Cuba pre­cisa de uma mu­dança para que toda a po­pu­lação possa sentir que no con­celho de Cuba ter­minou um ciclo e que um novo ciclo, um novo tempo vai co­meçar», des­tacou.


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