Unasul à procura da confiança perdida
O ministro equatoriano, Fander Falconí, abriu a reunião extraordinária de ministros dos Negócios Estrangeiros e de Defesa da União de Nações Sul-americanas (Unasul), iniciada dia 15 na capital do Equador, Quito, com um pedido para que o debate decorresse de forma «transparente e clara». O objectivo era conseguir um consenso sobre os pontos que não foram resolvidos na cimeira de presidentes da Unasul realizada em Bariloche (Argentina) no mês passado.
No fecho desta edição desconhecia-se ainda o resultado dos trabalhos, mas segundo Falconí existia um texto «consolidado» na reunião do conselho de delegados que antecedeu o encontro dos ministros, estruturado em cinco eixos: troca de informação militar, transparência de despesas de defesa, informação e consulta sobre actividades militares em zonas de fronteira, consulta e cooperação sobre actividades militares não previstas, e cumprimento e verificação do que foi acordado.
Trata-se, em síntese, de tentar encontrar mecanismos que restaurem a confiança perdida numa altura em que a região está mergulhada na polémica da instalação das bases militares norte-americanas na Colômbia e na alegada «corrida armamentista» do Brasil e da Venezuela.
«Todos os acordos, não só o dos EUA com a Colômbia, entram no processo das medidas de confiança mútua», declarou à imprensa o ministro da Defesa equatoriano, Javier Ponce, que preside ao Conselho Sul-Americano de Defesa pelo seu país deter actualmente a presidência do bloco.
Segundo Ponce, o processo de diálogo com a Colômbia estará num estado avançado, não estando em causa «vetar» o acordo com os EUA mas sim «ajustar a informação» e chegar a um consenso «em termos de confiança mútua». Os mecanismos para esse efeito, sublinhou, «devem ser aplicáveis aos acordos existentes com países da região e extra-regionais, bem como ao tráfico ilícito de armas, ao narcotráfico e ao terrorismo, em conformidade com a legislação de cada país».
Tendo presente que o Equador e a Colômbia romperam relações em Março de 2008, na sequência de um ataque das tropas colombianas a um acampamento temporário das FARC em território equatoriano que provocou a morte de mais de 20 pessoas, incluindo um cidadão equatoriano; que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, exige «que se diga a verdade» sobre a instalação de sete novas bases militares dos EUA, que considera uma «ameaça» para a estabilidade da região; que o Brasil, através do seu representante, Celso Amorim, não esconde o receio de que, a pretexto da luta contra o terrorismo, as forças norte-americanas ataquem outros países a partir da Colômbia; que este receio é partilhado por muitos outros países; e que o presidente peruano, Alan García, numa iniciativa inesperada, tenha enviado uma carta ao Conselho de Segurança propondo que se analise a situação de cada país e se divulgue os montantes dos gastos militares, incluindo manutenção, instalações, tropas e compras de armas, advogando o fim do armamentismo através de um «mecanismo de transparência e confiança e do compromisso de todos os membros de um Pacto de Não Agressão, reconhecendo na Unasul um mecanismo superior que garanta colectivamente essa meta»; tendo isto presente, dizia-se, seria imprudente avançar prognósticos dos resultados de Quito.
No fecho desta edição desconhecia-se ainda o resultado dos trabalhos, mas segundo Falconí existia um texto «consolidado» na reunião do conselho de delegados que antecedeu o encontro dos ministros, estruturado em cinco eixos: troca de informação militar, transparência de despesas de defesa, informação e consulta sobre actividades militares em zonas de fronteira, consulta e cooperação sobre actividades militares não previstas, e cumprimento e verificação do que foi acordado.
Trata-se, em síntese, de tentar encontrar mecanismos que restaurem a confiança perdida numa altura em que a região está mergulhada na polémica da instalação das bases militares norte-americanas na Colômbia e na alegada «corrida armamentista» do Brasil e da Venezuela.
«Todos os acordos, não só o dos EUA com a Colômbia, entram no processo das medidas de confiança mútua», declarou à imprensa o ministro da Defesa equatoriano, Javier Ponce, que preside ao Conselho Sul-Americano de Defesa pelo seu país deter actualmente a presidência do bloco.
Segundo Ponce, o processo de diálogo com a Colômbia estará num estado avançado, não estando em causa «vetar» o acordo com os EUA mas sim «ajustar a informação» e chegar a um consenso «em termos de confiança mútua». Os mecanismos para esse efeito, sublinhou, «devem ser aplicáveis aos acordos existentes com países da região e extra-regionais, bem como ao tráfico ilícito de armas, ao narcotráfico e ao terrorismo, em conformidade com a legislação de cada país».
Tendo presente que o Equador e a Colômbia romperam relações em Março de 2008, na sequência de um ataque das tropas colombianas a um acampamento temporário das FARC em território equatoriano que provocou a morte de mais de 20 pessoas, incluindo um cidadão equatoriano; que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, exige «que se diga a verdade» sobre a instalação de sete novas bases militares dos EUA, que considera uma «ameaça» para a estabilidade da região; que o Brasil, através do seu representante, Celso Amorim, não esconde o receio de que, a pretexto da luta contra o terrorismo, as forças norte-americanas ataquem outros países a partir da Colômbia; que este receio é partilhado por muitos outros países; e que o presidente peruano, Alan García, numa iniciativa inesperada, tenha enviado uma carta ao Conselho de Segurança propondo que se analise a situação de cada país e se divulgue os montantes dos gastos militares, incluindo manutenção, instalações, tropas e compras de armas, advogando o fim do armamentismo através de um «mecanismo de transparência e confiança e do compromisso de todos os membros de um Pacto de Não Agressão, reconhecendo na Unasul um mecanismo superior que garanta colectivamente essa meta»; tendo isto presente, dizia-se, seria imprudente avançar prognósticos dos resultados de Quito.