Honduras

Um grito de libertação

O povo hondurenho assinalou na terça-feira, 15, o dia da independência com massivos desfiles em todo o país, contra o golpe militar e em defesa da democracia.

A libertação chegará quando houver verdadeira

As acções de massas realizadas tanto em Tegucigalpa como noutras localidades não celebraram propriamente a independência, pois como afirmou o secretário-geral da Federação Unitária de Trabalhadores, Israel Salinas, citado pela Prensa Latina, há 150 anos que as Honduras vivem na dependência política e económica, em efectiva subordinação às grandes potências, como os Estados Unidos. O que os hondurenhos quiseram celebrar nas ruas, segundo Salinas, foi o grito de libertação, que chegará quando houver verdadeira independência.
Para o dirigente sindical, o «povo acordou depois de 28 de Junho, sabe o que quer e isso será alcançado na Assembleia Nacional Constituinte. É essa a nossa luta, que é digna, que é de princípios».
Também o coordenador geral da Frente contra o golpe, Juan Barahona, considera que a luta está presente em todos os 18 departamentos das Honduras e vai prosseguir até que seja reposta a ordem constitucional, o presidente Manuel Zelaya regresse ao país e o povo tenha direito a eleger uma Assembleia constituinte.
A luta que tantos tentam silenciar, acrescenta Barahona, é para fazer reverter as privatizações neoliberais, devolver as terras aos camponeses, alcançar uma vida digna com educação e saúde de qualidade gratuitas e universais, e implementar uma democracia verdadeiramente participativa.
Bem distinta é a postura do governo golpista de Micheletti, que assinalou a data com um desfile militar a confluir para o Estádio Nacional.
Já a resistência marcou a concentração para o parque central de Tegucigalpa, junto à estátua do dirigente independentista Francisco Morazán.


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