«Respostas sérias» para o Porto

O Porto «há já muito precisa de respostas políticas sérias, porque é o distrito onde mais visibilidade têm os efeitos desastrosos da política de direita, prosseguida pelo PS, pelo PSD e CDS», afirmou João Torres, da Comissão Executiva da CGTP-IN, na quarta-feira à tarde. O coordenador da União dos Sindicatos do Porto interveio durante a «tribuna pública» que a estrutura distrital da Inter levou a cabo, na Praça da Batalha, para dar maior divulgação à grave situação social e às propostas e reivindicações do movimento sindical unitário, contidas no documento «Dez eixos para mudar de políticas».
Trata-se, recordou o dirigente, de «uma espécie de plataforma político-eleitoral», que contém «exigências dos trabalhadores aos partidos políticos, neste período que antecede as próximas eleições de 27 de Setembro e 11 de Outubro», procurando obter «compromissos claros, para que, das eleições legislativas e autárquicas, saiam programas de governo nacional e locais a favor dos trabalhadores, dos cidadãos e do País».
Ao falar das consequências da política de direita no distrito, João Torres enumerou «a destruição e abandono continuado do aparelho produtivo, com o encerramento de centenas e centenas de fábricas e empresas»; o número de desempregados, situado em quase 120 mil pelo IEFP, mas «na realidade, à volta dos 150 mil»; o peso dos beneficiários do rendimento mínimo, com a região a registar 34 por cento do total nacional; os mais de 200 mil trabalhadores com salário líquido inferior a 600 euros; a dívida patronal aos trabalhadores, de mais de 70 milhões de euros de salários e indemnizações; os mais de três mil trabalhadores de 18 empresas, que neste primeiro semestre de 2009 sofreram o lay-off; e as 628 falências de empresas ocorridas desde o início do ano, número 57 por cento superior ao verificado em igual período de 2008.
As reivindicações que a CGTP-IN está a apresentar aos partidos políticos, a nível das direcções nacionais, vão ser levadas pela USP às candidaturas parlamentares no distrito.
A União apelou «à máxima atenção aos locais de trabalho e empresas». É que «o período de férias tem sido bom momento para o patronato desferir ataques aos direitos dos trabalhadores», e «a crise poderá ser mais um argumento nesse sentido, que temos de vigiar e combater».


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