Mais razão para mudar
Os últimos números do Banco de Portugal e do INE «confirmam os alertas e as reivindicações da CGTP-IN, deixando claros os efeitos desastrosos das opções políticas» dos últimos anos.
Em 30 páginas há uma referência ao desemprego
A central comentou sexta-feira os dados oficiais mais recentes, num comunicado de imprensa, em que destacou que «a situação que o País atravessa não é inevitável, inevitável é a mudança de políticas».
A maior parte do comunicado da Intersindical Nacional trata o Boletim de Verão do Banco de Portugal, começando por considerar «lamentável que o desemprego, o maior problema com que se debatem centenas de milhares de portugueses, mereça apenas uma única referência, sem qualquer quantificação sobre os níveis actuais e futuros, em mais de 30 páginas de análise às perspectivas da economia portuguesa».
Mantendo-se agora «o essencial das previsões, já de si muito negativas», que o banco central divulgou na Primavera, a Inter nota que há «uma degradação de alguns indicadores económicos, designadamente quanto à evolução da procura interna e das exportações» (prevendo quebras de cinco e de 18 por cento, respectivamente, em 2009).
As previsões de queda do PIB este ano (3,5 por cento) e em 2010 (0,6 por cento) têm como agravante «oito anos de divergência com a média da UE».
A forte quebra do investimento, que o BP prevê para 2009 (14 por cento, face a 2008), «limita o crescimento potencial da economia para o futuro», o que «é bem evidente, quando se considera a redução ainda mais acentuada do investimento privado» (18 por cento). No investimento público, a CGTP-IN salienta «os fracos níveis registados nos últimos anos que, à excepção do previsto para 2009, têm contribuído sempre negativamente para o crescimento da economia».
Para a central, é preocupante que o BP considere que vão agravar-se fortemente as dificuldades de crédito para as famílias e PME - dificuldades essas que «não diminuíram em 2008, apesar das descidas das taxas Euribor» e enquanto só os cinco maiores bancos registaram, nos primeiros três meses de 2009, lucros de mais de 500 milhões de euros.
Viver pior ainda?
Com o BP a indicar que, até 2010, haverá um aumento acentuado do desemprego e um retrocesso do emprego (quebras de 2,6 por cento, em 2009, e de 1,5 por cento, em 2010), a CGTP-IN aponta os mais de 600 mil portugueses hoje desempregados e conclui que tal previsão «é um sinal de que as condições de vida dos portugueses se agravarão, caso não haja uma inversão das políticas prosseguidas».
A mudança de políticas é «justificada pela actual situação económica e social», e «encontra ainda fundamento» nos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, sobre Rendimento e Condições de Vida. O INE contou 18 por cento da população com rendimentos abaixo da linha de pobreza (406 euros por mês, incluídas as transferências sociais) - dados de 2007, que não reflectem os efeitos da crise.
Dos números do INE, a Inter salienta ainda o crescimento dos trabalhadores que estão abaixo da linha de pobreza (passaram de dez por cento, em 2006, para 12 por cento, em 2007), enquanto nos desempregados a taxa de risco de pobreza é de 35 por cento, «o valor mais elevado atingido nos últimos quatro anos».
A valorização dos salários e das pensões, assim como o reforço da protecção social dos desempregados - exigências da CGTP-IN -, serão «determinantes para travar o crescimento da pobreza e incrementar a procura interna, dinamizando desta forma a economia nacional, rompendo com a inevitabilidade de estagnação económica, ao mesmo tempo que se promove a justiça social». Para a central, «é indispensável uma visão estratégica, suportada pela implementação de novas políticas, que apostem na criação de empregos com direitos e que combatam o desemprego e a precariedade, que cerceia as perspectivas de estabilidade da vida profissional e social, em particular, de muitos milhares de jovens».
A maior parte do comunicado da Intersindical Nacional trata o Boletim de Verão do Banco de Portugal, começando por considerar «lamentável que o desemprego, o maior problema com que se debatem centenas de milhares de portugueses, mereça apenas uma única referência, sem qualquer quantificação sobre os níveis actuais e futuros, em mais de 30 páginas de análise às perspectivas da economia portuguesa».
Mantendo-se agora «o essencial das previsões, já de si muito negativas», que o banco central divulgou na Primavera, a Inter nota que há «uma degradação de alguns indicadores económicos, designadamente quanto à evolução da procura interna e das exportações» (prevendo quebras de cinco e de 18 por cento, respectivamente, em 2009).
As previsões de queda do PIB este ano (3,5 por cento) e em 2010 (0,6 por cento) têm como agravante «oito anos de divergência com a média da UE».
A forte quebra do investimento, que o BP prevê para 2009 (14 por cento, face a 2008), «limita o crescimento potencial da economia para o futuro», o que «é bem evidente, quando se considera a redução ainda mais acentuada do investimento privado» (18 por cento). No investimento público, a CGTP-IN salienta «os fracos níveis registados nos últimos anos que, à excepção do previsto para 2009, têm contribuído sempre negativamente para o crescimento da economia».
Para a central, é preocupante que o BP considere que vão agravar-se fortemente as dificuldades de crédito para as famílias e PME - dificuldades essas que «não diminuíram em 2008, apesar das descidas das taxas Euribor» e enquanto só os cinco maiores bancos registaram, nos primeiros três meses de 2009, lucros de mais de 500 milhões de euros.
Viver pior ainda?
Com o BP a indicar que, até 2010, haverá um aumento acentuado do desemprego e um retrocesso do emprego (quebras de 2,6 por cento, em 2009, e de 1,5 por cento, em 2010), a CGTP-IN aponta os mais de 600 mil portugueses hoje desempregados e conclui que tal previsão «é um sinal de que as condições de vida dos portugueses se agravarão, caso não haja uma inversão das políticas prosseguidas».
A mudança de políticas é «justificada pela actual situação económica e social», e «encontra ainda fundamento» nos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, sobre Rendimento e Condições de Vida. O INE contou 18 por cento da população com rendimentos abaixo da linha de pobreza (406 euros por mês, incluídas as transferências sociais) - dados de 2007, que não reflectem os efeitos da crise.
Dos números do INE, a Inter salienta ainda o crescimento dos trabalhadores que estão abaixo da linha de pobreza (passaram de dez por cento, em 2006, para 12 por cento, em 2007), enquanto nos desempregados a taxa de risco de pobreza é de 35 por cento, «o valor mais elevado atingido nos últimos quatro anos».
A valorização dos salários e das pensões, assim como o reforço da protecção social dos desempregados - exigências da CGTP-IN -, serão «determinantes para travar o crescimento da pobreza e incrementar a procura interna, dinamizando desta forma a economia nacional, rompendo com a inevitabilidade de estagnação económica, ao mesmo tempo que se promove a justiça social». Para a central, «é indispensável uma visão estratégica, suportada pela implementação de novas políticas, que apostem na criação de empregos com direitos e que combatam o desemprego e a precariedade, que cerceia as perspectivas de estabilidade da vida profissional e social, em particular, de muitos milhares de jovens».