Políticas novas e de esquerda
No dia 18 de Julho, na presença de Bernardino Soares, membro da Comissão Política e presidente do Grupo Parlamentar do PCP, foi apresentada a lista da CDU pelo Círculo Eleitoral da Guarda.
Estancar a desertificação e promover o desenvolvimento
Bernardino Soares, na sua intervenção, acusou o Governo de ter atacado desde o início os serviços públicos, com «o encerramento de escolas e serviços de saúde» e de, com «a subida exagerada dos preços, ter permitido que as empresas de capitais públicos reduzissem serviços no distrito».
«José Sócrates agora diz que tudo é responsabilidade da crise internacional, mas todos sabemos que o País já estava em crise antes», afirmou, recordando que o Executivo PS «apenas favorece os grandes grupos económicos», em vez das pequenas e médias empresas.
O presidente do Grupo Parlamentar do PCP denunciou ainda que o Governo PS prepara novas privatizações, sublinhou que os bancos «obtêm por dia lucros superiores a seis milhões de euros, pagando apenas 10 ou 12 por cento de impostos, muito menos do que paga qualquer empresário» e alertou para «a utilização do aparelho de Estado pelo PS em campanhas eleitorais, com inaugurações e promessas de última hora».
Por seu lado, José Branquinho, cabeça de lista da CDU às eleições legislativas de 2009, falou da «crise» no sector têxtil, que se agravou nestes últimos anos, «sem alternativas de captação de novas empresas que constituíssem uma alternativa viável para a criação de novos postos de trabalho e recuperar alguns perdidos».
«Empresas de referência – como a Belino e Belino, em Gouveia, a Moura Cabral, em Seia, a Gartêxtil, na Guarda, a Rodhe, em Pinhel, a Sotave, em Manteigas, e ultimamente a Beiralã, em Seia, entre muitas outras – viram as suas portas encerradas, sem que o Governo tome medidas para garantir os postos de trabalho ou para averiguar onde param os milhões de euros de fundos públicos entregues a essas empresas sob a forma de subsídios para a sua viabilização», acusou, dando ainda conta da «crise» do sector automóvel, «com duas grandes empresas do distrito com problemas como a Delphi e a Dura».
Entretanto, para a CDU, a política de destruição destes sectores no distrito não é um «fatalismo inevitável». «Um plano integrado de desenvolvimento é imprescindível visando a regeneração destes sectores em todo o distrito, para vencer a grave crise económica e social e estancar a desertificação», defendeu José Branquinho, frisando que «tudo isto só será possível com uma discriminação positiva em termos de investimento do Estado, para recuperar o atraso a que os sucessivos governos têm votado o distrito da Guarda».
O cabeça de lista da CDU propôs também um «plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico» que articule «o potencial da Serra da Estrela, da Reserva Natural da Serra da Malcata, do Parque do Douro Internacional, do Parque Arqueológico de Foz Côa, dos castelos raianos e dos museus regionais», e, ao mesmo tempo, «promova as riquezas naturais, patrimoniais, culturais e gastronómicas». «Só assim será possível a criação sustentada de uma indústria turística, que seja uma alternativa económica em termos de recursos e empregabilidade», acrescentou.
Defender a produção nacional
José Branquinho, numa intervenção realizada no Hotel Turismo da Guarda, criticou, por outro lado, a «ausência de políticas fiscais na raia fronteiriça, que originou enormes problemas nas empresas portuguesas» e lembrou que a agricultura, fonte de rendimento para muitas famílias, «sofre os problemas das políticas agrícolas nacionais e europeias, deixando na ruína milhares de agricultores».
«É urgente defender a agricultura familiar, assegurar o escoamento dos produtos, como o leite, o vinho, o azeite, a batata, a fruta, o queijo, a preços justos, apoiar a modernização e comercialização dos produtos das adegas e cooperativas, e proteger os produtos autóctones, promovendo as feiras tradicionais», disse ainda o candidato.
Para estancar a desertificação e promover o desenvolvimento, propôs «bons serviços públicos», e, sobre a educação, acusou o Governo PS de atacar a «classe docente, criando um novo estatuto fracturante» e submeter «a escola pública a um processo de desfiguração».
Integram ainda a lista da CDU Sandra Sousa, Nuno Abreu e Ilda Bernardo. Como suplentes estão Aristides Rodrigues, Margarida Abrantes, Catarina Costa e João Manata. O mandatário é Ricardo Avelãs Nunes.
Denunciar e fiscalizar as políticas do Governo
Armando Morais, responsável pela Direcção de Organização Regional da Guarda do PCP, fez o balanço da actividade do PCP na Assembleia da República. «Apresentámos 258 projectos de lei, 166 projectos de resolução, 79 apreciações parlamentares, mais de quatro mil perguntas e requerimentos ao Governo e à administração central. Realizámos centenas de encontros e visitas, uma dezena de jornadas parlamentares, dando resposta às inúmeras solicitações das populações e dos trabalhadores», informou, sublinhando que este é um trabalho «ligado às realidades concretas e aos problemas do País».
Compromisso da CDU
# Combate à desertificação, com o aproveitamento racional dos recursos endógenos, e definição de apoio financeiro e técnico à modernização das micro, pequenas e médias empresas, industriais e comerciais, nomeadamente com uma redução efectiva da taxa do IRC;
# Implementação de medidas de apoio diversificado, incluindo de natureza fiscal, de modo a fomentar a fixação e instalação de novas fileiras produtivas e industriais de média dimensão, não poluentes. Que reduza já a taxa do IVA que é factor de falência das empresas e de dificuldades acrescidas para a economia e populações;
# Definição de critérios objectivos na aplicação dos fundos do QREN, com vista à descriminação positiva do distrito;
# Execução de medidas de resposta ao incessante desaparecimento das indústrias tradicionais;
# Concretização de medidas preventivas e um acompanhamento regular pelo Governo das empresas susceptíveis de deslocalização, como a Ara, a Meytextil, Delphi e Dura;
# Concretização de um plano de desenvolvimento para a Corda Serra;
# Promoção da elevação dos salários reais, pensões e reformas, que no distrito são inferiores à média nacional;
# Promoção e dinamização do mundo rural na vertente agrícola, paisagística, económica e cultural;
# Concretização dos investimentos estruturantes na rede ferroviária e rodoviária e o estabelecimento de uma rede de transportes públicos;
# Promoção de um plano de emergência em defesa da actividade económica da região raiana, com medidas de apoio diversificado, incluindo de natureza fiscal;
# Construção de infra-estruturas de saúde indispensáveis, promovendo a fixação de médicos no interior, principalmente no distrito da Guarda;
# Proceder à completa implantação, urgente e rigorosa, dos planos de ordenamento do Parque Natural da Serra da Estrela, do Parque Natural do Douro Internacional, do Parque Arqueológico de Vale do Côa e da Reserva Natural da Malcata;
# Concretização de medidas que garantam às populações os serviços de qualidade e proximidade e devolvam ao distrito os serviços que os sucessivos governos lhe vêm retirando ao nível de serviços e empresas públicas, ou partilhadas pelo Estado.
«José Sócrates agora diz que tudo é responsabilidade da crise internacional, mas todos sabemos que o País já estava em crise antes», afirmou, recordando que o Executivo PS «apenas favorece os grandes grupos económicos», em vez das pequenas e médias empresas.
O presidente do Grupo Parlamentar do PCP denunciou ainda que o Governo PS prepara novas privatizações, sublinhou que os bancos «obtêm por dia lucros superiores a seis milhões de euros, pagando apenas 10 ou 12 por cento de impostos, muito menos do que paga qualquer empresário» e alertou para «a utilização do aparelho de Estado pelo PS em campanhas eleitorais, com inaugurações e promessas de última hora».
Por seu lado, José Branquinho, cabeça de lista da CDU às eleições legislativas de 2009, falou da «crise» no sector têxtil, que se agravou nestes últimos anos, «sem alternativas de captação de novas empresas que constituíssem uma alternativa viável para a criação de novos postos de trabalho e recuperar alguns perdidos».
«Empresas de referência – como a Belino e Belino, em Gouveia, a Moura Cabral, em Seia, a Gartêxtil, na Guarda, a Rodhe, em Pinhel, a Sotave, em Manteigas, e ultimamente a Beiralã, em Seia, entre muitas outras – viram as suas portas encerradas, sem que o Governo tome medidas para garantir os postos de trabalho ou para averiguar onde param os milhões de euros de fundos públicos entregues a essas empresas sob a forma de subsídios para a sua viabilização», acusou, dando ainda conta da «crise» do sector automóvel, «com duas grandes empresas do distrito com problemas como a Delphi e a Dura».
Entretanto, para a CDU, a política de destruição destes sectores no distrito não é um «fatalismo inevitável». «Um plano integrado de desenvolvimento é imprescindível visando a regeneração destes sectores em todo o distrito, para vencer a grave crise económica e social e estancar a desertificação», defendeu José Branquinho, frisando que «tudo isto só será possível com uma discriminação positiva em termos de investimento do Estado, para recuperar o atraso a que os sucessivos governos têm votado o distrito da Guarda».
O cabeça de lista da CDU propôs também um «plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico» que articule «o potencial da Serra da Estrela, da Reserva Natural da Serra da Malcata, do Parque do Douro Internacional, do Parque Arqueológico de Foz Côa, dos castelos raianos e dos museus regionais», e, ao mesmo tempo, «promova as riquezas naturais, patrimoniais, culturais e gastronómicas». «Só assim será possível a criação sustentada de uma indústria turística, que seja uma alternativa económica em termos de recursos e empregabilidade», acrescentou.
Defender a produção nacional
José Branquinho, numa intervenção realizada no Hotel Turismo da Guarda, criticou, por outro lado, a «ausência de políticas fiscais na raia fronteiriça, que originou enormes problemas nas empresas portuguesas» e lembrou que a agricultura, fonte de rendimento para muitas famílias, «sofre os problemas das políticas agrícolas nacionais e europeias, deixando na ruína milhares de agricultores».
«É urgente defender a agricultura familiar, assegurar o escoamento dos produtos, como o leite, o vinho, o azeite, a batata, a fruta, o queijo, a preços justos, apoiar a modernização e comercialização dos produtos das adegas e cooperativas, e proteger os produtos autóctones, promovendo as feiras tradicionais», disse ainda o candidato.
Para estancar a desertificação e promover o desenvolvimento, propôs «bons serviços públicos», e, sobre a educação, acusou o Governo PS de atacar a «classe docente, criando um novo estatuto fracturante» e submeter «a escola pública a um processo de desfiguração».
Integram ainda a lista da CDU Sandra Sousa, Nuno Abreu e Ilda Bernardo. Como suplentes estão Aristides Rodrigues, Margarida Abrantes, Catarina Costa e João Manata. O mandatário é Ricardo Avelãs Nunes.
Denunciar e fiscalizar as políticas do Governo
Armando Morais, responsável pela Direcção de Organização Regional da Guarda do PCP, fez o balanço da actividade do PCP na Assembleia da República. «Apresentámos 258 projectos de lei, 166 projectos de resolução, 79 apreciações parlamentares, mais de quatro mil perguntas e requerimentos ao Governo e à administração central. Realizámos centenas de encontros e visitas, uma dezena de jornadas parlamentares, dando resposta às inúmeras solicitações das populações e dos trabalhadores», informou, sublinhando que este é um trabalho «ligado às realidades concretas e aos problemas do País».
Compromisso da CDU
# Combate à desertificação, com o aproveitamento racional dos recursos endógenos, e definição de apoio financeiro e técnico à modernização das micro, pequenas e médias empresas, industriais e comerciais, nomeadamente com uma redução efectiva da taxa do IRC;
# Implementação de medidas de apoio diversificado, incluindo de natureza fiscal, de modo a fomentar a fixação e instalação de novas fileiras produtivas e industriais de média dimensão, não poluentes. Que reduza já a taxa do IVA que é factor de falência das empresas e de dificuldades acrescidas para a economia e populações;
# Definição de critérios objectivos na aplicação dos fundos do QREN, com vista à descriminação positiva do distrito;
# Execução de medidas de resposta ao incessante desaparecimento das indústrias tradicionais;
# Concretização de medidas preventivas e um acompanhamento regular pelo Governo das empresas susceptíveis de deslocalização, como a Ara, a Meytextil, Delphi e Dura;
# Concretização de um plano de desenvolvimento para a Corda Serra;
# Promoção da elevação dos salários reais, pensões e reformas, que no distrito são inferiores à média nacional;
# Promoção e dinamização do mundo rural na vertente agrícola, paisagística, económica e cultural;
# Concretização dos investimentos estruturantes na rede ferroviária e rodoviária e o estabelecimento de uma rede de transportes públicos;
# Promoção de um plano de emergência em defesa da actividade económica da região raiana, com medidas de apoio diversificado, incluindo de natureza fiscal;
# Construção de infra-estruturas de saúde indispensáveis, promovendo a fixação de médicos no interior, principalmente no distrito da Guarda;
# Proceder à completa implantação, urgente e rigorosa, dos planos de ordenamento do Parque Natural da Serra da Estrela, do Parque Natural do Douro Internacional, do Parque Arqueológico de Vale do Côa e da Reserva Natural da Malcata;
# Concretização de medidas que garantam às populações os serviços de qualidade e proximidade e devolvam ao distrito os serviços que os sucessivos governos lhe vêm retirando ao nível de serviços e empresas públicas, ou partilhadas pelo Estado.