Reforçar para transformar
Jerónimo de Sousa - na apresentação da lista dos candidatos da Região Autónoma dos Açores para as eleições legislativas, que Aníbal Pires encabeça - valorizou a candidatura da CDU, que se afirma em oposição e ruptura com a política de direita protagonizada pelo PS e pelo PSD.
«Nova política alternativa de valorização do trabalho»
Numa sessão pública realizada, quinta-feira, no Teatro Faialense, na Horta, o Secretário-geral do PCP manifestou confiança num bom resultado eleitoral, uma vez que a CDU «prossegue um ascendente processo de reforço, social e político» e se perfilam «novos apoios e novas adesões, que se expressam já em muitos milhares de votos e de novos eleitores que se incluem nos mais de 70 mil que deram pela primeira vez o seu voto à CDU nas últimas eleições para o Parlamento Europeu».
«Muitos milhares de novos eleitores que mostram a vitalidade da nossa Coligação e dão mais alento à luta que travámos pela viragem da situação política nacional», acrescentou, saudando «os construtores deste resultado, candidatos, apoiantes e activistas da CDU e em particular aos portugueses que deram um voto novo à CDU e com tal decisão estão a contribuir para dar força à luta pela mudança que garanta uma vida melhor para os portugueses».
Para a próxima «batalha eleitoral», Jerónimo de Sousa mostrou-se convicto que «muitos mais portugueses compreendem a importância do reforço da CDU», não apenas porque é importante reforçar a CDU com mais votos e mais deputados, «mas porque cada vez mais portugueses tomam consciência que é nesta grande força que reside a esperança de uma real mudança da vida nacional».
«Mais portugueses compreendem e reconhecem que não há saída para os graves problemas do País sem o contributo e o reforço desta grande e combativa força que se bate como ninguém pela ruptura com a política de direita e pela concretização de uma verdadeira alternativa de esquerda à situação do País», afirmou, frisando: «Reforço que quanto maior for, quanto mais peso tiver, mais defendidos estão os interesses populares e mais próxima estará a viragem na situação política nacional».
Propostas para o País
Alertando para os dramáticos problemas sociais e para a recessão económica cada vez mais profunda, o Secretário-geral do PCP falou ainda do aumento do «desemprego», da «desigualdade na distribuição da riqueza», da «continuada destruição do aparelho produtivo» e do «agravamento geral dos défices estruturais e da dependência externa do País», que são o «resultado de uma política e a expressão concreta de uma acção governativa que se concretiza e prolonga há tempo demais».
«Os Açores não fogem à regra. Aqui se fazem sentir em toda a sua expressão as consequências da política de direita e o caminho de declínio e de injustiça a que tem condenado o País», acusou, lembrando que José Sócrates «não tem respostas para a resolução dos problemas dos portugueses e que nada tem de novo para apresentar ao País, a não ser um agravamento ainda maior dos problemas».
Neste sentido, Jerónimo de Sousa defendeu uma «nova política alternativa de valorização do trabalho e dos trabalhadores, através de uma justa repartição da riqueza, assente na valorização dos rendimentos do trabalho, no pleno emprego, na defesa do trabalho com direitos, de uma adequada política fiscal e de um eficaz e valorizado sistema público de segurança social».
Reivindicou ainda medidas «urgentes» que respondam a «uma efectiva protecção aos desempregados no acesso ao subsídio de desemprego, o aumento do salário mínimo nacional para pelo menos 600 euros até 2013, o aumento real das pensões e reformas e a revogação dos critérios de cálculo na actualização das reformas e com a salvaguarda do direito à reforma aos 65 anos».
Lutar por uma vida melhor
Para combater a degradação da situação económica e social, que não pode ser desligada da política de desprezo pelos sectores produtivos nacionais, o Secretário-geral do PCP valorizou «as nossas actividades produtivas», nomeadamente a agricultura, as pescas e a indústria. «O que se passa na agricultura, particularmente no sector do leite e da carne é preocupante», alertou, explicando: «A conjugação da baixa do preço do leite pago aos produtores com a subida dos custos de produção tornou insustentável a sobrevivência de milhares de explorações pecuárias dedicadas à produção de leite e de carne».
Esta situação, comentou Jerónimo de Sousa, é o resultado da «subserviência» de Portugal «às políticas da União Europeia favoráveis aos grandes produtores e exportadores de leite, com o processo de liquidação das quotas e da liberalização do mercado de lacticínios que, se se concretizar plenamente, conduzirá ao fim da produção leiteira nacional».
Perante este grave problema, os comunistas apresentaram um Projecto de Resolução na Assembleia da República, que foi aprovado, com um conjunto de medidas urgentes de apoio ao sector. No entanto, lamentou o Secretário-geral do PCP, «o Governo continua sem intervir. O mesmo se passa com a Autoridade da Concorrência na qualidade do leite.»
Actividades produtivas
Também noutros sectores, como as pescas, se fazem sentir as políticas de desprezo pelas actividades produtivas. «As políticas que ao longo de três décadas foram e são responsáveis pelo declínio do nosso sector da pesca e da indústria conserveira ou da frota de Marinha mercante nacional permanecem na sua essência», acentuou Jerónimo de Sousa, defendendo «uma política de apoio, nomeadamente à pesca e à indústria conserveira, e com mais investimentos públicos que possibilitassem tirar o melhor partido dos recursos disponíveis, conhecer o património marinho e promover a utilização de forma sustentável desses recursos que todos os dias são depauperados por frotas de outros países, como acontece no Açores».
É perante esta realidade que se impõe cada vez mais a mudança. «Estas eleições são também a oportunidade de levar à Assembleia da República uma voz diferente daquelas que, quer pela mão do PS e do PSD, perpetuam as mesmas opções e as mesmas políticas que há três décadas marcaram a vida do País e da Região», destacou o Secretário-geral do PCP.
Aníbal Pires visita Graciosa
Aníbal Pires, deputado do PCP na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, visitou a Ilha Graciosa entre os dias 13 e 15 de Julho. Entre os múltiplos problemas que foram colocados nas diversas reuniões e visitas destaca-se, como estrutural, a questão dos transportes. «De facto, o custo elevado e a reduzida oferta de transportes marítimos e aéreos é o principal factor impeditivo do desenvolvimento dos sectores económicos da ilha, roubando competitividade aos produtos e serviços, afastando o que devia estar perto e isolando as populações», afirma a CDU, alertando ainda para as «limitações graves na oferta de lugares nos voos da SATA».
Na Ilha Graciosa existem ainda problemas na captação e abastecimento de água e, em termos educativos, acusa a Coligação, «o Governo repete a opção errada pela concentração escolar, encerrando as pequenas escolas nas áreas rurais e contribuindo para a desertificação das freguesias, por razões meramente economicistas».
O deputado e candidato da CDU lamentou ainda que muitos meses depois da criação dos Parques Naturais da ilha, «os órgãos de gestão dessas entidades não tenham passado do papel, nem tenham tomado absolutamente nenhuma medida concreta, tornando-se assim mais um “organismo fantasma”, a somar à restante burocracia regionais.»
Do ponto de vista da economia produtiva, Aníbal Pires valorizou as «produções tradicionais», dando o exemplo da Adega e Cooperativa da Ilha Graciosa, com a criação de uma marca única para os produtos graciosenses, como o vinho, os alhos, compotas e meloa.
Lamentou, de igual forma, «as continuadas dificuldades com o escoamento do pescado que tem prejudicado os pescadores da Graciosa».
«Encontrei mais uma vez na Graciosa um potencial de desenvolvimento incomparável, que deveria ser aproveitado e potenciado, com políticas orientadas para apoiar o que nos distingue, o que nos é próprio, e para construir uma efectiva coesão territorial, em vez de se continuar o processo de centralização de meios, recursos e investimentos apenas nas ilhas de maior dimensão», afirmou Aníbal Pires, acrescentando: «O PCP Açores continuará, no Parlamento Regional e fora dele, a reclamar essa mudança. Para bem da Graciosa e para bem dos Açores».
«Muitos milhares de novos eleitores que mostram a vitalidade da nossa Coligação e dão mais alento à luta que travámos pela viragem da situação política nacional», acrescentou, saudando «os construtores deste resultado, candidatos, apoiantes e activistas da CDU e em particular aos portugueses que deram um voto novo à CDU e com tal decisão estão a contribuir para dar força à luta pela mudança que garanta uma vida melhor para os portugueses».
Para a próxima «batalha eleitoral», Jerónimo de Sousa mostrou-se convicto que «muitos mais portugueses compreendem a importância do reforço da CDU», não apenas porque é importante reforçar a CDU com mais votos e mais deputados, «mas porque cada vez mais portugueses tomam consciência que é nesta grande força que reside a esperança de uma real mudança da vida nacional».
«Mais portugueses compreendem e reconhecem que não há saída para os graves problemas do País sem o contributo e o reforço desta grande e combativa força que se bate como ninguém pela ruptura com a política de direita e pela concretização de uma verdadeira alternativa de esquerda à situação do País», afirmou, frisando: «Reforço que quanto maior for, quanto mais peso tiver, mais defendidos estão os interesses populares e mais próxima estará a viragem na situação política nacional».
Propostas para o País
Alertando para os dramáticos problemas sociais e para a recessão económica cada vez mais profunda, o Secretário-geral do PCP falou ainda do aumento do «desemprego», da «desigualdade na distribuição da riqueza», da «continuada destruição do aparelho produtivo» e do «agravamento geral dos défices estruturais e da dependência externa do País», que são o «resultado de uma política e a expressão concreta de uma acção governativa que se concretiza e prolonga há tempo demais».
«Os Açores não fogem à regra. Aqui se fazem sentir em toda a sua expressão as consequências da política de direita e o caminho de declínio e de injustiça a que tem condenado o País», acusou, lembrando que José Sócrates «não tem respostas para a resolução dos problemas dos portugueses e que nada tem de novo para apresentar ao País, a não ser um agravamento ainda maior dos problemas».
Neste sentido, Jerónimo de Sousa defendeu uma «nova política alternativa de valorização do trabalho e dos trabalhadores, através de uma justa repartição da riqueza, assente na valorização dos rendimentos do trabalho, no pleno emprego, na defesa do trabalho com direitos, de uma adequada política fiscal e de um eficaz e valorizado sistema público de segurança social».
Reivindicou ainda medidas «urgentes» que respondam a «uma efectiva protecção aos desempregados no acesso ao subsídio de desemprego, o aumento do salário mínimo nacional para pelo menos 600 euros até 2013, o aumento real das pensões e reformas e a revogação dos critérios de cálculo na actualização das reformas e com a salvaguarda do direito à reforma aos 65 anos».
Lutar por uma vida melhor
Para combater a degradação da situação económica e social, que não pode ser desligada da política de desprezo pelos sectores produtivos nacionais, o Secretário-geral do PCP valorizou «as nossas actividades produtivas», nomeadamente a agricultura, as pescas e a indústria. «O que se passa na agricultura, particularmente no sector do leite e da carne é preocupante», alertou, explicando: «A conjugação da baixa do preço do leite pago aos produtores com a subida dos custos de produção tornou insustentável a sobrevivência de milhares de explorações pecuárias dedicadas à produção de leite e de carne».
Esta situação, comentou Jerónimo de Sousa, é o resultado da «subserviência» de Portugal «às políticas da União Europeia favoráveis aos grandes produtores e exportadores de leite, com o processo de liquidação das quotas e da liberalização do mercado de lacticínios que, se se concretizar plenamente, conduzirá ao fim da produção leiteira nacional».
Perante este grave problema, os comunistas apresentaram um Projecto de Resolução na Assembleia da República, que foi aprovado, com um conjunto de medidas urgentes de apoio ao sector. No entanto, lamentou o Secretário-geral do PCP, «o Governo continua sem intervir. O mesmo se passa com a Autoridade da Concorrência na qualidade do leite.»
Actividades produtivas
Também noutros sectores, como as pescas, se fazem sentir as políticas de desprezo pelas actividades produtivas. «As políticas que ao longo de três décadas foram e são responsáveis pelo declínio do nosso sector da pesca e da indústria conserveira ou da frota de Marinha mercante nacional permanecem na sua essência», acentuou Jerónimo de Sousa, defendendo «uma política de apoio, nomeadamente à pesca e à indústria conserveira, e com mais investimentos públicos que possibilitassem tirar o melhor partido dos recursos disponíveis, conhecer o património marinho e promover a utilização de forma sustentável desses recursos que todos os dias são depauperados por frotas de outros países, como acontece no Açores».
É perante esta realidade que se impõe cada vez mais a mudança. «Estas eleições são também a oportunidade de levar à Assembleia da República uma voz diferente daquelas que, quer pela mão do PS e do PSD, perpetuam as mesmas opções e as mesmas políticas que há três décadas marcaram a vida do País e da Região», destacou o Secretário-geral do PCP.
Aníbal Pires visita Graciosa
Aníbal Pires, deputado do PCP na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, visitou a Ilha Graciosa entre os dias 13 e 15 de Julho. Entre os múltiplos problemas que foram colocados nas diversas reuniões e visitas destaca-se, como estrutural, a questão dos transportes. «De facto, o custo elevado e a reduzida oferta de transportes marítimos e aéreos é o principal factor impeditivo do desenvolvimento dos sectores económicos da ilha, roubando competitividade aos produtos e serviços, afastando o que devia estar perto e isolando as populações», afirma a CDU, alertando ainda para as «limitações graves na oferta de lugares nos voos da SATA».
Na Ilha Graciosa existem ainda problemas na captação e abastecimento de água e, em termos educativos, acusa a Coligação, «o Governo repete a opção errada pela concentração escolar, encerrando as pequenas escolas nas áreas rurais e contribuindo para a desertificação das freguesias, por razões meramente economicistas».
O deputado e candidato da CDU lamentou ainda que muitos meses depois da criação dos Parques Naturais da ilha, «os órgãos de gestão dessas entidades não tenham passado do papel, nem tenham tomado absolutamente nenhuma medida concreta, tornando-se assim mais um “organismo fantasma”, a somar à restante burocracia regionais.»
Do ponto de vista da economia produtiva, Aníbal Pires valorizou as «produções tradicionais», dando o exemplo da Adega e Cooperativa da Ilha Graciosa, com a criação de uma marca única para os produtos graciosenses, como o vinho, os alhos, compotas e meloa.
Lamentou, de igual forma, «as continuadas dificuldades com o escoamento do pescado que tem prejudicado os pescadores da Graciosa».
«Encontrei mais uma vez na Graciosa um potencial de desenvolvimento incomparável, que deveria ser aproveitado e potenciado, com políticas orientadas para apoiar o que nos distingue, o que nos é próprio, e para construir uma efectiva coesão territorial, em vez de se continuar o processo de centralização de meios, recursos e investimentos apenas nas ilhas de maior dimensão», afirmou Aníbal Pires, acrescentando: «O PCP Açores continuará, no Parlamento Regional e fora dele, a reclamar essa mudança. Para bem da Graciosa e para bem dos Açores».