Enzimas
O empenho posto pelos chamados renovadores na absolvição das orientações e na desresponsabilização do PS faz lembrar no plano da política o que às enzimas é atribuído no domínio da química : o de, entre as muitas propriedades que a estas são atribuídas enquanto agente em certas reacções, se revelar pela sua presença em certos detergentes um eficaz meio de limpeza e remoção de nódoas. Ainda que com os níveis de eficácia por testar anote-se desde já o esforço dos primeiros em matéria de lavagem do PS para competir com o que as segundas conseguem, com êxito laboratorial testado, em brancura de roupas e tecidos.
Por razão da necessidade de maldizer do PCP ou de agradar ao PS não há texto ou declaração que daquela organização política transpire que não repita a acusação ao PCP sobre as alegadas responsabilidades que lhe caberiam nas dificuldades de convergência à esquerda, ou que não constitua uma solícita lavagem de responsabilidades que ao PS por inteiro cabem. Ainda por aqueles lados se mantinha por dissipar a estafada e falsa acusação sobre o processo que conduziu à realização das eleições de 2002 e já a propósito da Festa do Avante e do discurso do Secretário Geral do PCP se retomava, em versão actualizada, idêntica e absurda argumentação destinada a atribuir ao PCP a responsabilidade pelas dificuldades de uma eventual convergência política à esquerda.
Registemos o azedume de comentários e o veneno vertido por dirigentes daquela formação política sobre as criticas dirigidas, com fundamento, pelo PCP ao PS. E sobretudo o contraste entre esta postura e a ausência de indignação que manifestaram e o silêncio com que acolheram a declarada disponibilidade de Ferro Rodrigues e do PS para viabilizar com o PSD matérias ditas de regime, ou a mão estendida à direita que a posição do PS em matéria de revisão constitucional e alteração de legislação eleitoral constitui. Para estes «construtores da unidade», a responsabilidade pelas dificuldades na construção de uma convergência de forças democráticas radica, não nas colaborações com a direita de forças à esquerda, mas sim nas criticas que essas mesmas colaborações justamente suscitam.
Elucidados ficamos sobre o «paradigma» em construção por aquelas bandas em matéria de unidade, à sombra do qual o fim em si é tudo, os conteúdos e a natureza das políticas são nada. Postura seguramente útil para quem busca em atalhos caminhos fáceis de acesso ao poder. Mas perfeitamente inaceitável para quem faz do objectivo de uma política diferente e alternativa condição essencial para a construção de uma alternativa política.
Por razão da necessidade de maldizer do PCP ou de agradar ao PS não há texto ou declaração que daquela organização política transpire que não repita a acusação ao PCP sobre as alegadas responsabilidades que lhe caberiam nas dificuldades de convergência à esquerda, ou que não constitua uma solícita lavagem de responsabilidades que ao PS por inteiro cabem. Ainda por aqueles lados se mantinha por dissipar a estafada e falsa acusação sobre o processo que conduziu à realização das eleições de 2002 e já a propósito da Festa do Avante e do discurso do Secretário Geral do PCP se retomava, em versão actualizada, idêntica e absurda argumentação destinada a atribuir ao PCP a responsabilidade pelas dificuldades de uma eventual convergência política à esquerda.
Registemos o azedume de comentários e o veneno vertido por dirigentes daquela formação política sobre as criticas dirigidas, com fundamento, pelo PCP ao PS. E sobretudo o contraste entre esta postura e a ausência de indignação que manifestaram e o silêncio com que acolheram a declarada disponibilidade de Ferro Rodrigues e do PS para viabilizar com o PSD matérias ditas de regime, ou a mão estendida à direita que a posição do PS em matéria de revisão constitucional e alteração de legislação eleitoral constitui. Para estes «construtores da unidade», a responsabilidade pelas dificuldades na construção de uma convergência de forças democráticas radica, não nas colaborações com a direita de forças à esquerda, mas sim nas criticas que essas mesmas colaborações justamente suscitam.
Elucidados ficamos sobre o «paradigma» em construção por aquelas bandas em matéria de unidade, à sombra do qual o fim em si é tudo, os conteúdos e a natureza das políticas são nada. Postura seguramente útil para quem busca em atalhos caminhos fáceis de acesso ao poder. Mas perfeitamente inaceitável para quem faz do objectivo de uma política diferente e alternativa condição essencial para a construção de uma alternativa política.