Fortaleza de resistência ao fascismo
Cerca de uma centena de pessoas participou na inauguração da exposição evocativa dos 75 anos da instalação da prisão política em Peniche. Na ocasião, lembrou-se ainda o 49.º aniversário da heróica fuga que devolveu dez quadros do PCP à luta contra o fascismo, a 3 de Janeiro de 1960.
A luta antifascista é um exemplo para as batalhas de hoje
Por iniciativa da Câmara Municipal de Peniche e com o apoio da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), está patente desde o passado sábado na fortaleza-prisão de Peniche uma exposição que evoca três quartos de século da instalação da prisão política naquela localidade.
O conjunto de 27 painéis colocados no Pavilhão C – estrutura de alta segurança que encerrava os presos políticos mais temidos pelo fascismo –, conta a história do cárcere, desde a detenção dos 13 primeiros presos políticos, em 1934, na sua maioria comunistas, até 27 de Abril de 1974, quando o povo e os militares revolucionários, exercendo a liberdade então conquistada, abriram as portas da prisão para que saíssem muitos dos que, fechados entre quatro paredes, sujeitos a torturas e a condenações arbitrárias, nunca desistiram de lutar, fazendo da prisão de Peniche uma fortaleza de resistência ao fascismo.
O exemplo dos antifascistas que por ali passaram e as suas histórias de luta. A coragem, camaradagem e firmeza. As convicções e a sua fidelidade à libertação do povo não só não podem ser esquecidas como são ensinamentos para as batalhas políticas que hoje se travam, expressou o presidente da Assembleia Municipal de Peniche, Rogério Cação.
Aproveitando as palavras do eleito da CDU, Aurélio Santos destacou o trabalho de cooperação entre a autarquia e a URAP, o qual tornou possível a concretização da exposição, e sublinhou que este pode ser um primeiro passo para juntar o Forte de Peniche à rede de museus da resistência que por toda a Europa recordam os combates contra o nazi-fascismo.
Para o coordenador do Concelho Directivo da URAP, o fascismo no nosso país foi o regime que aplicou uma política concreta, antipopular, que apenas pela força se podia impor. Assim, defender a liberdade e o regime democrático face aos ataques e desfigurações promovidos pela política de direita é actualmente uma preocupação permanente, e o futuro museu da resistência, insistiu, pode dar um grande contributo nesse sentido.
Memórias da luta
A encerrar a sessão, o vice-presidente da Câmara Municipal de Peniche, Jorge Amador, referiu que embora haja quem queira livrar-se deste espaço o mais depressa possível, apagando dessa forma a memória da resistência ao fascismo, Peniche, «capital da liberdade», e o seu povo jamais aceitariam tal situação, tal como não se resignaram à repressão fascista e durante décadas ajudaram os presos políticos e os seus familiares.
Encerrando a sessão solene com uma saudação a todos os antifascistas que estiveram presos na fortaleza-prisão – alguns presentes na cerimónia –, o edil junto com Aurélio Santos conduziu a comitiva que percorreu os corredores e as celas do Pavilhão C, desceu até à amurada defronte do terreiro que dá para a entrada principal da antiga prisão política, e com a ajuda de ex-presos e respectivos familiares, lançou-se uma corda de lençóis. O acto assinalou a fuga de Peniche de 3 de Janeiro de 1960, na qual participaram Álvaro Cunhal, Carlos Costa, Francisco Martins Rodrigues, Francisco Miguel, Guilherme da Costa Carvalho, Jaime Serra, Joaquim Gomes, José Carlos, Pedro Soares e Rogério de Carvalho.
Junto às casamatas onde os presos eram deixados no «segredo», alguns recordaram também a fantástica fuga de Dias Lourenço, em Dezembro de 1954.
O conjunto de 27 painéis colocados no Pavilhão C – estrutura de alta segurança que encerrava os presos políticos mais temidos pelo fascismo –, conta a história do cárcere, desde a detenção dos 13 primeiros presos políticos, em 1934, na sua maioria comunistas, até 27 de Abril de 1974, quando o povo e os militares revolucionários, exercendo a liberdade então conquistada, abriram as portas da prisão para que saíssem muitos dos que, fechados entre quatro paredes, sujeitos a torturas e a condenações arbitrárias, nunca desistiram de lutar, fazendo da prisão de Peniche uma fortaleza de resistência ao fascismo.
O exemplo dos antifascistas que por ali passaram e as suas histórias de luta. A coragem, camaradagem e firmeza. As convicções e a sua fidelidade à libertação do povo não só não podem ser esquecidas como são ensinamentos para as batalhas políticas que hoje se travam, expressou o presidente da Assembleia Municipal de Peniche, Rogério Cação.
Aproveitando as palavras do eleito da CDU, Aurélio Santos destacou o trabalho de cooperação entre a autarquia e a URAP, o qual tornou possível a concretização da exposição, e sublinhou que este pode ser um primeiro passo para juntar o Forte de Peniche à rede de museus da resistência que por toda a Europa recordam os combates contra o nazi-fascismo.
Para o coordenador do Concelho Directivo da URAP, o fascismo no nosso país foi o regime que aplicou uma política concreta, antipopular, que apenas pela força se podia impor. Assim, defender a liberdade e o regime democrático face aos ataques e desfigurações promovidos pela política de direita é actualmente uma preocupação permanente, e o futuro museu da resistência, insistiu, pode dar um grande contributo nesse sentido.
Memórias da luta
A encerrar a sessão, o vice-presidente da Câmara Municipal de Peniche, Jorge Amador, referiu que embora haja quem queira livrar-se deste espaço o mais depressa possível, apagando dessa forma a memória da resistência ao fascismo, Peniche, «capital da liberdade», e o seu povo jamais aceitariam tal situação, tal como não se resignaram à repressão fascista e durante décadas ajudaram os presos políticos e os seus familiares.
Encerrando a sessão solene com uma saudação a todos os antifascistas que estiveram presos na fortaleza-prisão – alguns presentes na cerimónia –, o edil junto com Aurélio Santos conduziu a comitiva que percorreu os corredores e as celas do Pavilhão C, desceu até à amurada defronte do terreiro que dá para a entrada principal da antiga prisão política, e com a ajuda de ex-presos e respectivos familiares, lançou-se uma corda de lençóis. O acto assinalou a fuga de Peniche de 3 de Janeiro de 1960, na qual participaram Álvaro Cunhal, Carlos Costa, Francisco Martins Rodrigues, Francisco Miguel, Guilherme da Costa Carvalho, Jaime Serra, Joaquim Gomes, José Carlos, Pedro Soares e Rogério de Carvalho.
Junto às casamatas onde os presos eram deixados no «segredo», alguns recordaram também a fantástica fuga de Dias Lourenço, em Dezembro de 1954.