Europa sofre consequências
O diferendo entre a Rússia e a Ucrânia a respeito do preço do gás natural está a atingir a Europa, dependente do combustível canalizado pelos russos, a esmagadora maioria do qual passa obrigatoriamente por território ucraniano.
No final do ano passado as negociações entre Moscovo e Kiev falharam porque o governo da Ucrânia se recusou a pagar os 250 dólares exigidos pela Rússia por cada mil metros cúbicos de gás – um aumento de 70,5 dólares face ao estipulado até 31 de Dezembro de 2008 –, mostrando-se disposto a pagar no máximo 235 dólares.
Acresce que os responsáveis ucranianos pretendem uma compensação de 1,8 dólares por cada mil metros cúbicos de gás que atravessam cada cem quilómetros do seu território, e uma vez que a empresa russa Gazprom não aceita tal proposta, decidiu retaliar fixando em 450 dólares o preço do fornecimento.
Neste contexto, a presidência checa da UE enviou no início desta semana a Kiev o ministro da Indústria e do Comércio, Martin Riman, e o director-geral de Transportes e Energia da Comissão Europeia, Matthias Ruete. O objectivo é encontrar uma solução para o conflito cujas consequências já se fazem sentir na Europa e preparar a cimeira agendada para amanhã, em Bruxelas, envolvendo a UE e as estatais russa e ucraniana, Gazprom e Naftogaz.
A Hungria com menos dez milhões de metros cúbicos de gás face ao que estava previsto no contrato, a Polónia com menos seis por cento, e a Roménia com menos um terço do combustível são, nos primeiros dias de 2009, os países mais afectados pela contenda, mas a «guerra do gás» atingirá rapidamente outros países europeus uma vez que 80 por cento do fornecimento proveniente de Moscovo atravessa a Ucrânia, e apenas 20 por cento é transportado através da Bielorrússia.
Moscovo pode reforçar a canalização de gás pela Bielorrússia, mas a infra-estrutura não é alternativa às existentes na Ucrânia no que ao fornecimento do Velho Continente diz respeito. Para tal, a Gazprom tem como projecto a construção do chamado gasoduto Corrente do Norte, que ligaria directamente a Rússia à Alemanha através do Mar Báltico, mas a rede inicialmente acordada com o ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder, admitido nos quadros da Gazprom logo depois de ter deixado o governo, tem sido colocada em causa pelo executivo germânico liderado por Angela Merkel.
A avolumar ainda mais a teia do conflito, a Gazprom acusa a Ucrânia de ter roubado nos últimos dias 50 milhões de metros cúbicos de gás aos clientes europeus e anunciou a interposição de uma queixa junto do Tribunal Internacional de Arbitragem de Estocolmo. Kiev rejeita a acusação e diz que são os russos quem está a fechar a torneira como forma de sustentarem a tese de que a Ucrânia já não é um território fiável para a passagem dos gasodutos.
No final do ano passado as negociações entre Moscovo e Kiev falharam porque o governo da Ucrânia se recusou a pagar os 250 dólares exigidos pela Rússia por cada mil metros cúbicos de gás – um aumento de 70,5 dólares face ao estipulado até 31 de Dezembro de 2008 –, mostrando-se disposto a pagar no máximo 235 dólares.
Acresce que os responsáveis ucranianos pretendem uma compensação de 1,8 dólares por cada mil metros cúbicos de gás que atravessam cada cem quilómetros do seu território, e uma vez que a empresa russa Gazprom não aceita tal proposta, decidiu retaliar fixando em 450 dólares o preço do fornecimento.
Neste contexto, a presidência checa da UE enviou no início desta semana a Kiev o ministro da Indústria e do Comércio, Martin Riman, e o director-geral de Transportes e Energia da Comissão Europeia, Matthias Ruete. O objectivo é encontrar uma solução para o conflito cujas consequências já se fazem sentir na Europa e preparar a cimeira agendada para amanhã, em Bruxelas, envolvendo a UE e as estatais russa e ucraniana, Gazprom e Naftogaz.
A Hungria com menos dez milhões de metros cúbicos de gás face ao que estava previsto no contrato, a Polónia com menos seis por cento, e a Roménia com menos um terço do combustível são, nos primeiros dias de 2009, os países mais afectados pela contenda, mas a «guerra do gás» atingirá rapidamente outros países europeus uma vez que 80 por cento do fornecimento proveniente de Moscovo atravessa a Ucrânia, e apenas 20 por cento é transportado através da Bielorrússia.
Moscovo pode reforçar a canalização de gás pela Bielorrússia, mas a infra-estrutura não é alternativa às existentes na Ucrânia no que ao fornecimento do Velho Continente diz respeito. Para tal, a Gazprom tem como projecto a construção do chamado gasoduto Corrente do Norte, que ligaria directamente a Rússia à Alemanha através do Mar Báltico, mas a rede inicialmente acordada com o ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder, admitido nos quadros da Gazprom logo depois de ter deixado o governo, tem sido colocada em causa pelo executivo germânico liderado por Angela Merkel.
A avolumar ainda mais a teia do conflito, a Gazprom acusa a Ucrânia de ter roubado nos últimos dias 50 milhões de metros cúbicos de gás aos clientes europeus e anunciou a interposição de uma queixa junto do Tribunal Internacional de Arbitragem de Estocolmo. Kiev rejeita a acusação e diz que são os russos quem está a fechar a torneira como forma de sustentarem a tese de que a Ucrânia já não é um território fiável para a passagem dos gasodutos.