Cerimónia oficial em Santiago

Cuba festeja 50 anos de revolução

Milhares de pessoas participaram quinta-feira, dia 1, nas comemorações oficiais do 50.º aniversário do triunfo revolucionário em Cuba. O presidente Raúl Castro lembrou que na sua essência a revolução é do povo, pelo povo e para o povo.

Cuba socialista continua a ser um exemplo para os demais povos

A cerimónia decorreu em Santiago de Cuba, cidade carregada de simbolismo não apenas por ter sido nela que, a 1 de Janeiro de 1959, Fidel Castro proclamou a vitória sobre a ditadura de Fulgência Batista, mas também porque em 26 de Julho do ano passado nela se celebraram os 55 anos do assalto ao quartel de Moncada, acção que estimulou decisivamente a luta armada pela independência e o socialismo no país.
Os combates dos revolucionários cubanos não foram esquecidos nem no discurso nem antes da sessão oficial, já que Raúl Castro fez questão de prestar homenagem aos heróis revolucionários, aos mártires da pátria e aos cubanos mortos em missões internacionalistas junto ao panteão que lhes é dedicado.
Mais tarde, perante a multidão que participou nos festejos, o presidente cubano instou os dirigentes do país a manterem uma estreita ligação aos operários, aos camponeses e ao povo cubano, e frisou a necessidade da militância e iniciativa do Partido Comunista de Cuba como garantes da continuidade do processo revolucionário. «Aprendamos com a história: se assim fizermos, contaremos sempre com o apoio do povo, mesmo quando errarmos em questões que não violem os princípios essenciais», disse.
Recordando os que ao longo dos últimos 50 anos dedicaram a vida à revolução e manifestando profunda convicção na têmpera política e ideológica dos cubanos, Raúl Castro sublinhou ainda que «se os actos dos dirigentes não estiverem à altura dessa conduta, não contarão sequer com a força ou a oportunidade para rectificar o rumo, pois faltar-lhes-á a autoridade moral conferida pelas massas populares que não cedem na luta». A propósito, o presidente cubano apelou também à reflexão sobre o futuro e os próximos 50 anos de revolução e citou as palavras de Fidel Castro quando expressou que o país não pode ser destruído pelos inimigos da revolução, mas pode-se autodestruir, o que, a acontecer, seria culpa dos próprios cubanos.

Vencer em tempos difíceis

A revolução cubana é hoje mais forte que nunca, destacou Raúl Castro durante a sua intervenção, mas tal não significa que Cuba deva embarcar nos «cantos de sereia» e acalentar ilusões face a um inimigo que nunca deixará de ser agressivo, dominante e traidor».
«Devemos preparar-nos para mais 50 anos de luta», disse, «por isso os tempos vindouros são ainda e sempre de resistência. Resistência baseada em sólidas convicções e na decisão de todo o povo em defender-se pagando o preço necessário, como a que trouxe os cubanos dignos e soberanos até aos dias de hoje; resistência como a demonstrada face ao bloqueio, às agressões e ao terrorismo que já provocou quase quatro mil vítimas; resistência porque a difícil situação mundial assim o faz prever», expressou.
Meio século depois do triunfo revolucionário, Cuba socialista continua a ser um exemplo para os demais povos que almejam seguir caminhos de liberdade e progresso, declararam chefes de Estado, partidos e forças progressistas, comités de solidariedade e personalidades de todo o mundo que durante a semana passada se pronunciaram sobre os 50 anos da revolução cubana.


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