A voz da dona
Pelo silêncio que, antes, durante e depois, se fez, uma vez mais, em torno da Festa do Avante!, que também mais uma vez trouxe à Atalaia milhares e milhares de visitantes – comunistas e não comunistas, membros do Partido e seus amigos e, também, muita gente que nem sequer em nós vota, sendo numerosos os membros de outros partidos que até participam na construção da Festa e na garantia do seu funcionamento, por este pesado silêncio ou pelo indisfarçado ódio que a Festa suscita junto da maioria dos donos da comunicação social dominante – e diríamos que a Festa não existiu...
A Festa teve, como é já tradição nestes trinta e dois anos, a par da sua componente política e de fraternal convívio, espectáculos de grande qualidade, para os quais contribuíram as actuações de nomes prestigiados a nível nacional e internacional. Mas... que foi deles nas magras divulgações feitas por esses jornais e telejornais fora? Que é deles, depois da Festa?
Neste país em que, a par da crise económica suscitada por uma política errada que escolhe para pagá-la os que menos podem e menos têm, a par do desemprego e da precariedade e das leis que a favorecem, a par das privatizações que enchem os bolsos dos mais ricos, a par do favorecimento fiscal dos grupos financeiros e dos lucros fabulosos dos grupos económicos e da consequente degradação do poder de compra dos trabalhadores e dos reformados, é natural que, num país assim, se procure silenciar os que mais frontal e consequentemente lutam por uma ruptura com este modelo neoliberal e advoguem uma outra política, virada para o fortalecimento da produção nacional, da criação de emprego, da defesa da soberania, dos que, enfim, afirmam que só o socialismo contém a solução para os grandes problemas nacionais e internacionais.
É natural, pois, que nos procurem silenciar. Seja através de medidas «administrativas», seja entrando descaradamente na ilegalidade, como aquelas autarquias que arrancam a propaganda da Festa ou se apressam a fazê-lo logo que esta encerra.
É natural, também que, na comunicação social ao serviço dos grandes grupos económicos ou do Estado, o espectáculo da Madonna tenha tido um tratamento principesco e... quando o show acabou, persista como «notícia» em tudo o que é órgão de «referência», seja em papel, seja em ecrã ou em onda hertziana.
Quem gosta da Madonna tem o direito ao seu gosto. Mas não se espere que nos calemos. Ou que alinhemos com a voz da dona...
A Festa teve, como é já tradição nestes trinta e dois anos, a par da sua componente política e de fraternal convívio, espectáculos de grande qualidade, para os quais contribuíram as actuações de nomes prestigiados a nível nacional e internacional. Mas... que foi deles nas magras divulgações feitas por esses jornais e telejornais fora? Que é deles, depois da Festa?
Neste país em que, a par da crise económica suscitada por uma política errada que escolhe para pagá-la os que menos podem e menos têm, a par do desemprego e da precariedade e das leis que a favorecem, a par das privatizações que enchem os bolsos dos mais ricos, a par do favorecimento fiscal dos grupos financeiros e dos lucros fabulosos dos grupos económicos e da consequente degradação do poder de compra dos trabalhadores e dos reformados, é natural que, num país assim, se procure silenciar os que mais frontal e consequentemente lutam por uma ruptura com este modelo neoliberal e advoguem uma outra política, virada para o fortalecimento da produção nacional, da criação de emprego, da defesa da soberania, dos que, enfim, afirmam que só o socialismo contém a solução para os grandes problemas nacionais e internacionais.
É natural, pois, que nos procurem silenciar. Seja através de medidas «administrativas», seja entrando descaradamente na ilegalidade, como aquelas autarquias que arrancam a propaganda da Festa ou se apressam a fazê-lo logo que esta encerra.
É natural, também que, na comunicação social ao serviço dos grandes grupos económicos ou do Estado, o espectáculo da Madonna tenha tido um tratamento principesco e... quando o show acabou, persista como «notícia» em tudo o que é órgão de «referência», seja em papel, seja em ecrã ou em onda hertziana.
Quem gosta da Madonna tem o direito ao seu gosto. Mas não se espere que nos calemos. Ou que alinhemos com a voz da dona...