AFRICOM em Portugal???

Ângelo Alves
No próximo dia 1 de Outubro deveria ser formalmente concretizada a criação do AFRICOM, o comando militar norte-americano específico para África. Até hoje este comando regional está subordinado ao Comando Europeu dos EUA um dos 6 comandos regionais que suportam o intervencionismo militar dos EUA nos vários continentes e o alargamento da sua rede mundial de bases militares.
Mas a instalação do AFRICOM enfrenta sérias dificuldades. Desde a decisão em Fevereiro de 2007 da sua criação que a Administração Bush tem sido confrontada com a oposição em bloco dos Estados africanos e da União Africana à instalação em solo africano do seu quartel-general. A 52ª Conferência Nacional do ANC haveria de pronunciar-se, em Dezembro de 2007, desta forma: «Face às movimentações dos EUA para alargar a sua presença militar em África sob o pretexto do combate ao terrorismo, fundamentalismo e extremismo; encorajada pela forte rejeição dos países africanos a mais esta recente tentativa dos EUA de interferir nos assuntos do nosso continente, a Conferência apela a que África se mantenha unida e determinada na rejeição do AFRICOM». E assim foi até hoje, o quartel-general teve que se manter na Alemanha.
Mas Bush e Rice não desistem perante as dificuldades, e por isso recorrem aos seus «bons amigos». Depois de uma iniciativa nos Açores organizada pela fundação luso-americana com membros do Governo Regional e do PS e depois de uma passagem relâmpago por Lisboa de Condoleezza Rice, eis que o que poderia parecer inacreditável acontece: Como os africanos não querem lá o AFRICOM instale-se o quartel-general em… Portugal! Em Beja mais propriamente, noticiou um diário português, adiantando que existem negociações com o governo português nesse sentido.
Em nome da paz, da independência e soberania de Portugal. Em nome das relações de amizade entre o povo português e os povos de África, cuja luta pela paz, independência e soberania foi e é também a nossa luta, tudo faremos para impedir que Portugal fique associado a mais este projecto militarista e neo-colonialista do imperialismo. O tempo das colónias acabou! Que se recordem disto Bush, Rice, Sócrates e Luís Amado!


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