Porto prepara Encontro Regional

Mais próximo dos trabalhadores

Realiza-se, no próximo dia 31, o Encontro Regional do Porto de quadros organizados em células de empresa e sectores profissionais, integrado no âmbito da preparação do XVIII Congresso do PCP. Os objectivos são, entre outros, abordar a evolução do trabalho realizado ao longo dos últimos anos, avaliar se o reforço do Partido tem correspondência com a acção e definir objectivos e aspectos concretos do trabalho. No plano da organização, regista-se, no distrito, uma evolução positiva.
António Moreira é o responsável pela célula da Brisa e conta que, desde 2002, quando se realizou o Encontro Nacional do PCP sobre acção e organização do Partido nas empresas e locais de trabalho, foram dados passos muito positivos na célula: «crescemos bastante, fruto do contacto directo uns com os outros. Foi-se recrutando os camaradas, um a um.»
Já para Luís Pinto, da célula da metalúrgica Sakthi, o fortalecimento e rejuvenescimento da célula deveu-se muito à «linha de trabalho de levar o Partido às empresas. Nestes últimos anos, notamos na Sakthi muito mais o Partido». Em sua opinião, a postura do Partido de defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores leva a que muitos jovens se comecem a aproximar do Partido.
Para o militante da Brisa, a célula é muito importante porque «esclarece os trabalhadores contra todas as ofensivas que existem. O esclarecimento sai da célula da Brisa e de outra forma não sei se chegaria aos trabalhadores esta mensagem». Mas há dificuldades na organização e intervenção do Partido que é preciso contrariar: «Há toda uma conjuntura que torna difícil o trabalho mas vai-se tentando combater. Temos uma dificuldade acrescida que é o nosso trabalho por turnos, que dificulta o contacto directo com os trabalhadores. Tentamos contactá-los por turnos, distribuindo as várias tarefas por todos os camaradas para que se possa chegar ao maior número de trabalhadores».
Já na célula do PCP na Sakthi sempre se conseguiu levar o Partido para dentro da empresa, como conta Luís Pinto. «A documentação continua a chegar lá e a ser exposta livremente, conseguimos conquistar esse espaço.»

Prioridade é crescer

Para a célula do PCP na Brisa, estão já definidas prioridades: «reforçar a célula e reunir cada vez mais periodicamente e com o maior número possível de camaradas. Cada vez chegar ao maior número de trabalhadores através de documentos, para que estejam mais conscientes da situação que se passa. É importante também fazer com que haja mais assinantes do Avante! e de O Militante, o que ajuda no esclarecimento.»
António Moreira realçou que as principais preocupações dos trabalhadores da Brisa têm a ver com a precariedade e o desemprego. A precariedade está a crescer, e cada vez mais se rescindem contratos com os efectivos para se retomar depois com mão-de-obra precária. «A forma de contrariar isto é cada vez esclarecer mais os trabalhadores, pois quanto mais esclarecidos estiverem mais depressa estão aptos para vir para a luta», afirma o responsável.
Também na Sakthi, as conquistas alcançadas por pressão do sindicato, Comissão de Trabalhadores e célula do Partido demonstram aos trabalhadores que a luta é o caminho. Luís Pinto conta que «nos últimos anos tem havido um combate muito grande ao trabalho temporário dentro da empresa. Sensibilizou-se os trabalhadores efectivos para que ajudassem na integração dos trabalhadores temporários nos postos de trabalho, para que depois passassem a contrato e ficassem efectivos na empresa. E conseguiu-se!»
Mas as conquistas não se ficam por aqui. Na Greve Geral de 30 de Maio de 2007, «denunciámos que na Sakthi os trabalhadores efectivos ganhavam 770 euros e os temporários 410. Passado um mês, aqueles trabalhadores passaram a ganhar mais 100 euros.»

Mobilizar para a luta

Nestas empresas, os trabalhadores têm participado nas lutas mais gerais contra a política do Governo. Na Brisa, conta António Moreira, «a célula tem estado sempre a apoiar a CGTP-IN nestas iniciativas e, no dia 5 de Junho, lá vamos estar novamente porque a ofensiva é muito grande e o que eles querem aprovar é muito grave». Prosseguindo, garantiu que «estamos já no terreno a esclarecer os trabalhadores, através de documentos e boletins».
Também na Satkhi, isto sucede. Segundo Luís Pinto, «no dia 18 de Outubro de 2007, levámos dois autocarros, e no passado dia 16 de Abril houve um reforço de participação. Vi caras novas, jovens a participar e isso é importante». Garantindo que têm vindo a conquistar cada vez mais trabalhadores para participar nas lutas, o militante comunista lembrou que não é fácil: «é um trabalho de “formiguinha”, não é só nos plenários que conseguimos mobilizar os trabalhadores, é no trabalho que depois estes camaradas vão fazer nos seus sectores, ao falarem com os trabalhadores que estão ao seu lado». No final do último plenário, «tínhamos quase um autocarro cheio para ir a Lisboa no dia 5». Agora, «os camaradas vão fazer o resto do trabalho de mobilização, contactando um a um».


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