Eles não pagam a crise
«A actual crise financeira nos Estados Unidos vai ser verdadeiramente considerada como a mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial». Quem o afirma é Alan Greenspan, o homem que durante 18 anos ocupou o cargo de presidente do Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos), para quem «esta crise fará numerosas vítimas, e o sistema de avaliação de riscos actualmente no terreno será particularmente afectado».
Alan Greenspan tem obrigação de saber do que fala. Para além de uma longa experiência na administração de importantes empresas (como a J.P. Morgan, Mobil, Alcoa e Capital Cities/ABC, entre outras), passou pelos governos de Reagan, Bush (pai), Clinton e Bush (filho). Passou à reforma, o que não o impede de dirigir os destinos da Greenspan Associates, uma firma de consultadoria com sede em Washington, enquanto vai escrevendo as suas experiências.
Face ao exposto e às notícias que todos os dias nos dão conta do pânico nas bolsas, da subida das matérias-primas e das taxas de juro, cabe perguntar quem serão as principais vítimas desta crise maior do capitalismo e, o que não é menos importante, quem são os responsáveis pela crise.
Tomando como exemplo o caso nacional, em que as actividades especulativas têm gerado lucros escandalosos, poderia pensar-se que quem não beneficia da fartura também não iria dar-lhe pela falta, que é como quem diz eu-sei-lá-o-que-é-perder-milhões-se-nunca-lhes-vi-nem-a-cor. Ora aí é que bate o ponto: o pessoal não recebe mas é o primeiro a pagar. Sobe o preço do dinheiro, sobem as dívidas, sobem os produtos e isso afecta toda a gente, por mais que não saiba o que é a crise hipotecária de alto risco nos EUA (subprime) e não perceba nada do mecanismo da bolsa. Mais grave ainda, em hora de aperto nos lucros as empresas lembram-se logo dos trabalhadores... mas para os despedir, como de resto já foi anunciado por algumas bem conhecidas na nossa praça. Não é propriamente o caso de dividir o mal pelas aldeias. É mais apresentar a factura aos suspeitos do costume, com a ajuda dos governos que têm ao seu serviço. Neste paraíso capitalista, os Alan Greenspan têm dissabores, não passam por dificuldades.
Alan Greenspan tem obrigação de saber do que fala. Para além de uma longa experiência na administração de importantes empresas (como a J.P. Morgan, Mobil, Alcoa e Capital Cities/ABC, entre outras), passou pelos governos de Reagan, Bush (pai), Clinton e Bush (filho). Passou à reforma, o que não o impede de dirigir os destinos da Greenspan Associates, uma firma de consultadoria com sede em Washington, enquanto vai escrevendo as suas experiências.
Face ao exposto e às notícias que todos os dias nos dão conta do pânico nas bolsas, da subida das matérias-primas e das taxas de juro, cabe perguntar quem serão as principais vítimas desta crise maior do capitalismo e, o que não é menos importante, quem são os responsáveis pela crise.
Tomando como exemplo o caso nacional, em que as actividades especulativas têm gerado lucros escandalosos, poderia pensar-se que quem não beneficia da fartura também não iria dar-lhe pela falta, que é como quem diz eu-sei-lá-o-que-é-perder-milhões-se-nunca-lhes-vi-nem-a-cor. Ora aí é que bate o ponto: o pessoal não recebe mas é o primeiro a pagar. Sobe o preço do dinheiro, sobem as dívidas, sobem os produtos e isso afecta toda a gente, por mais que não saiba o que é a crise hipotecária de alto risco nos EUA (subprime) e não perceba nada do mecanismo da bolsa. Mais grave ainda, em hora de aperto nos lucros as empresas lembram-se logo dos trabalhadores... mas para os despedir, como de resto já foi anunciado por algumas bem conhecidas na nossa praça. Não é propriamente o caso de dividir o mal pelas aldeias. É mais apresentar a factura aos suspeitos do costume, com a ajuda dos governos que têm ao seu serviço. Neste paraíso capitalista, os Alan Greenspan têm dissabores, não passam por dificuldades.