Sarkozy desautorizado
O repúdio dos franceses pelas políticas anti-sociais do governo de Sarkozy foi reforçado no domingo, na segunda volta das eleições municipais e cantonais em França. A direita no poder perdeu em número de votos e de municípios conquistados. A derrota foi estrondosa.
Direita sofre as maiores derrotas nas grandes cidades
Os partidos de oposição alcançaram em conjunto 49,34 por cento dos votos, contra 47,55 obtidos pelos conservadores, praticamente a mesma diferença já observada uma semana antes, na primeira volta do escrutínio.
Depois da maré azul das presidenciais de Maio de 2007, a impopularidade crescente do presidente Sarkozy traduziu-se num sério revés eleitoral para o seu partido, União por um Movimento Popular.
Os piores e mais pesados resultados da direita registaram-se precisamente nas maiores cidades. Das 160 urbes com mais de 30 mil habitantes que antes governava, a UMP perdeu 36, mas o descalabro foi maior no conjunto das 37 cidades com mais de 100 mil habitantes existentes no país. Aqui, dos 21 municípios que controlava, a direita perdeu nove, restando-lhe 12.
Embora tenha conservado importantes centros como Marselha, Bordéus, Nice, Toulon, Nancy ou Orleães, a UMP foi derrotada em Toulouse, Estrasburgo, Rouen ou mesmo Saint-Denis da Reunião, a maior cidade insular do país. O mesmo sucedeu em Metz, Reims, ou Saint-Etienne.
Por seu lado, os socialistas passaram a controlar sete das dez maiores cidades do país e 14 dos 20 maiores centros urbanos. Vitorioso, o líder socialista declarou que Sarkozy «deve corrigir a política conduzida». Lembrando que «a esquerda é maioritária em votos», François Holande considerou que «o presidente da República é obrigado a escutar a mensagem dos franceses».
Por seu turno, Sarkozy, que esteve praticamente ausente na campanha eleitoral, evitou prestar declarações mas fez saber em vésperas do escrutínio que manterá o rumo, embora admita proceder a ligeiros ajustes governamentais e, sobretudo, mudanças no seu estilo presidencial e na sua comunicação.
PCF mantém posições
Constatando a «grande derrota da direita», Michel Laurent, responsável pelas eleições do PCF, afirmou na noite das eleições que o Partido Comunista Francês «conservou o essencial dos municípios», embora tenha lamentado a perda de Calais, cidade gerida pelos comunistas desde há 37 anos, devido à desistência, à última da hora, do candidato da Frente Nacional para o cabeça de lista da UMP.
Em contrapartida, a acrescentar às vitórias obtidas logo na primeira volta, os comunistas conquistaram, no último domingo, novas cidades médias como Villepinte, Villeneuve-Saint-Georges, Portes-les-Valence, Firminy, Aubière, Villerupt, Queven et Roissy-en-Brie. No conjunto, segundo dados daquele dirigente, o PCP disporá de 89 presidências em cidades com mais de nove mil habitantes contra 86 que dispunha no mandato anterior, mantendo o número de 28 municípios com mais de 30 mil habitantes.
Contudo, a perda para os socialistas da cidade de Aubervilliers e para a candidata verde do município de Montreuil, levaram à perda da presidência do departamento de Seine-Sant-Denis, gerido pelos comunistas desde a sua criação em 1967.
A perda destas duas cidades foi resultado directo da quebra do acordo eleitoral por parte dos socialistas que decidiram manter candidaturas na segunda volta contra o PCF, acabando por beneficiar do voto útil da direita para derrotar o candidato comunista.
A segunda volta registou um aumento recorde da abstenção, que superou os 38,3 por cento, contra perto de 25 por cento no sufrágio de há uma semana.
Depois da maré azul das presidenciais de Maio de 2007, a impopularidade crescente do presidente Sarkozy traduziu-se num sério revés eleitoral para o seu partido, União por um Movimento Popular.
Os piores e mais pesados resultados da direita registaram-se precisamente nas maiores cidades. Das 160 urbes com mais de 30 mil habitantes que antes governava, a UMP perdeu 36, mas o descalabro foi maior no conjunto das 37 cidades com mais de 100 mil habitantes existentes no país. Aqui, dos 21 municípios que controlava, a direita perdeu nove, restando-lhe 12.
Embora tenha conservado importantes centros como Marselha, Bordéus, Nice, Toulon, Nancy ou Orleães, a UMP foi derrotada em Toulouse, Estrasburgo, Rouen ou mesmo Saint-Denis da Reunião, a maior cidade insular do país. O mesmo sucedeu em Metz, Reims, ou Saint-Etienne.
Por seu lado, os socialistas passaram a controlar sete das dez maiores cidades do país e 14 dos 20 maiores centros urbanos. Vitorioso, o líder socialista declarou que Sarkozy «deve corrigir a política conduzida». Lembrando que «a esquerda é maioritária em votos», François Holande considerou que «o presidente da República é obrigado a escutar a mensagem dos franceses».
Por seu turno, Sarkozy, que esteve praticamente ausente na campanha eleitoral, evitou prestar declarações mas fez saber em vésperas do escrutínio que manterá o rumo, embora admita proceder a ligeiros ajustes governamentais e, sobretudo, mudanças no seu estilo presidencial e na sua comunicação.
PCF mantém posições
Constatando a «grande derrota da direita», Michel Laurent, responsável pelas eleições do PCF, afirmou na noite das eleições que o Partido Comunista Francês «conservou o essencial dos municípios», embora tenha lamentado a perda de Calais, cidade gerida pelos comunistas desde há 37 anos, devido à desistência, à última da hora, do candidato da Frente Nacional para o cabeça de lista da UMP.
Em contrapartida, a acrescentar às vitórias obtidas logo na primeira volta, os comunistas conquistaram, no último domingo, novas cidades médias como Villepinte, Villeneuve-Saint-Georges, Portes-les-Valence, Firminy, Aubière, Villerupt, Queven et Roissy-en-Brie. No conjunto, segundo dados daquele dirigente, o PCP disporá de 89 presidências em cidades com mais de nove mil habitantes contra 86 que dispunha no mandato anterior, mantendo o número de 28 municípios com mais de 30 mil habitantes.
Contudo, a perda para os socialistas da cidade de Aubervilliers e para a candidata verde do município de Montreuil, levaram à perda da presidência do departamento de Seine-Sant-Denis, gerido pelos comunistas desde a sua criação em 1967.
A perda destas duas cidades foi resultado directo da quebra do acordo eleitoral por parte dos socialistas que decidiram manter candidaturas na segunda volta contra o PCF, acabando por beneficiar do voto útil da direita para derrotar o candidato comunista.
A segunda volta registou um aumento recorde da abstenção, que superou os 38,3 por cento, contra perto de 25 por cento no sufrágio de há uma semana.