Utentes pressionam Governo PS

Odivelas «marcha» por saúde

Porque os problemas da saúde no concelho de Odivelas se têm agravado, de forma «galopante» e «insustentável», a CDU vai realizar, sábado, uma «Marcha pela Saúde» para repudiar a política do Governo PS.

35 mil utentes sem médico de família

Esta iniciativa, que vai partir às 15 horas do Largo D. Dinis (Odivelas), vai contar com a participação de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP.
«Hoje temos no concelho mais de 35 mil utentes sem médico de família, situação que resulta do aumento da população e da diminuição do número de médicos», afirma, em nota de imprensa, a CDU, lembrando dados recentemente divulgados que indicam que em 2006 havia 70 médicos de família para cerca de 159 mil utentes, o que acordo com os rácios da Organização Mundial da Saúde (OMS) representa um défice de 35 médicos.
Os eleitos do PCP lembram ainda que, no concelho, os médicos de especialidades então em vias de extinção. «Ginecologia já não existe há vários anos, otorrino existe apenas um para todo o concelho, pediatra, também existe apenas um médico mas será por pouco tempo, uma vez que está à espera da reforma», denunciam.
Também os profissionais de enfermagem estão longe de corresponder às necessidades da população, já que, de acordo com os rácios da OMS, faltam 74 enfermeiros para fazer face ao número de utentes.
Por outro lado, os cuidados continuados e paliativos deixaram de funcionar 24 horas por dia e correm o risco de acabar por falta de pessoal, ficando ao abandono os doentes, em particular idosos, que através deste serviço tinham apoio médico e de enfermagem.

«Chega de promessas!»
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Outro dos problemas adiantandos pelos comunistas é a degradação dos centros de saúde que se agrava a cada dia que passa. «Há salas onde chove, andares sem casa de banho por problemas de esgotos, prédios sem elevador ou com escadas de acesso que dificultam a mobilidade de pessoas idosas, pessoas portadoras de deficiência motora e os pais com os carrinhos de bebé quando vão com os filhos ao médico», acusam os eleitos, recordando que o Governo «mentiu» quando, em Janeiro de 2006, através do ministro da Saúde, «prometeu a construção de novos centros de saúde em Odivelas, Olival Basto e Póvoa de St.º Adrião».
Recorde-se o Orçamento de Estado para este ano, tal como em 2007, não contempla qualquer verba para a construção dos centros de saúde.
Os deputados do PCP, por seu lado, apresentaram na Assembleia da República propostas para que fossem incluídas verbas para a construção das infra-estruturas, mas tanto o PS como o PSD votaram contra, «o que significa que estão de acordo com a política do Governo».
«O mesmo acontece no poder local, nomeadamente na Câmara e nas freguesias de maioria PS ou PSD onde nada fazem para exigir do Governo medidas que assegurem o acesso aos cuidados de saúde», lamenta a CDU, que tem apresentado várias propostas nos órgãos autárquicos «com o objectivo de pressionar o Governo a cumprir as suas promessas e obrigações para com a população do concelho».

Trabalho autárquico

Entretanto, ao longo do anterior mandato, em que a CDU teve a responsabilidade da área da Saúde, foram desenvolvidos todos os procedimentos que, no âmbito dos contratos-programa, cabiam à Câmara de Odivelas.
Face ao não cumprimento por parte do Governo dos compromissos assumidos, os vereadores da CDU apresentaram em Outubro de 2003 uma moção no sentido do processo ser remetido para análise jurídica e serem encetados os procedimentos para exigir do Estado o cumprimento das suas obrigações contratualizadas com o município.
Apesar da moção ter sido aprovada, não foi dado qualquer andamento ao processo. «Porque a situação se tem vindo a agravar, não havendo qualquer perspectiva de que os centros de saúde venham a ser construídos e porque consideramos esta atitude do Governo um completo desrespeito para com a população do concelho de Odivelas, voltámos a apresentar, na reunião de Câmara, realizada no passado dia 16 de Janeiro, uma moção com o mesmo objectivo», informam os eleitos comunistas.
Durante este mandato, a CDU realizou ainda várias «visitas aos centros de saúde» do concelho, apresentou, em reuniões de Câmara, «uma moção contra o encerramento do CATUS de Odivelas», uma proposta de um abaixo-assinado «exigindo a inclusão nos Orçamentos de Estado de 2008 e 2009 de verbas para a construção dos centros de saúde em Famões, Odivelas, Ramada, Pontinha, Olival Basto e Póvoa de St.º Adrião», fez um «pedido de agendamento na Assembleia Municipal para debate da situação da saúde» e convocou uma sessão extraordinária na Assembleia de Freguesia de Odivelas «para análise da situação na freguesia», a qual se realizou no passado dia 10 de Janeiro.
«Com estas iniciativas colocámos os problemas da saúde na agenda política, denunciando a difícil situação que se vive no concelho», argumentam os comunistas.

Saúde mais cara

No que se refere à construção do Hospital de Loures/Odivelas, cuja a conclusão chegou a ser anunciada para 2008, nada se sabe dos resultados do concurso lançado em Abril de 2007, desconhecendo-se se e quando vai ser efectivamente construído. Para já, sabe-se que não consta do Orçamento de Estado para 2008.
«O acesso à saúde além de difícil é também cada vez mais caro, com as taxas moderadoras e os medicamentos a aumentarem sistematicamente», sublinha a CDU, acusando o Governo PS do querer «destruir» a saúde, «transformando-a num verdadeiro negócio».

Ferreira do Alentejo
com falta de médicos


A Comissão de Utentes do Centro de Saúde do Concelho de Ferreira do Alentejo foi recebida, na passada semana, pelos grupos parlamentares do PCP, BE, PEV e CDS-PP.
No decurso das conversações, os utentes informaram os deputados que quatro dos seis médicos do centro de saúde local estão ausentes por baixa médica, «porque a ARS decidiu contratar uma empresa externa para poder assegurar os serviços de urgência, naquilo que chamam de consulta aberta, “esquecendo-se” que os profissionais de saúde, agora ausentes, asseguravam o serviço médico nas aldeias e freguesias, não estando por isso assegurado este serviço».
Esta situação agrava-se ainda mais, denunciaram os utentes, com a falta de meios de transporte públicos no concelho.

Felgueiras
Assinaturas contra
encerramento do SAP


A Comissão de Utentes do Hospital Agostinho Ribeiro, em Felgueiras, já reuniu milhares de assinaturas em protesto pelo anunciado encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP).
Os responsáveis da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) têm repetidamente afirmado que o SAP que funciona no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras vai encerrar, como outros serviços similares que ainda estão activos nas misericórdias de Marco de Canaveses e Lousada, também no distrito do Porto.
«Seria um erro fechar aquele serviço. Por isso é que as pessoas andam tão revoltadas», afirmou, à Lusa, José Lemos, da comissão de utentes.
O SAP de Felgueiras atende cerca de 200 utentes por dia e funciona em modernas instalações do Hospital Agostinho, propriedade da Misericórdia local. Das 20h00 às 8h00 estão em permanência dois médicos naquele serviço, cujo funcionamento evolui com base num protocolo de comparticipação celebrado há alguns anos entre a Misericórdia e a tutela.
Se o SAP fechar, os cerca de 60 mil habitantes do concelho terão de se deslocar aos hospitais mais próximos - Guimarães, Penafiel ou Amarante - todos a cerca de 20 quilómetros.

Fundão
Analisar com urgência

A União de Sindicatos de Castelo Branco (USCB) reuniu, na passada semana, em abaixo-assinado, mais de mil assinaturas para exigir que a Assembleia Municipal do Fundão discuta as alterações no serviço de urgências local.
«O número de assinaturas ultrapassa as nossas expectativas se tivermos em conta que foram recolhidas em apenas 20 dias», referiu, na altura, a Comissão Executiva do USCB, lembrando, por parte da população, o «descontentamento e vontade de ver discutida uma questão tão importante como é o direito à saúde».
As urgências do Hospital do Fundão foram substituídas desde dia 2 de Janeiro por uma consulta aberta entre as 8h00 as 0h00, encerrando durante a noite, ao mesmo tempo que foi instalada uma nova viatura do INEM na cidade, no dia 22 de Dezembro.
Para Luís Garra, coordenador da USCB, «o poder político local tem que analisar com urgência qual o impacto do encerramento das urgências e para isso é preciso ouvir a população, os profissionais de saúde e seus responsáveis».
O sindicalista teme que «pouco a pouco se esvazie o Hospital do Fundão, caminhando para o seu encerramento ou privatização».

Hospital de Ovar
CDU exige reabertura de urgências

Ao contrário do que o Governo PS defende e executa, numa perspectiva de privatização da saúde, a CDU exige a reabertura definitiva do serviço de urgências do Hospital de Ovar.
«Ovar precisa de um serviço de urgências a funcionar 24 horas», afirma a CDU, lembrando que o Hospital da Feira «não tem capacidade para responder à gigantesca afluência de utentes que tem provocado tempos de espera de sete e oito horas, criando inclusivamente vários problemas ao nível do transporte de doentes e que levaram já responsáveis daquele hospital a questionar o conjunto de encerramentos de serviços de urgências e SAP’s nas áreas circunvizinhas».
«Não é por acaso que o serviço de urgências do Hospital de Oliveira de Azeméis sofreu obras de remodelação e que o Hospital de São João da Madeira irá manter pelo menos durante um ano o seu serviço de urgências», acrescenta a coligação, que considera «profundamente lesiva dos interesses das populações a pressa com que a Câmara de Ovar e o PS, numa atitude no mínimo de subserviente, assinaram o protocolo que representa um retrocesso civilizacional para o concelho».


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