Torturar as estatísticas
O PCP acusou o Governo de pretender disfarçar a baixa qualificação dos portugueses através da «manipulação estatística», enquanto, simultaneamente, «procede a um reconhecimento de competências em massa» colocando a «tónica da política educativa» apenas na concessão do diploma.
Esta ideia foi defendida pelo deputado comunista Miguel Tiago em recente debate parlamentar centrado no programa «Novas Oportunidades».
Sem deixar de saudar «todos quanto fazem o esforço para verem reconhecidas as suas competências», o deputado do PCP alertou no entanto para o facto de o Governo não estar «a dar nada, ao contrário do que gosta de fazer crer» - pela razão simples de que é seu «dever garantir a Educação gratuita e de qualidade a toda a população».
Depois de considerar que o «processo de suposto milagre estatístico» não passa afinal de «uma «operação fraudulenta», em que o Executivo faz «primar o diploma sobre o conhecimento», Miguel Tiago, referindo-se àquele programa, afirmou que «não representa, em grande parte dos casos, uma oportunidade para aprender, mas apenas uma oportunidade para ser considerado "apto para o trabalho" mesmo que isso não altere em absolutamente nada as condições cognitivas do indivíduo em causa».
Campeão do desemprego
O deputado do PCP lembrou ainda que este Governo é o responsável pelo aumento do desemprego e pela destruição líquida de emprego, pela perda de 115 mil postos de trabalho qualificados e pelo acréscimo de 72 mil postos de baixa qualificação que são sinónimo de baixos salários e de mão-de-obra barata.
«Como conjuga este estímulo ao trabalho de baixa qualificação com esta febre do Governo sobre a qualificação dos portugueses?», perguntou, dirigindo-se ao Ministro do Trabalho, a quem inquiriu ainda sobre o facto de os financiamentos dos centros ser feito em função do volume de certificações.
Vieira da Silva, na resposta, invocou os dados do INE sobre a evolução da qualificação dos portugueses para dizer que o peso dos trabalhadores com mais qualificações tem vindo a crescer, ainda que, reconheceu, a «um ritmo inferior ao que seria necessário».
Sobre o financiamento aos centros «novas oportunidades», embora afirmando que o mesmo não é definido em função dos resultados, ou seja, do número de certificações, lá foi dizendo que «os centros maiores exigem, obviamente, maiores financiamentos para ter maior capacidade de resposta ao maior número de solicitações dos interessados».
Chapelada estatística
O deputado comunista João Oliveira, por seu lado, insistiu em deixar claro que o PCP tem «muito respeito por todos aqueles que decidiram melhorar o seu nível de educação e formação». «Valorizamos muito esse esforço, sobretudo vindo de quem foi obrigado a uma vida de trabalho sem acesso à educação e à cultura a que deveriam ter direito», sublinhou, adiantando que «é por respeitar essas pessoas e por valorizar esse esforço» que o PCP não deixará de «denunciar a chapelada estatística que o Governo está a promover», nem de «combater este e qualquer outro governo que continue a negar aos portugueses o direito à educação e os tente iludir com diplomas ou certificações».
Retomando duas ideias fundamentais do debate, João Oliveira lançou por fim um desafio ao Governo: «atrevam-se a pôr fim a este sistema económico baseado na exploração; desistam deste modelo económico baseado nas baixas qualificações e nos baixos salários e verão que não terão de torturar as estatísticas».
Esta ideia foi defendida pelo deputado comunista Miguel Tiago em recente debate parlamentar centrado no programa «Novas Oportunidades».
Sem deixar de saudar «todos quanto fazem o esforço para verem reconhecidas as suas competências», o deputado do PCP alertou no entanto para o facto de o Governo não estar «a dar nada, ao contrário do que gosta de fazer crer» - pela razão simples de que é seu «dever garantir a Educação gratuita e de qualidade a toda a população».
Depois de considerar que o «processo de suposto milagre estatístico» não passa afinal de «uma «operação fraudulenta», em que o Executivo faz «primar o diploma sobre o conhecimento», Miguel Tiago, referindo-se àquele programa, afirmou que «não representa, em grande parte dos casos, uma oportunidade para aprender, mas apenas uma oportunidade para ser considerado "apto para o trabalho" mesmo que isso não altere em absolutamente nada as condições cognitivas do indivíduo em causa».
Campeão do desemprego
O deputado do PCP lembrou ainda que este Governo é o responsável pelo aumento do desemprego e pela destruição líquida de emprego, pela perda de 115 mil postos de trabalho qualificados e pelo acréscimo de 72 mil postos de baixa qualificação que são sinónimo de baixos salários e de mão-de-obra barata.
«Como conjuga este estímulo ao trabalho de baixa qualificação com esta febre do Governo sobre a qualificação dos portugueses?», perguntou, dirigindo-se ao Ministro do Trabalho, a quem inquiriu ainda sobre o facto de os financiamentos dos centros ser feito em função do volume de certificações.
Vieira da Silva, na resposta, invocou os dados do INE sobre a evolução da qualificação dos portugueses para dizer que o peso dos trabalhadores com mais qualificações tem vindo a crescer, ainda que, reconheceu, a «um ritmo inferior ao que seria necessário».
Sobre o financiamento aos centros «novas oportunidades», embora afirmando que o mesmo não é definido em função dos resultados, ou seja, do número de certificações, lá foi dizendo que «os centros maiores exigem, obviamente, maiores financiamentos para ter maior capacidade de resposta ao maior número de solicitações dos interessados».
Chapelada estatística
O deputado comunista João Oliveira, por seu lado, insistiu em deixar claro que o PCP tem «muito respeito por todos aqueles que decidiram melhorar o seu nível de educação e formação». «Valorizamos muito esse esforço, sobretudo vindo de quem foi obrigado a uma vida de trabalho sem acesso à educação e à cultura a que deveriam ter direito», sublinhou, adiantando que «é por respeitar essas pessoas e por valorizar esse esforço» que o PCP não deixará de «denunciar a chapelada estatística que o Governo está a promover», nem de «combater este e qualquer outro governo que continue a negar aos portugueses o direito à educação e os tente iludir com diplomas ou certificações».
Retomando duas ideias fundamentais do debate, João Oliveira lançou por fim um desafio ao Governo: «atrevam-se a pôr fim a este sistema económico baseado na exploração; desistam deste modelo económico baseado nas baixas qualificações e nos baixos salários e verão que não terão de torturar as estatísticas».