O avalista
Pressionado pela luta contra os encerramentos de serviços de saúde e pelo evidente descontentamento de profissionais e utentes em torno da política de saúde do Governo, o ministro Correia de Campos anunciou a medida que faltava.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, Manuel Alegre, entre outros atentos conselheiros do Governo PS, já tinham feito o reparo: atenção, o povo não está a entender bem «a reforma» da saúde. Como dizia o anúncio, é preciso explicar como se o povo fosse muito burro.
O ministro divulgou então a receita mágica para acabar com o avolumar de manifestações, denúncias, vigílias, abaixo-assinados, casos trágicos contados na TV: nada mais, nada menos do que três formas de avaliação da política de saúde do Governo. A saber: um inquérito de opinião, um estudo de uma Universidade internacional e uma apreciação sobre o funcionamento das Unidades de Saúde Familiares (USF).
O inquérito de opinião está prometido para o final de Dezembro, decerto na esperança de que até lá o povo acalme. A apreciação sobre o funcionamento das USF será feita por uma «alta personalidade», ainda a descobrir. O estudo da tal Universidade internacional servirá para provar por A+B que o Governo está no caminho certo.
Parecendo original, é um recurso a que o Governo tem recorrido muito: refugiar-se num suposto carácter «técnico», «económico», «científico», «certificado internacionalmente» das políticas que vai impondo aos trabalhadores e ao povo. Os comentadores do costume lá vão dizendo, lendo pela mesma cartilha neo-liberal, que é este o rumo certo, que os sacrifícios são necessários e inevitáveis. Tudo fundamentado nos respectivos e caríssimos pareceres técnicos.
Por este andar, ao PS não falta muito para propor que se substituam eleições por sondagens, sufrágio universal por votos proporcionais às habilitações académicas de cada um, programas eleitorais por teses de doutoramento das melhores universidades americanas. Se o PS pensasse bem, o melhor seria substituir de vez este teimoso povo português por outro – que sofresse calado a destruição do Serviço Nacional de Saúde.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, Manuel Alegre, entre outros atentos conselheiros do Governo PS, já tinham feito o reparo: atenção, o povo não está a entender bem «a reforma» da saúde. Como dizia o anúncio, é preciso explicar como se o povo fosse muito burro.
O ministro divulgou então a receita mágica para acabar com o avolumar de manifestações, denúncias, vigílias, abaixo-assinados, casos trágicos contados na TV: nada mais, nada menos do que três formas de avaliação da política de saúde do Governo. A saber: um inquérito de opinião, um estudo de uma Universidade internacional e uma apreciação sobre o funcionamento das Unidades de Saúde Familiares (USF).
O inquérito de opinião está prometido para o final de Dezembro, decerto na esperança de que até lá o povo acalme. A apreciação sobre o funcionamento das USF será feita por uma «alta personalidade», ainda a descobrir. O estudo da tal Universidade internacional servirá para provar por A+B que o Governo está no caminho certo.
Parecendo original, é um recurso a que o Governo tem recorrido muito: refugiar-se num suposto carácter «técnico», «económico», «científico», «certificado internacionalmente» das políticas que vai impondo aos trabalhadores e ao povo. Os comentadores do costume lá vão dizendo, lendo pela mesma cartilha neo-liberal, que é este o rumo certo, que os sacrifícios são necessários e inevitáveis. Tudo fundamentado nos respectivos e caríssimos pareceres técnicos.
Por este andar, ao PS não falta muito para propor que se substituam eleições por sondagens, sufrágio universal por votos proporcionais às habilitações académicas de cada um, programas eleitorais por teses de doutoramento das melhores universidades americanas. Se o PS pensasse bem, o melhor seria substituir de vez este teimoso povo português por outro – que sofresse calado a destruição do Serviço Nacional de Saúde.