Barrar o autoritarismo
A Liga dos Direitos do Homem (LDH) apelou, no sábado, 28, ao voto na candidata presidencial socialista, Ségolène Royal, e acusou o candidato da direita de ser responsável por uma «regressão das liberdades».
As leis de Sarkozy representam uma «regressão das liberdades»
A LDH considera que, nestas eleições em França, estão em jogo «o bom funcionamento da democracia, a efectividade da cidadania e o respeito pelos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade».
Num comunicado aprovado pelo seu comité central, reunido em Paris, a organização alerta para o carácter repressivo e anti-social das propostas do candidato da direita, Nicolas Sarkozy, entre as quais destaca: «o endurecimento da legislação penal, novas leis anti-imigrantes, a substituição do CDI (contrato de trabalho por tempo indeterminado) pelo contrato de trabalho único, sem falar do ministério da “indentidade” e da “imigração”.»
«A continuação e ampliação da política conduzida nos últimos cinco anos não seria um “sonho”, mas um pesadelo. Não queremos uma democracia musculada porque ela deixaria na berma da estrada milhões de pessoas, fomentaria o racismo, o antisemitismo e a xenofobia e abriria o caminho a revoltas sociais».
O texto da LDH termina com um apelo aos eleitores franceses para que escolham «a solidariedade e não o medo, o respeito e não as ameaças, a igualdade e não as discriminações».
Na quinta-feira, 26, esta organização tinha divulgado um relatório em que fazia um balanço deplorável da acção governativa de Nicolas Sarkozy enquanto ministro do Interior, considerando que a legislatura cessante, em particular no ano de 2006, ficou marcada por «uma regressão contínua das liberdades», em nome «de uma ideologia securitarista, que aumenta a insegurança que se propõe combater».
Rejeição sem adesão
Entretanto, um estudo de opinião divulgado no domingo, 29, indica que 46 por cento dos eleitores que se mostram dispostos a votar na segunda volta das presidenciais francesas, fá-lo-á por um sentimento de rejeição de um candidato e não por adesão ao adversário.
Dos inquiridos, apenas 51 por cento afirmam que irão votar por adesão a um dos dois candidatos.
O voto de rejeição é particularmente forte (65%) entre os que votaram na primeira volta no centrista François Bayrou. Contudo, este sentimento também é partilhado por 55 por cento dos que afirmam votar no candidato da direita, Nicolas Sarkozy, e atinge a sua expressão máxima entre os que declaram ter escolhido a candidata socialista, Ségolène Royal (72%).
A sondagem, promovida pelo instituto TNS-Sofres para a estação televisiva RTL e o jornal Le Monde, conclui também que 31 por cento dos eleitores de Bayrou irão votar em Royal, enquanto apenas 23 por cento tencionam apoiar Sarkozy. Sete por cento já decidiram abster-se, enquanto 39 por cento continuam indecisos.
O estudo revela ainda que, para a maioria dos franceses (54%), nesta segunda volta estão em confronto duas maneiras de conceber a política. Somente 20 por cento dos inquiridos responderam que nas eleições do próximo domingo está em jogo uma escolha entre a esquerda e a direita.
Num comunicado aprovado pelo seu comité central, reunido em Paris, a organização alerta para o carácter repressivo e anti-social das propostas do candidato da direita, Nicolas Sarkozy, entre as quais destaca: «o endurecimento da legislação penal, novas leis anti-imigrantes, a substituição do CDI (contrato de trabalho por tempo indeterminado) pelo contrato de trabalho único, sem falar do ministério da “indentidade” e da “imigração”.»
«A continuação e ampliação da política conduzida nos últimos cinco anos não seria um “sonho”, mas um pesadelo. Não queremos uma democracia musculada porque ela deixaria na berma da estrada milhões de pessoas, fomentaria o racismo, o antisemitismo e a xenofobia e abriria o caminho a revoltas sociais».
O texto da LDH termina com um apelo aos eleitores franceses para que escolham «a solidariedade e não o medo, o respeito e não as ameaças, a igualdade e não as discriminações».
Na quinta-feira, 26, esta organização tinha divulgado um relatório em que fazia um balanço deplorável da acção governativa de Nicolas Sarkozy enquanto ministro do Interior, considerando que a legislatura cessante, em particular no ano de 2006, ficou marcada por «uma regressão contínua das liberdades», em nome «de uma ideologia securitarista, que aumenta a insegurança que se propõe combater».
Rejeição sem adesão
Entretanto, um estudo de opinião divulgado no domingo, 29, indica que 46 por cento dos eleitores que se mostram dispostos a votar na segunda volta das presidenciais francesas, fá-lo-á por um sentimento de rejeição de um candidato e não por adesão ao adversário.
Dos inquiridos, apenas 51 por cento afirmam que irão votar por adesão a um dos dois candidatos.
O voto de rejeição é particularmente forte (65%) entre os que votaram na primeira volta no centrista François Bayrou. Contudo, este sentimento também é partilhado por 55 por cento dos que afirmam votar no candidato da direita, Nicolas Sarkozy, e atinge a sua expressão máxima entre os que declaram ter escolhido a candidata socialista, Ségolène Royal (72%).
A sondagem, promovida pelo instituto TNS-Sofres para a estação televisiva RTL e o jornal Le Monde, conclui também que 31 por cento dos eleitores de Bayrou irão votar em Royal, enquanto apenas 23 por cento tencionam apoiar Sarkozy. Sete por cento já decidiram abster-se, enquanto 39 por cento continuam indecisos.
O estudo revela ainda que, para a maioria dos franceses (54%), nesta segunda volta estão em confronto duas maneiras de conceber a política. Somente 20 por cento dos inquiridos responderam que nas eleições do próximo domingo está em jogo uma escolha entre a esquerda e a direita.